02 de julho | 2017
Upa e Santa Casa de crise em crise
Do Conselho Editorial
Desde quando inaugurou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) parece ter sido mais problema que solução para a angustiante situação que toma conta da Saúde local.
O que vinha com a promessa de melhorar sensivelmente o atendimento na área de Saúde acabou se transformando em mais um estelionato eleitoral que outra coisa.
Foi inaugurada as vésperas da eleição com a nítida ideia de alavancar a candidatura do então prefeito que pretendia a reeleição.
O setor de Saúde comandado por alguém extremamente incompetente havia transformado em caos o que já não era aquelas coisas e o desgaste do então prefeito, entre outras coisas, se dava pela falta de qualidade dos serviços prestados pelo setor.
A Santa Casa de Misericórdia por sua vez vinha de um período extremamente positivo com reconhecimento público e boa prestação de serviços.
A instalação da Upa, por mais que se negue ou não se aceite, contribuiu para o esvaziamento e estrangulamento econômico da Santa Casa de Misericórdia.
Na sequência, a intervenção no hospital patrocinada pelo então prefeito, com apoio do Ministério Público, a retirada do Pronto Socorro de lá, conseguiu transformar o que era ruim em péssimo.
O quadro não poderia ser mais caótico, uma Santa Casa caindo pelas tabelas e vendendo a propaganda fantasiosa de que estava em bom estado econômico e uma Upa que não funcionava e gastava horrores com o terceiro setor.
Além de não funcionar como deveria deixou um rastro de suspeição já que o Tribunal de Contas não aprovou a presença da ONG que cuidava dos serviços prestados na UPA.
Agora, a velha fórmula volta a ser acenada, o novo governo, que ainda nada de novo acrescentou à área de Saúde, move céus e terra para que a Santa Casa passe a cuidar da Upa.
Poderia ser uma boa solução já que no aspecto financeiro seria injetado recursos ao hospital que ficaria encarregado de resolver os problemas graves enfrentados pela Upa e pela Santa Casa.
A Santa Casa que até outro dia, na mídia, repercutia a sensação de estar resolvida, hoje se mostra em crise e com dificuldades a serem transpostas, sem contar que o quadro de médicos que ostenta, ao que tudo indica e deixou transparecer em entrevistas seu ex-diretor clinico, está abaixo do desejado e exigido pelos padrões de um hospital do seu porte.
Se não tem, ou está faltante em seus quadros, profissionais que preencham as necessidades técnicas exigíveis, se a mesma não tem renovado seus quadros, se não há demonstrações de interesse de membros da classe médica que militam na região de clinicar por aqui, há de se concluir que a Upa poderá continuar sendo o mesmo elefante branco que foi até agora.
E pode parecer óbvio que a Santa Casa ampliará a sua gama de dificuldades ao ter que dividir seu quadro médico para atender a si e Unidade de Pronto Atendimento.
Essas são ilações, pois até agora se discutiu o que se pretende fazer, mas não se falou como se pretende fazer e natural que haja a suspeita de os médicos contratados pela Ong e outros profissionais, finalizados seus trabalhos, tomarão rumos que pode não ser o da prestação de serviços em Olímpia.
Somaria este problema a tantos outros que a Saúde local enfrenta e a impressão que se tem, diante da revelação do pedido de renúncia do provedor e de seu vice, é que a crise é mais profunda do que se imagina.
Assim como a verdade sobre as condições de penúria que a Upa e a Santa Casa viviam começa a vir a tona, este momento de narrativas falsamente confortáveis, já que entremeadas da salvação pelo poder público que lá injetou verbas para cumprir compromissos, também serão, um dia, conhecido de todos.
O tempo, afirmam, é o senhor da razão.
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