26 de maio | 2019

Saúde, seria hilário se não fosse trágico

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Do Conselho Editorial

Com saúde não se brinca, afinal está se lidando com o que pode haver de mais importante para o ser humano que é finito.

E tendo noção de sua finitude, luta com todas as forças para sobreviver o máximo possível com qualidade de vida o que lhe foi destinado.

A possibilidade de que possa, em razão da incompetência do poder público, ver ameaçado seu bem mais precioso, faz com que se rebele e manifeste sua contrariedade contra quem interpreta teria o dever de organizar para que o sistema não se tornasse catastrófico.

Em Olímpia a situação a cada dia vai ampliando a revolta popular em razão da falta de atendimento, da ausência de qualidade e profissionalismo no péssimo trabalho prestado na rede pública com ênfase na Upa.

O sistema que foi entregue ao ex candidato a prefeito derrotado nas últimas eleições, como moeda de barganha, por ter sob domínio os vereadores Fernandinho e, ao que parece, Hélio Lisse Jr., transformou a saúde local em terra arrasada.

Em plena crise, após a morte suspeita de uma jovem por atendimento precário, da tribuna da Câmara, o vereador, em tese, admitiu o vergonhoso conchavo levado a efeito com o prefeito Fernando Cunha para que Hilário se responsabilizasse.

Hilário Ruiz, que nunca se mostrou competente nem nos setores que deveria ser, levando ao esquecimento a União dos Estudantes de Olímpia (UEUO), sobe seu domínio e, sem contar as estrondosas suspeições que pairaram sobre os armários que eram vendidos de forma superfa­turada por empresa de Catanduva.

Destroçou o Partido dos Trabalhadores que era seu feudo e parece que ainda domina parte dos destroços que sua passagem por lá deixou, mudou de partido, abandonando as sobras depois de cuspir no prato.

Com este currículo destruidor, foi cuidar do que desconhecia, a saúde local.

Para isto convocou Marcos Pagliuco, outro ex-petista que, ao que tudo indica sabia tanto quanto ele, ou menos ainda, do setor que cuida de humanos e o que parecia humanamente impossível aconteceu.

Sim, porque o foco da campanha de Fernando Cunha era exatamente acabar com o caos fabricado por Geninho e sua secretária Silvia, que entendo quase nada entendia de saúde pública, e parece que entendia bem mais que Pagliuco, infelizmente, e se ampliou o que era horrível.

O que se vê na UPA é uma tragédia sem fim, um absurdo sem igual e Cunha, na sua enorme teimosia, continua teimando com a fórmula gasta e sangra em via pública e irá sangrar fornecendo farto material ao adversário, como foi fornecido a si para sua campanha.

Ironia do destino, o próximo prefeito pode ser eleito indiretamente pelo atual prefeito como este foi eleito pelo ex-prefeito que foi eleito pelo antecessor pela mesma razão: o caos na Saúde.

Há três eleições os prefeitos se elegem tendo como base de campanha o esfacelamento da saúde pública e sendo um mais teimoso que o outro, ou crendo que deter a máquina pública já é suficiente pra se eleger, ou outras razões nada republicanas.

E, três eleições se foram e dois ex-prefeitos foram derrotados nas urnas por conta de ineficiência na saúde, parece que mais um segue a trilha.

E, ameaçando, perseguindo, processando, querendo calar, constranger em tempos em que todos têm como transmitir sua mensagem, só amplia seu desgaste e diminui a chance de disputar com quem quer que seja.

A Saúde está pela hora da morte e insistir com este pessoal fisiológico, oportunista e incapaz é se permitir pagar o preço que esta decisão abriga.

O terrível na história é a percepção de anos e anos de caos se ampliando na área de saúde e o povo sendo atendido de forma péssima sem grande profissionalismo por parte de algumas que atuam na rede pública, pessoas morrendo, ficando com sequelas e o poder público afirmando que está tudo as mil maravilhas e que este é o melhor dos mundos se comparado as desgraças que ocorrem em outros lugares.

Eles falam das desgraças que o povo não vive para que as pessoas não lembrem das graças a que têm direito de viver.

Isto, isto é hilário se não fosse trágico.

 

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