24 de maio | 2023

A armadilha do corpo perfeito

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A busca pelo corpo perfeito é um comportamento cada vez mais comum e é preciso ficar atento principalmente ao público adolescente que é bem mais suscetível às tendências que valorizam sempre corpos magros / GB Imagem

A busca desenfreada pelos padrões de beleza pode causar sérios distúrbios ou morte

 

Infelizmente, a valorização de corpos irreais produz uma geração de pessoas ansiosas e descontentes com o próprio corpo resultando em pessoas doentes física e emocionalmente / GB Imagem

“A moda é implacável; só tem vez as pessoas que são magras, quase esqueléticas”, é a queixa da maioria, simples mortais que trabalham, estudam, cuidam da casa e dos filhos. Sem contar, que muitas vezes os tamanhos GG na verdade vestem corpos de tamanho M.

É certo que a moda privilegia os corpos magros basta ver a legião de modelos esqueléticas que desfilam nas passarelas dos mais badalados eventos de moda.

Existe muita pressão quanto à questão de corpo e boa forma e os adolescentes parecem ser mais suscetíveis a esta verdadeira “ditadura” de corpos sarados e com as gordurinhas no lugar certo.

Muitas pessoas recorrem a dietas que prometem milagres e não se preocupam muito com a saúde ou com a herança genética e é aí que mora o perigo; o transtorno alimentar é um deles.

Atualmente, distúrbios alimentares vêm se tornando cada vez mais comuns, ressaltados especialmente pelo sexo feminino. Anorexia e bulimia nervosa e vigorexia são preocupantes doenças, frutos de uma sociedade que impõe um padrão de beleza a seus participantes.

Os transtornos alimentares devem-se inicialmente a algum tipo de alteração emocional. Mais comumente, é possível reparar que o principal fator é a insatisfação com o peso e o medo eminente de engordar.

Como característica comportamental, as pessoas assumem dietas absurdas mesmo quando o peso está proporcional à estatura, e mesmo perdendo peso continuam a “imaginar-se” obesas.

Os problemas mais citados, que são relacionados a transtornos alimentares, são a anorexia e a bulimia. A primeira é definida pela busca implacável pela magreza, o que acaba levando a pessoa a recorrer a estratégias para a perda de peso, excessiva e desnecessária.

As pessoas anoréxicas apresentam graves problemas emocionais e tem um intenso medo de engordar, mesmo estando extremamente magras. É uma doença com riscos sérios, podendo levar à morte por desnutrição.

A bulimia se caracteriza pela grande ingestão de alimentos (alimentação compulsiva) e, depois, utilizam métodos compensatórios, tais como vômitos propositais, uso de laxantes ou diuréticos, e a prática de exercícios como forma de evitar o ganho de peso. O caso é que, ao contrário da anorexia, não existe perda de peso, o que torna a percepção do problema mais difícil.

Ainda assim, existe outro tipo de distúrbio alimentar, pouco conhecido, chamado de vigorexia. Esta é determinada pela busca de um corpo perfeito e é conhecida por Doença da Vaidade. Na verdade, é o excesso de preocupação em ter um corpo forte.

Os portadores desse transtorno, normalmente, ficam horas em academias realizando uma diversidade de exercícios físicos, pesam-se várias vezes e procuram comparar sua musculatura com a de seus colegas. Como alternativa, na maioria dos casos o uso de anabolizantes é frequente entre os vigoréxicos.

Os especialistas em Nutrição alertem que pessoas que apresentam estes sintomas ou comportamentos merecem atenção redobrada, pois serão vítimas futuras de disfunção nutricional.

O fato é que essas doenças são frutos de uma sociedade que impõe um padrão de beleza no qual os corpos são valorizados por sua forma esbelta e pelas silhuetas perfeitas. Facilmente, hoje, é possível identificar que vivemos cada vez mais em uma sociedade consumista e que chegamos a um ponto onde o culto à imagem acaba sendo tão importante quanto nossos valores.

É preciso urgente reverter isso. Difícil tarefa para pais e educadores. Em casa, a família deve cuidar para que os filhos não caiam nessa armadilha e a Escola deve agir no sentido de auxiliar seus educandos aprendam a ter autoestima e se tornem adultos mais conscientes e com personalidade própria. Quase uma utopia, né? Mas, é possível, sim.

 

 

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