13 de março | 2022

Será que ainda dá tempo para mudar o final?

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“Pare! Duvide! Tente enxergar todos os detalhes,
as circunstâncias,
o contexto. Depois, pesquise,
procure, analise todos os lados,
todas as possibilidades.
Aí sim tente enxergar a realidade.
A construção
mais próxima da verdade.”

Mestre Baba Zen Aranes.

“GENTEM”, …

… parece que o desenvolvimento e esta frenética evolução tecnológica está transformando também rapidamente demais a nossa sociedade, que não consegue se defender do bombardeio de apelos emocionais com que é atingida pela propaganda e pelas redes sociais que criam modismos e determinam até o que a pessoa vai ser.

A AMIZADE, …

… que unia pessoas, famílias e promovia o congraçamento através de visitas, reuniões, está sendo dizimada. Criou-se um ambiente onde cada um olha apavorado, amedrontado, para o outro e, para não ser atacado, acaba atacando, ou fugindo e se encastelando cada vez mais dentro do próprio ser.

O SER HUMANO …

… está se fechando cada vez mais. Até dentro da própria casa, com a necessidade de trabalhar cada vez mais para poder consumir tudo o que o mercado despeja e insufla a comprar, não sobra tempo nem para se participar da vida um do outro, mesmo mulher e marido, pais e filhos, irmãs e irmãos e por aí afora.

COM ISSO …

… as pessoas vão se isolando e se tornando solitárias, amarguradas e, embotadas que ficam, por não evoluírem através do absorver do conhecimento, pelo aprender e pelo exercitar da reflexão, do criar e enriquecer o senso crítico, passam pelo menos um terço da vida olhando seus smarthphones, sendo esmagadas e bombardeadas por convites a ter, ter e ter e esquecem de buscar aquilo que todos os que pensam tentaram decifrar ao longo dos últimos milhares de anos: a felicidade.

A MAIORIA …

… da população vive para comprar, consumir e julgar o próximo como se isso o tornasse melhor do que é e o transformasse em algo capaz de satisfazer as necessidades do ser e vão se enganando, esquecendo-se dos sentimentos, das emoções. Passam meses sem receber nem dar um simples carinho, um abraço, um afago.

AÍ COMEÇAM A …

… adoecer. Vivem tomando remédios para dormir, para se acalmar, para esquecer que para viver é preciso nunca parar de crescer, nunca parar de buscar se entender, se conhecer para descobrir o mundo.

O TER, …

… com o seu consumir, consumir e consumir, tem efeito curto, pois quando você passa meses a fio trabalhando mais para poder comprar um carro novo, reformar a casa, comprar uma TV nova, um celular de último tipo, um computador moderno, após obter o que é desejado, o objeto passa a fazer parte de sua vida e não tem mais valor algum. É o mero satisfazer do desejo. Está lá, à sua disposição. Pouco tempo depois você nem liga mais para aquilo. É como se tivesse sido incorporado ao seu dia-a-dia da mesma forma como se usa e se troca de roupa.

SEM O CRESCER …

… do conhecimento, do espírito, da mente, da capacidade reflexiva, o ser humano vai ficando triste, melancólico, começa a perder a vontade de viver. Como um zumbi, vive sob o efeito das drogas que estranhamente são chamadas de remédios, mas que não curam, apenas adiam os problemas da alma.

AÍ, LARES …

… são desfeitos e seus membros, sem rumo, atordoados partem em busca de algo que também amaine a dor do não ter e do não ser. Rumam para as drogas, mas aí, já não são aquelas disfarçadas de remédios. Se entorpecem mesmo de álcool e de outras que são ilegais.

MUITOS …

… estão tentando suicídio, outros acabam morrendo sem saber por que e para que passaram por esse mundo, como se estivessem no estado muito longe do “mens sana in corpore sano” (mente sã num corpo são), num estado de hipnose generalizada provocada pelo seu próprio dia-a-dia.

E POR FALAR …

… em mente sã num corpo são, com a ajuda da enciclopédia  Wikipédia, a enciclopédia aberta na internet, a frase seria uma famosa citação latina, derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal. No contexto, a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida:

“Deve-se pedir em oração que a mente seja sã num corpo são. Peça uma alma corajosa que careça do temor da morte, que ponha a longevidade em último lugar entre as bênçãos da natureza, que suporte qualquer tipo de labores, desconheça a ira, nada cobice e creia mais nos labores selvagens de Hércules do que nas satisfações, nos banquetes e camas de plumas de um rei oriental. Revelarei aquilo que podes dar a ti próprio; Certamente, o único caminho de uma vida tranquila passa pela virtude”.

A CONOTAÇÃO …

… satírica da frase, no sentido de que seria bom ter também uma mente sã num corpo são, é uma interpretação mais recente daquilo que Juvenal pretendeu exprimir.

AINDA SEGUNDO …

…  a Wikipédia, a intenção original do autor seria lembrar àqueles, dentre os cidadãos romanos, que faziam orações tolas que tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Com o tempo, a frase passou a ter uma gama de sentidos. Pode ser entendida como uma afirmação de que somente um corpo são pode produzir ou sustentar uma mente sã, ou o contrário, que somente uma mente sã, carregada de autoconhecimento e conhecimento pode manter um corpo são. Seu uso mais generalizado, no entanto, expressa o conceito de um equilíbrio saudável no modo de vida de uma pessoa.

José Salamargo … continuando sua luta contra os moinhos de vento, como dizia a poeta Elisa Lucinda, na certeza de que não dá para mudar o começo, mas que, com certeza ainda dá para fazer a diferença e mudar o final. E na esperança de despertar pelo menos quem o rodeia para esta triste realidade de um mundo composto por seres que não conseguem aproveitar as potencialidades humanas e vagueiam como zumbis sem saber para onde e nem o porquê.

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