01 de dezembro | 2014

Secretaria de Turismo para Putini, ou mais um balcão de negócios eleitorais?

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Do Conselho Editorial

A possível criação de mais uma Secretaria visando acomodar mais um dos apaniguados do poder local, ao que tudo indica tem gerado muitas polêmicas pelos lados da Avenida Aurora Forti Neves.

A futura, se for votada e aprovada, Secretaria de Turismo, bem antes de nascer já está provocando polêmicas e descontentamentos no poder local.

Ano que vem promete muito em termos de discussão política já que começarão as discussões em torno das candidaturas que têm a pretensão de sentar na cadeira utilizada hoje por Eugênio José Zuliani e o direito a caneta que admite, demite e permite muitas vezes um governo desorientado e sem nenhuma noção administrativa.

A prova é a própria secretaria, alvo de discussões acaloradas, e tida antes de nascer como apenas mais um cabide de empregos com a finalidade de alavancar uma possível candidatura majoritária.

O que se afirma pela mídia local e pelos bastidores do poder é que a Secretaria teria por finalidade, com o uso do dinheiro público, tirar o Titanic que é a pesada candidatura de Humberto José Puttini do ostracismo em que se encontra a frente de uma Câmara de vereadores cara, submissa e que atua sem nenhuma criatividade.

No entanto, a criação de mais esta inutilidade para onerar os cofres públicos contaria com a insatisfação de algumas lideranças e descontentamentos de outras.

Com o desmembramento da atual Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer e readequação de suas finalidades é mais que óbvio que o atual e inexpressivo Secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Guto Zanete, perderia o pouco brilho que têm à frente de uma pasta esvaziada e passaria a ter status de chefe de departamento, o que, de maneira alguma enriqueceria sua pálida biografia pública.

Se encontraria ai, um dos que podem não estar satisfeitos com a mudança pretendida pelo chefe que tiraria os poucos holofotes que ainda tem a seu favor, sendo, talvez, mais interessante para retornar ao trabalho de edil.

Outro, cujo grupo poderia não estar nada satisfeito com a medida seria o vice-prefeito Gustavo Pimenta, ejetado da Secretaria de Assistência Social, amargando desconfortável anonimato que em nada contribui para a pretendida postulação de ser prefeito do município.

A nova Secretaria poderia tornar Beto mais palatável aos olhos de parte do eleitorado que o rejeita, já que venderia a ideia de grande empresário capaz de promover mudanças no turismo local, mesmo não tendo conseguindo mudar uma vírgula do comportamento do Legislativo local, que sob seu comando, continuou obsoleto, conservador e sem modernidade alguma.

No entanto, os adversários acreditam que a máquina pública, o dinheiro e o marketing podem tudo, razão mais que suficiente para que os grupos que pretendem participar da disputa eleitoral com chances, com razão, torcem o nariz para a criação da Secretaria.

Esta disputa deságua exatamente na disputa pela presidência da Câmara que já começou, e ao que tudo indica, se não houver composição dos grupos, não haverá secretaria e sobrará mais uma “traição” ao experiente em ser traído, vereador Marcos Coca, que fez, até agora, muita pressão para ser presidente, mas pode chegar no final da disputa mais uma vez sem gás algum.

O quadro que Geninho tem nas mãos para administrar desta vez é bastante complexo e deste quadro podem sair fissuras que não mais se resgatarão, ou não, dependendo da forma como se movimentarão as pedras no tabuleiro deste grande xadrez político eleitoral.

É sabido que manter as bases em sintonia e tranquilizadas pelos períodos em que o toma lá dá cá pode funcionar e que não está em jogo à tomada do poder central é relativamente tranquilo, nomeações, empregos, promessas, fisiologismo e populismo funcionam com facilidade.

Quando o que está em disputa é o poder central, a coisa muda, acende-se alto as fogueiras da vaidade, e é nesta encruzilhada que os mentores de todos os pretendentes a disputa futura se encontram agora.

Se Salata, que se mostra enquanto dissidência para disputar a presidência da Câmara contra Marcos Coca, ganhar, com certeza fortalecerá a candidatura dos que prestigiaram a sua candidatura, da mesma forma que Marcos Coca trabalhará para endossar a candidatura de Puttini que o apóia agora.

Queda de braço violenta, que segundo os informantes, nos bastidores, está até agora empatada, tendo os dois candidatos o mesmo nível de chance de se eleger, o que indica, que terá de haver muita negociação para se resolver esta questão.

E, nestas horas, com a mão do gato, do gato super esperto, se pretende auxiliar um dos dois candidatos, poderá entrar Geninho, de forma que nenhum dos lados perceba, para não causar melindres que poderiam causar cismas e catástrofes no seu final de mandato.

Todos sabem de sua predileção por Beto Puttini, e até do compromisso de que ele seria seu candidato preferencial agora, porém, no universo político as coisas não rolam conforme a vontade de um só, e a candidatura “traída” de Marcão Coca lá atrás que o diga.

Geninho sabe que rei morto, rei posto, e que a morte de seu reinado tem hora e dia marcado para acontecer, que já respira por aparelhos, que o esquecimento já bate a porta e com ele o revanchismo dos inimigos, a desforra, a vingança, o ódio tantas vezes praticado voltando contra si.

É a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar.

A disputa que determinará sua saída do poder já deu seu ponta pé inicial, os nomes já ganham as ruas e Beto, seu nome predileto para disputa, não é unanimidade, não está sozinho nem dentro do próprio grupo, famoso por não agregar, divide, separa e pode não chegar lá, já que a história local não mostra no passado nenhum prefeito fazendo o sucessor.

É aguardar pra ver, enquanto vão surgindo nomes, como o de Pimenta, Puttini, Primo Gerolin, Salata, Guto Zanete, na situação.

Magalhães, Hilário e ao que tudo indica Caia Píton, João Brocanello, na  oposição, e outros que se ventila por ai, que só o tempo dirá se serão ou não.

Direito legítimo e democrático que tem que ser respeitado e estimulado, quanto mais candidatos maior a possibilidade de escolha.

Enquanto os nomes buscam se solidificar, na Câmara a luta é para que o nome de Puttini, que sofre um revés se vir a se confirmar a candidatura de Caia Pitton, não se fortaleça com uma Secretaria que seria criada para dar visibilidade com dinheiro público a sua candidatura, segundo o que se propaga pelos bastidores e pela mídia.

O que, se for verdadeiro, nestes tempos de moralização da coisa pública é algo degradante do ponto de vista moral que tira de sua candidatura pontos preciosos e fragiliza seu palanque abrindo espaço para críticas severas ao comportamento explícito e cínico da máquina pública visando sua promoção pessoal.

Tomara que seja só especulação. Quem viver verá.

 

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