19 de janeiro | 2025

Reflexões sobre o descaso público: um grito por governança responsável

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Análise dos desafios estruturais, gestão pública ineficiente e a urgência por transformações em Olímpia.


José Antônio Arantes
– As últimas semanas trouxeram à tona três episódios que revelam com clareza como a falta de compromisso com a gestão pública prejudica não apenas a confiança nas instituições, mas também a qualidade de vida da população.

Da precariedade estrutural na Câmara Municipal de Olímpia à desorganização nos serviços de saúde e às polêmicas nomeações no CODEVAR, o que se percebe é a urgência de uma governança mais eficiente, transparente e comprometida com o bem coletivo.

NEGLIGÊNCIA
NA CÂMARA MUNICIPAL DE OLÍMPIA

A situação da Câmara de Olímpia é, no mínimo, alarmante. Com goteiras que transformam o prédio em um verdadeiro campo minado em dias de chuva, banheiros impraticáveis e móveis inexistentes, o legislativo municipal não reflete apenas o abandono estrutural. Ele é um espelho da negligência acumulada ao longo dos anos.

O atual presidente Flávio Olmos assumiu um desafio que vai muito além da gestão ordinária: reconstruir não apenas paredes, mas a confiança da população na seriedade da Câmara.

Medidas como a ação judicial contra fornecedores de materiais de baixa qualidade são passos importantes, mas não suficientes. É preciso mais do que remendar telhados ou instalar móveis; é necessário transformar a Câmara em um exemplo de eficiência e responsabilidade. Afinal, como esperar que a população respeite as instituições se elas mesmas não demonstram respeito por si?

FALTA DE PLANEJAMENTO
NO SISTEMA DE SAÚDE

Enquanto isso, em outra ponta da administração pública, o remanejamento dos serviços do Centro de Saúde da Mulher para UBSs escancara a desconexão entre as decisões do governo e as reais necessidades da população.

Embora a Prefeitura afirme que problemas estruturais no ARE motivaram a mudança, o processo foi marcado por falta de comunicação e planejamento. A população não foi informada com antecedência, da mesma forma que ocorria no governo anterior, gerando confusão e dificuldades para quem depende do SUS.

DESAFIOS PARA
ACESSAR O SERVIÇO PÚBLICO

A centralização de atendimentos especializados no ARE facilitava o acesso rápido à saúde. Agora, com os serviços espalhados por diferentes UBSs, a agilidade desapareceu, e as mulheres se veem obrigadas a percorrer a cidade em busca de atendimento. Essa é uma mudança que penaliza quem já enfrenta desafios diários para acessar serviços públicos.

Mais uma vez, a saúde é deixada em segundo plano em nome de soluções paliativas ou emergenciais. A população de Olímpia merece serviços públicos eficientes, priorização real nas áreas essenciais e, acima de tudo, respeito.

CONTRADIÇÕES NO CODEVAR

Por outro lado, a recente nomeação do candidato a prefeito derrotado (ficou em terceiro lugar) nas últimas eleições, sgt. Tarcísio, como secretário executivo do CODEVAR é o terceiro capítulo desse triste enredo de descaso.

Com um salário de R$ 10 mil mensais e a criação de outros cargos também polpudos, a decisão foi tomada sem consulta aos prefeitos dos municípios consorciados. Isso gerou revolta e desconfiança.

POLITICAGEM
E INTERESSES PARTICULARES

O que se vê é a tentativa clara de um candidato derrotado na última eleição de manter sua sobrevivência política custeada pelo dinheiro público. Sargento Tarcísio demonstra que seu compromisso parece estar mais voltado a sustentar sua politicagem e garantir empregos para seu séquito, em vez de focar no desenvolvimento real da região.

O CODEVAR, que deveria ser um instrumento para fomentar o progresso regional, corre o risco de se transformar em mais uma ferramenta de politicagem barata e acomodação de interesses pessoais.

CRÍTICAS À FALTA DE TRANSPARÊNCIA

As críticas apontam para a falta de critérios técnicos e transparência nas nomeações, além de uma aparente desconexão com as verdadeiras demandas dos municípios. Como justificar um salário dessa magnitude enquanto cidades menores mal conseguem arcar com despesas básicas?

O que aconteceu no CODEVAR não é um caso isolado, mas um sintoma de um sistema que precisa de intervenções urgentes para não se tornar apenas mais um núcleo de interesses particulares.

NECESSIDADE
DE REFORMAS URGENTES

Esses três episódios têm algo em comum: mostram como a falta de planejamento, transparência e priorização nas políticas públicas pode prejudicar o bem-estar coletivo.

Desde a precariedade da Câmara de Olímpia, passando pelas dificuldades impostas às mulheres que dependem do SUS, até as controvérsias em torno do CODEVAR, o que se vê é um retrato de como as instituições públicas precisam de uma reforma urgente e profunda.

As instituições existem para servir ao povo, e é esse princípio que jamais podemos perder de vista. A hora de mudar é agora. Olímpia precisa de governantes e gestores comprometidos, e a população precisa continuar exercendo seu papel de cobrar, criticar e, acima de tudo, participar.

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