25 de junho | 2016

São João, em Olímpia é festa do padroeiro

Compartilhe:

Do Conselho Editorial

É tempo de “Santanear”; chegou a hora da fogueira; é noite de São João, o céu fica todo iluminado, todo estrelado, pintadinho de balão.

E estivesse José de tantas histórias, de tantas lendas, levantando poeira com seus sapatos de muitas e muitas léguas de terreiros andados, rezando terços, tomando quentão e se aquecendo das palavras e das canções emanadas do saber popular, por aqui, estaria sorridente, cantante, altaneiro no meio de sua gente.

E o povo, pensando neste caboclo a noite inteira, também fica com uma fogueira de saudade dentro do coração.

E se vê, como talvez se veja cada um dos saudosistas, românticos, poetas, sonhadores, desde esquecido pedaço, pequenino, de pé no chão, cortando papel fino pra fazer balão.

A olhar o balão que ia subindo para o azul da imensidão.

Se hoje em dia o destino desta gente não vive em paz; se o balão de papel fino já não sobe mais; se o balão da ilusão levou pedra e foi ao chão; resta a esperança de que um outro dia virá e com ele cantos e louvores de agradecimento por tantos anos passados e vividos sob o auspício e a proteção de João e sob as benção de José, que nestes períodos mais “folcloricamente” festivos “Santaneia” na saudade e na memória dos filhos desta terra de São João Batista.  

E voltam lá atrás, a beber água de cacimba, ouvir o esturro da suçuarana nas barrancas do Rio Cachoeirinha, nadar nos ribeiros calmos e transparentes e se vestir com a simplicidade dos lírios que crescem nos campos que não trabalham e nem fiam e nem Salomão, em todo o esplendor de sua glória, vestiu-se como um deles. 

E assim despojados das vestimentas da sofisticação e do glamour, comemora-se com a humildade e a sensatez das coisas santas o dia do padroeiro desta centenária menina-moça.

Que já a beira do riacho dos Olhos D’água, uma capelinha  de São João, que era de cravo, era de rosa, era de manjericão. E São João dormindo, não ouvia não, e o coro do nosso povo em cantoria, acordai, acordai, acordai, João.
Avisando que chegou a hora da fogueira, que é noite de São João, em Olímpia, o céu fica todo iluminado; o céu todo estrelado, pintadinho de balão.

Cidade Menina Moça, que fica pensando na cabocla a noite inteira e deixa o coração a lembrar que quando se era pequenino, de pé no chão, recortava papel fino pra fazer balão.
O balão ia subindo, para o azul da imensidão.
Cai cai balão, cai cai balão, na rua do melão.
Não cai não, não cai não, não cai não, cai aqui na Rua São João.

E espalhe estrelas, fogos, rezas, invoque o passado, presente, diga a que veio a proteção joanina nesta cidade folclórica e devota de ti João, e apaixonada por você José, que dedicou a sua vida a desvendar a magia que havia na ciência popular, nos cantos, nos contos, nas festas, nas lendas, nas histórias de cada um, no universo mágico da criatividade do teu povo, que a cada ano reverencia teu santo protetor e invoca por estar no clima da festa impregnada com a sua alma, o seu espírito, a tua Presença, mestre José Santana, em saudade, que nada mais é que a ausência que se faz presente na lembrança.

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas