03 de outubro | 2021

Samba Sem Pedroso!

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Pois é, mais um Mestre que nos deixa com muita saudade, ele com quem me comunicava com facilidade, um simples olhar para executar as evoluções e sambas de enredo.

Quanto aprendizado tive o privilégio de ter com você! Um beijo no coração, e sei que Deus já te recebeu de braços abertos e em festa, agora junto de outros amigos do Samba Sem como, nosso também Mestre Décinho, que tenho gratidão por tanto aprendizado. Fiquem em paz!

(Ricardo Malufi)

Do Fernando Coelho e da Sandra Fantoni, recebi um pedido que me deixou muito lisonjeado: escrever algo sobre nosso amigo Pedroso. Antes quero deixar registrada minha emoção pela perda, nesses últimos dez anos, de importantes componentes do Samba Sem, principalmente do setor da bateria, cada um com sua singular importância, e no caso mais recente do nosso Pedroso.

Confesso que escrever sobre sua participação na Escola foi muito fácil, embora texto nunca tenha sido meu forte. Nossa diferença de idade é de seis anos e sempre vi nele, desde jovem, uma musicalidade especial.

Num certo dia de ensaio, cujo ano não me lembro, ao chegar ouvi de longe um som de apito marcando o batuque, que me chamou a atenção. Ao me aproximar, deparei com ele, no meio da roda, fazendo aquele som com a boca, sem o apito…, aquilo me chamou muito a atenção. Naquela época, ele bem jovem, tocava e muito bem caixa, tanto que passou para mim a ser mais um ritmista diferenciado, com quem eu poderia contar na segurança do samba nos momentos mais críticos.

Outra qualidade do Pedroso era seu ouvido afinado, que pegava fácil as evoluções do samba e suas variações, além de criativo em novas passagens do ritmo.

Com o tempo e com o crescimento da bateria eu tinha mais dificuldade no comando, principalmente na parte de trás, para segurar o ritmo e “não atravessar o samba”. Pedi então que ele me ajudasse e ao princípio ele ficou com receio, mas lhe dei força e ele topou. No último carnaval, 2020, ele desempenhou a mesma função, ajudando o Baga, e eu de fora percebi a importância do segundo apitador!

O ano de 1985 foi meu último no comando da bateria, que passei para ele por absoluto merecimento. Não sei por quantos anos nosso querido amigo comandou a diferente bateria do Samba Sem Compromisso, mas com certeza com muita competência.

Obrigado amigo Pedroso, seu ritmo e carisma estarão sempre guardados em nossos corações.

(Do amigo Véio – Fernando Storto)

Era final dos anos 70, eu e meu inseparável amigo Pedroso, colega de classe e de outras andanças, no auge dos nossos 16 anos, pendurados nas paredes do Banco Comind, assistíamos ao desfile de carnaval de Olímpia, e como garotos que adoravam fazer barulho, ficamos encantados com a Samba Sem Compromisso, naquele ano com o tema “Gran Circo”.

Não pensamos duas vezes, e no ano seguinte, em 1978, lá estávamos orgulhosos no meio da turma, desfilando pela primeira vez na bateria com o tema “Eu sou o samba”. No ano seguinte saímos com o tema “Se essa rua fosse minha” e continuei por mais uns dois anos. Mas ele, com o samba nas veias, da música e das danças, para nossa alegria continuou.

Fui morar fora, me casei e quando voltei para Olímpia fiquei muito feliz, pois lá estava ele, meu grande amigo, à frente comandando a bateria. Foi uma alegria e porque não dizer um orgulho muito grande, vê-lo lá, brilhando junto com o Samba Sem.

Num instante passou um filme na minha cabeça, e relembrando o passado, fiquei feliz por saber que também fiz parte dessa história, mesmo que por alguns anos. Meu amigo Pedroso, tenha uma certeza, esteja onde estiver o som de seu apito jamais vai silenciar, e a sua imagem de alegria e perseverança vai estar sempre presente entre nós. Até breve.

(José Paulo Sottero, ex-tocador de agogô da Samba Sem, com muito orgulho e saudade)

Um artista engenheiro, que com sua graça, emoção, qualidade e amizade participou de muitos carnavais, alguns cruciais para nosso bloco como em 1986, onde junto a outros companheiros sustentaram a barra e manteve o Samba Sem. Paulo Cesar Pedroso, a você nossos profundos agradecimentos, com muito carinho.

(Fernando Monzani e Sandra Fantoni)

ASSOCIAÇÃO CULTURAL SAMBA SEM COMPROMISSO

 

 

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