16 de junho | 2013

Uma Câmara Municipal perdida entre o nada e o lugar comum

Compartilhe:

Do Conselho Editorial

 Seria por demais satisfatório poder ocupar este espaço para louvar as ações levadas a efeito no legislativo local.

É uma pena que tal vontade não possa ser transformada em realidade, a representação legislativa, por mais que se tenha de respeitar o desejo democrático expressado pela maioria dos votantes não passa do lugar comum, do feijão com arroz sem tempero ou sabor algum.

Atuam nossos vereadores pela inércia, pela apatia em uma verdadeira demonstração da distância abismal que há entre os acontecimentos, que exige dinâmica e enfrentamento, e a submissão demonstrada pela grande maioria dos vereadores locais.

Com todo respeito que há de se ter pelos edis que lá estão, mas da situação que vive nosso quadro representativo não se destaca nenhum que discuta a sociedade local trazendo temas que empolguem a população.

O Legislativo, que em tantos lugares é visto como mero carimbador dos desejos e ordens emanadas pelo Executivo, se é reconhecido como mero expectador do espetáculo social, aqui parece que nem isto faz.

O papel legislativo seria, se cumprido, elaborar leis e fiscalizar o Executivo. Geralmente as leis, pelo menos as últimas, dão bem a mostra do despreparo de grande parte dos que militam politicamente naquele espaço.

Uma Câmara absurdamente cara, com custo elevadíssimo de manutenção inchada de assessores, com uma folha de pagamento nada desprezível e salários que comporta valores acima do que paga o mercado local, e resultados pífios, que não coadunam com os valores gastos.

Nos últimos tempos parece que em um esforço para sair do ostracismo, e do esquecimento a que estão relegados, alguns deles reagiram e apresentaram propostas inócuas e sem sentido algum, além de ausentes de prática, para ser votadas.

Foram, como não poderia deixar de ser, alvo de chacotas por parte da população e tiveram suas propostas mencionadas pelos formadores de opinião com a crítica severa e a pecha que absurdos travestidos de legalidade merecem.

Pautas que não trazem beneficio algum a maioria, por não ter como ser cumpridas e por não se tratar de incômodo geral, que deveria ser tratado com responsabilidade e discussão de nível para busca de aperfeiçoamento da sociedade e melhoria da qualidade de vida.

Ao invés de se discutir a negação que se encontra a Saúde Pública enfrentando, além do caos consagrado da Upa, e o sucateamento da Santa Casa, epidemia de dengue, discute-se a possibilidade de alguém algum dia ser assaltado em algum banco por meliante que se comunica através de celular; inventou a roda o propositor.

Para desviar sua própria atenção de casos escabrosos como a máfia do asfalto, que rendeu um volume considerável de investigações que premiam até o Executivo local, se preocupam com gente que pesca lambaris no riacho local; enquanto isto, velhas enguias nadam corredeira acima na contra mão da moralidade pública. Criou a pólvora quem propôs.

Sem contar, que evitando discutir a melhoria do ensino ministrado nas escolas, ou a baixa remuneração salarial dispensada ao educador, ou mesmo sua formação continuada, se discute a implantação do hino nacional, o hasteamento da bandeira, e outras coisas que não precisariam da opinião do homem público para acontecer.

O que se vê é um festival de coisas tolas que por si só demonstram a futilidade das reuniões de segunda-feira da Câmara Municipal, cujo papel deveria ser muito mais nobre do que demonstra nas discussões sem pé nem cabeça que lá tem sido levada para tristeza dos que exigem mais que o senso comum para cuidar de seus destinos.

Isto, infelizmente, é o que se descola de uma Câmara situacionista em que nenhuma voz discordante soa para mostrar que a cidade precisa discutir a realidade pautada pelo marasmo e pela apatia associada ao abandono que está vivendo.

Isto, porém, não parece ser o desejo e nem a vontade, se é que há alguma vontade perdida por lá, dos que tomaram assento naquela casa cuja folha de pagamento robusta em nada se identifica com a baixa produção e má qualidade das proposições levadas por ali, colocando- a sem medo do cometimento de injustiças, entre as piores que já houve por aqui.

E observe- se que a cidade já contou com péssimos representantes instalados no Legislativo, mas nunca um conjunto organizado de forma a oferecer um serviço legislativo tão caro e de tão baixa qualidade para a população, com resultados tão abaixo da média.

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas