01 de dezembro | 2014

Reformas que matam e uma cabeça pensante que se vai

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PRINCIPIANDO, …

… pois quase tudo sempre tem um início (será?), sem saber onde vai terminar, sem ter noção do que refletir, vamos simplesmente dando o pontapé inicial no que deveria ser uma coluna … já começou a doer …

GENTE …

… não precisa ficar preocupado, não vamos viajar juntos na maionese, vamos tentar enxergar alguma coisa ou algo mais racional, vamos tentar entender o porquê de  estar acontecendo tantos acidentes nas rodovias que cortam a nossa  cidade.

PELO QUE SE …

… imagina, em princípio, uma premissa seria a falta de segurança e de sinalização nos locais onde estão sendo realizadas as obras e isso é inaceitável. Pois, em nome do progresso, não se pode aceitar o risco de se tirar vidas humanas.

O PROBLEMA …

… é a questão que surge: quem paga a conta? E será que é possível transformar em pagamento as vidas que já se foram em razão das situações já registradas?

CLARO, …

… os casos de acidentes onde o prejuízo foi material certamente a via judicial encaminhará para o ressarcimento pelo Estado, ou pelas próprias empreiteiras.

MAS E O PREJUÍZO …

… de vidas humanas? Este não tem volta, não tem preço.

E O PIOR …

… é que a morte recente de um empresário olimpiense no trevo da antiga Cutrale, trouxe à baila uma outra situação que, ao que parece, mesmo depois de concluídas as obras de melhoramento das ditas rodovias, deverão ainda causar outros acidentes.

PELO QUE SE …

… depreende do que foi feito até aqui, nos projetos tanto da Assis Chateaubriand, que liga Olímpia a Rio Preto e Barretos, quanto da Armando de Salles Oliveira, a chamada Rodovia de Morte, antiga rodovia da Laranja, foram inseridos trevos que parecem obedecer algum “modelito” aproveitado de outros projetos sem se realizar um estudo aprofundado da viabilidade de tal modelo para o local em que está sendo implantado.

COM CERTEZA …

… este fato poderá se transformar no futuro a verdadeira herança de obras realizadas sem o devido planejamento, sem os devidos estudos sérios que poderiam evitar não só as mortes e as dezenas de acidentes durante a sua realização, como os prováveis acidentes que certamente acabarão ocorrendo no futuro.

SEM CONTAR …

… a destruição de árvores que aconteceu para que estas obras pudessem ser concretizadas.

MAS DEIXANDO …

… o asfalto de lado e passando para a nossa única verdade absoluta, Olímpia, na semana que passou, perdeu uma de suas cabeças pen­santes que este jornalista sempre considerou como uma das mais ilustres. Faleceu o cara Marcial Ramos Neto.

MARCIAL …

… um dos filhos do nosso revolucionário Miguel Ramos (com pensamentos socialistas), que conseguiu criar todos os seus filhos vendendo cadernos, livros, LPs e fitas cassetes e, com um amor con­tagiante, sempre tratando à todos com o carinho de quem vê o ser humano de forma humanista, passando pra eles a moral que entendia ser a melhor, tinha a mesma índole do pai.

TAMBÉM …

… não fazia diferença ser negro ou branco, pobre ou rico, bastava ter vontade de bater um bom papo, que encontrava um interlocutor com conhecimento suficiente para discutir ideias, para formular teses, sempre no sentido de criar um mundo mais justo, mais humano.

MARCIAL …

… teve participação na vida política local, junto com seus irmãos, trabalhou para a viabilização do Partido dos Trabalhadores em Olímpia numa época em que esta cidade, dominada por descendentes dos coronéis, uma elite que não queria ninguém com pensamentos progressistas.

LEMBRO …

… como se fosse hoje, a segunda visita de Lula a Olímpia, acompanhado da então militante Bete Mendes, uma das grandes atrizes do cinema, da TV e do teatro brasileiros, no dia 21 de outubro de 1982.

FOI JUSTAMENTE …

… defronte a sede deste jornal que, à época, ficava na 9 de Julho, próximo da própria Casa Ramos, defronte o antigo Banespa, numa carreta de trator. Lula veio para pres­tigiar as candidaturas do partido naquele ano em Olímpia que teve o histórico Joel Pinto Galindo como candidato a prefeito.

A PRIMEIRA …

… visita do então sindicalista e líder do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, aconteceu na praça da Matriz e foi fotografada pelo também petista, professor Luiz Fernando Mon­zani, no que pode ser a sua primeira aventura no mundo da fotografia.

LEMBRO MAIS …

… das várias conversas sobre política, sobre economia, sobre qualquer assunto que fosse, Marcial parecia ser reflexão pura. Gostava de navegar no próprio pensamento, tendo um interlocutor para discutir, para engrandecer o pensamento.

NUNCA SE AVENTUROU …

… a se candidatar a nenhum cargo público. Era homem de retaguarda, de estabelecer estratégias, de criação, de reflexão.

INFELIZMENTE …

… partiu cedo, sem conseguir ver triunfar suas esperanças, embora tenha vivido a glória de ver a esquerda brasileira chegar ao poder, mas morreu num momento em que o partido que ajudou a construir enfrenta talvez seu momento de maior crise.

VAI EM PAZ …

… companheiro. Você conseguiu, assim como seu pai, mesmo com pensamentos conflitantes com a maioria da sociedade de uma cidade conservadora como Olímpia, inscrever o seu nome na história e, com certeza, contribuiu para a formação de centenas de amigos e conhecidos com seu conhecimento, com suas reflexões.

José Salamargo… ques­tio­nando o que adianta ser idealista, se o desejo satisfeito é o que alimenta, que torna o homem próximo da natureza, ao contrário da razão que escraviza, é criadora da tal da vontade que frustra e entristece.

 


 

 

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