19 de outubro | 2014

Segundo turno e o Genial fazendo compras em Miami?

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Do Conselho Editorial

O título poderia à luz da lupa de alguém que enxerga cores marrom em toda a imprensa que coloca a claro a relação do chefe do poder executivo com seus comandados, como parcial, visando comprometer a imagem do administrador ausente.

Se, no entanto, título fora outro, do tipo, após vitória eleitoral o líder se ausenta para merecido descanso, bateria palmas o discordante cidadão ou membro da imprensa atrelada.

Isto, em síntese, prova que não há como ser parcial quando se emite opinião sobre um evento social em que o interesse dos leitores são múltiplos e passam pela discordância do exibicionismo ao reconhecimento de que as pessoas têm que ter, às vezes, um tempo para si e pra sua família. 

No homem público, porém, estas questões de ordem pessoal somam-se as de ordem coletiva por ser prática brasileira avaliar tudo que ocorre ao seu redor, mesmo que tenha tolerância para situações onde o nível de compreensão escorrega.

Outra coisa que chamaria a atenção dos bajuladores de plantão seria o destaque para compras no título.

Alegariam, por suposição, que embora Miami seja um bom lugar para compras, a intenção do nosso coronel era objetivamente descansar do périplo eleitoral que exigiu em demasia de suas forças.

Não se pode negar que ninguém vai ao exterior sem que faça compras, nem que seja uma garrafinha de aço destas apropriadas para guardar uísque para dar de presente para um amigo, uma caneta Montblanc para um chegado mais esperto, ou um simples celular mais moderno para um jovem parente.

É hábito da alma nacional lembrar dos próximos quando viajam, e comprou mais que um item, foi as compras.

Dada as explicações para os falsos amantes do discurso politicamente correto, hora de enveredar pelos tortuosos caminhos desta longa viagem empreendida pelo ditador que deixa atrás de si cismas e suspeitas de que o reino desmorona.

Particularmente não é saudável, muito menos inteligente, que um primeiro mandatário viaje em pleno confronto eleitoral, principalmente em uma disputa acirrada como a que está se travando.

Pequena pausa para introduzir alguns questionamentos para se tentar chegar com o eleitor a uma convicção mínima que seja para entender o que está acontecendo.

Eugênio está na rota de colisão com seu vice Gustavo Pimenta, que nega, faz muxoxo quando toca no assunto, mas nos bastidores disseca mágoas e se abre mais que flor de pimenteira na primavera.

Há este desacordo e reafirmam por aí os comissionados demitidos, assim como há a esperança de reatamento para possível readmissão destes comissionados desempregados que viriam no futuro a ser cabos eleitorais do vice na disputa pela cadeira.

Isto pelo menos é o que dizem estes cabos eleitorais demitidos dos seus cargos em comissão pelas ruas.

O vice, que nega muitas coisas e pode negar estas, como pode negar o rompimento, pela primeira vez em seis anos de mandato, em plena crise dos seis anos, não assumiu a cadeira vaga de prefeito sob alegação de estar doente, e pode ser que esteja.

Assumiu a prefeitura o presidente da Câmara, que deixou de o árduo trabalho na Aurora Forti Neves e foi trabalhar arduamente na Praça da Matriz, deu merecidas férias aos excessos de amém, e foi não fazer muita coisa em outro lugar.

E o vice, tomara que esteja bem, em algum lugar do mundo, também nada fazendo, como é próprio da função legal dos vices, a não ser substituir o prefeito se não estiver doente.

Pode se crer sem afirmar com convicção que pode estar, como deveria, estando são e em plenas condições físicas, percorrendo os bairros em busca de votos para a candidatura oficial a presidente da república que representa o seu partido na disputa.

Sem contar que no corpo a corpo a corpo estaria pavimentando a estrada que o conduziria a cadeira ocupada pelo Ditador, que ora viaja e deixou no lugar o Ditador Segundo que tem a intenção de emplacar na eleição futura.

Aí, começa a se enrolar o fio da razão, o vice rompido que pretende ser prefeito não substituiu o prefeito e deixou o que também pretende ser prefeito ocupar o lugar na cadeira e o espaço midiático que poderia ser seu.

Se não foi por doença, foi por falta de maturidade política ou desconhecimento da importância que o gesto poderia reproduzir na sua vida pública.

Se há o rompimento ele ficaria evidente, o que poderia produzir bons efeitos na construção de factoides políticos.

O prefeito, de início não iria viajar, pois se rompeu laços de confiança e de amizade.

Ficando por aqui não teria como se furtar a apoiar a candidatura do peessedebista candidato a presidência da qual parece fugir como o diabo foge da cruz.

Sim, a vitória do PSDB no segundo turno pode viabilizar a candidatura de Pimenta, não que aumente ou diminua as chances dele se eleger.

Assim como a derrota pode viabilizar Alckmin na próxima, quando deixará de ser governador e abrirá a oportunidade para voos mais altos e pretendidos desde sempre.

A viagem de Eugênio, que é do DEM, de forma matreira a Miami foi olhando pelo viés da esperteza, se houver este viés, de uma “mineirice” maneira, não contribuiu para alavancar o candidato a presidente do PSDB, não endossou seu vice em uma próxima eleição, e deixou no cargo, na vitrine, o inexpressivo que pretende impor na próxima eleição.

Boas compras.

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