05 de agosto | 2024

Jô Soares – “Um Beijo do Gordo”

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Jô Soares sempre foi cheio de graça. O humor na ponta da língua, a inteligência aguçada, o raciocínio rápido e o amor pela arte eram suas marcas registradas. Chorava pelas coisas boas, nunca pela tristeza. Vaidoso, chegou a dizer que “já nasceu querendo seduzir o mundo” / Ramón Vasconcelos-RG

 

Com mais de 60 anos de carreira, com personagens históricos na TV brasileira, mais de 300 personagens e 14.000 entrevistas. Jô Soares morreu aos 84 anos em 2022 / Zé Paulo Cardeal-RG

 

 

Com vocação para uma boa conversa, o primeiro programa de entrevistas apresentado por Jô Soares foi o “Globo Gente” (1973). Em 1988, no SBT, criou e apresentou o “Jô Soares Onze e Meia”, onde ficou por 11 anos. No ano 2000, Jô Soares voltou à Globo para o “Programa do Jô”. Pelo seu sofá passaram personalidades, políticos e figuras anônimas – nacionais e internacionais / Zé Paulo Cardeal-RG

A estreia na Globo aconteceu em 1970 com “Faça Humor, Não Faça Guerra”. Ganhou destaque com “Viva O Gordo” em 1981, época em que criou o bordão “Um beijo do Gordo!”. O título veio da peça “Viva o Gordo e Abaixo o Regime!”, sucesso do teatro no qual o humorista fazia críticas veladas à ditadura / Zé Paulo Cardeal-RG

 

Como jornalista Jô Soares, escreveu para várias revistas e jornais. Em 1983, lançou seu primeiro livro, “O Astronauta sem Regime”. Com o romance “O Xangô de Baker Street” (1995), entrou para a lista dos mais vendidos e virou filme em 2001 / Zé Paulo Cardeal-RG

  

Do streaming para a TV paga, o imperdível “Um Beijo do Gordo”

Documentário sobre a vida de Jô Soares estreia no GNT, uma semana após estrondoso sucesso no Globoplay

 

Com quatro episódios já disponibilizados no Globoplay, com depoimentos de grandes artistas e entrevista inédita de Flávia Pedras Soares, ex-esposa de Jô Soares, “Um Beijo do Gordo” desembarca no GNT, com exibições semanais a partir deste domingo, sempre às 22 horas. “Foram 60 anos de vida profissional, 28 anos de entrevistas, 14.426 conversas, cerca de 1.300 dias de programas de humor, 300 personagens e nove livros”. É desta forma que a atriz Fernanda Montenegro abre o documentário que homenageia um dos maiores artistas da televisão brasileira: José Eugênio Soares, o eterno e querido Jô Soares. Nesta segunda, dia 05, se completa dois anos de sua morte, o inesquecível bordão “Um Beijo do Gordo” intitula a série documental Original Globoplay, dirigida por Antonia Prado e Renato Terra.

Com quatro episódios, a produção revisita a vida e obra do multiartista, relembrando seus projetos e personagens icônicos, e traz depoimentos de grandes talentos, além de entrevistas inéditas, como a de Flávia Pedras Soares, seu grande amor.
“Relembramos os mais de 60 anos de carreira, por meio de depoimentos de pessoas que criaram os programas com ele, parceiros de vida e trabalho, as peças de teatro e muito material de arquivo de toda sua trajetória. Dos seus grandes personagens na TV, como Vovó Nana e Capitão Gay, ao reconhecido apresentador do maior talk show do Brasil. O público pode ver um documentário com a alma do Jô Soares”, explica a diretora Antônia Prado. “Buscamos retratar a genialidade do artista que deixou seu legado na história pelo humor na televisão e nos palcos, pelo senso crítico e pela maneira inteligente e generosa de entrevistar”, finaliza.
No primeiro episódio, a série apresenta a formação do humorista Jô Soares com seus inesquecíveis personagens e bordões que marcaram a história da TV, do cinema e do teatro. O documentário também mostra sua busca pelo sonho de um talk show, motivo que o levou a interromper o sucesso de “Viva o Gordo”, em 1987.
Já no segundo, o público poderá conferir os bastidores e segredos do “Jô Soares Onze e Meia”, um programa histórico que estreou em 1988, inaugurou um novo formato na TV brasileira e se manteve no topo por mais de uma década no SBT, com as entrevistas antológicas, os momentos marcantes e as interações hilárias com Derico, Tomati e Bira, alguns dos integrantes de sua banda, além do assistente de palco Alex.

Talentos como Tatá Werneck, Fábio Porchat, Welder Rodrigues, Marcelo Adnet, Heloisa Périssé e Angélica participam do terceiro episódio ajudando a contar a história do artista e sua influência sob diferentes pontos de vista.
Um dos destaques do projeto está no quarto e último episódio: uma entrevista inédita com Flavia Pedras Soares, o grande amor da vida do apresentador. O documentário faz uma visita à casa do artista e mostra um ambiente privado e íntimo, que revela um lado ainda mais discreto e gentil de Jô.   “Nesta produção, revelamos o Jô que só os íntimos conheciam. Temos materiais sendo exibidos pela primeira vez, graças à generosidade da Flávia, com quem Jô foi casado por 15 anos, e pessoas que trabalharam em sua casa, com depoimentos inéditos”, completa Renato Terra, diretor e roteirista.
A série também conta com a participação de personalidades que marcaram a vida do artista ou que tiveram suas vidas impactadas por ele. Entre eles, Claudia Raia, Dráuzio Varella, grande amigo de Jô Soares; Bruno Mazzeo, Renato Aragão e Adriane Galisteu.

Jô Soares começou sua carreira na televisão em 1958, no programa “TV de Vanguarda”. Rapidamente, seu talento para o humor e sua capacidade de criar personagens cativantes o destacaram. Um dos seus papéis mais icônicos foi o “Capitão Gay” no programa “Viva o Gordo”, exibido pela Rede Globo nos anos 1980. Seu humor inteligente e afiado conquistou o público e se tornou referência no humor brasileiro.

Em 1988, Jô Soares deu início a uma nova fase na sua carreira com o programa “Jô Soares Onze e Meia” no SBT, um talk-show inovador que combinava entrevistas com celebridades e pessoas comuns, sempre com um toque de humor e irreverência. O programa foi um sucesso e, em 2000, Jô levou o formato para a Rede Globo, onde passou a se chamar “Programa do Jô”. Por mais de uma década, Jô Soares entrevistou milhares de pessoas, desde artistas consagrados até políticos e cientistas, sempre com uma abordagem única e instigante.

Além da televisão, Jô Soares também se destacou como escritor. Autor de vários livros, incluindo romances policiais e coletâneas de crônicas, Jô demonstrou seu talento literário e sua capacidade de transitar por diferentes gêneros. Obras como “O Xangô de Baker Street” e “O Homem Que Matou Getúlio Vargas” são exemplos de seu estilo único, que mistura humor e ficção histórica.

No teatro, Jô Soares também deixou sua marca. Atuou e dirigiu diversas peças, sempre com uma abordagem criativa e inovadora. No cinema, participou de filmes como “O Homem do Sputnik” e “O Pai do Povo”, além de dirigir longas-metragens como “O Xangô de Baker Street”, adaptado de seu próprio livro.

Jô Soares faleceu em 5 de agosto de 2022, deixando um legado inestimável para a cultura brasileira.

 

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