06 de outubro | 2019

Real ou imaginário, qual a verdadeira intenção de se propagar o antes para se apregoar o depois?

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“A ciência se baseia na pesquisa. São milhares de tentativas até se chegar a um resultado que possa ser comprovado pela maioria. São métodos exigentes. Técnicas específicas de cada área para se chegar a uma boa teoria, que jamais será definitiva ou 100% eficiente. Mas quando se tenta apurar opiniões, a situação passa do objetivo para o abstrato, do real para o imaginário. Aí, salve-se quem puder”.

Mestre Baba Zen Aranes.

COM CERTEZA, …

… pelo menos até o início desta manhã de sexta-feira, 04 de outubro, o assunto que mais repercutiu no grande universo ainda não proibido e, por conseguinte, território livre da grande maioria da população, a tal de internet, e também entre os que vivem a exercitar a imaginação quanto ao futuro político desta terra de Olímpiã e Festança, foi a propagação inclusive, ao que tudo indica, impulsionada, por empresa das Minas Gerais, do resultado de uma pesquisa de 2017, quando dos 100 dias de governo, para anunciar que irá apurar qual o desempenho do atual coronel.

TERGIVERSAS QUAE SERÁ TAMEM, …

… parodiando a frase existente na bandeira do Estado do instituto, “Libertas Quæ Sera Tamen”, será que tergiversar é preciso?

A PUBLICAÇÃO …

… feita na página do Facebook da empresa mineira e compartilhada em larga escala entre o público local, mostrava o resultado de uma pesquisa que teria sido realizada em 2017, quando do completar dos 100 dias do governo atual, onde o dito cujo aparece com quase 50% de aprovação.

ACONTECE QUE …

… o texto e a arte, até certo ponto carregados pelo estigma da subjetividade, acabou sendo entendido por muitos como sendo o resultado de uma pesquisa atual. Ou seja, que o governo do nosso “sinhozinho do engenho” estaria com boa aceitação de metade da população, mesmo com todas as movimentações e os estigmas criados pelo coronel principalmente nos últimos 12 meses.

SÓ PRA RELEMBRAR …

… o Cunha atual brigou pelo fim da ditadura nos anos 80 e teve como men­tor político simplesmente o motorista e guarda-costas do famoso Carlos Mari­ghella, político, escritor, guerrilheiro e terrorista comunista marxista-leninis­ta brasileiro. Um dos principais orga­nizadores da luta armada contra a ditadura militar brasileira, Marighella chegou a ser considerado o inimigo “número um” do regime.

APENAS A TÍTULO …

… de ilustração histórica, segundo o advogado e pesquisador Caio Rivas, em artigo publicado no si­te Jusbrasil, Aloysio, o cacique político de Cunha, foi aluno de direito do Largo São Francisco e iniciou a carreira política como presidente do Centro Aca­dêmico XI de Agosto, em 1967. Era filiado ao PCB, que estava na clandestinidade.

LOGO EM SEGUIDA …

… se juntou aos quadros da Ação Libertadora Nacional (ALN) e entrou na luta armada. Além de motorista de Marighella, o principal líder da ALN, em algumas ações, dizem que chegou a participar do célebre assalto ao trem pagador Jundiaí-Santos, em 1968.

COUBE …

… a Aloysio dirigir um dos carros e guardar o dinheiro roubado que seria usado para financiar as ações armadas do grupo. Durante o período na clandestinidade, adotou, entre outros, os codinomes de Mateus e Lucas.

NO MESMO …

… ano do assalto ao trem pagador, foi enviado por Marighella a Paris, onde se transformou em uma espécie de embaixador da guerrilha brasileira. Cabia a Aloysio fazer contato com políticos e publicações europeias de esquerda para angariar apoio ao movimento brasileiro. Chegou a se filiar ao Partido Comunista Francês.

ANOS DEPOIS, …

… ao falar sobre o passado de guerrilheiro, Aloysio dizia ter uma visão “absolutamente crítica” do movimento não só por ser uma tática equivocada, como por combater a ditadura por “uma via que não era democrática”.

MAS, VOLTANDO …

… ao tema em questão, que não tem nada a ver com esta história e apenas serve para mostrar que a educação elitista, coro­nelista e de senhor de engenho é que parece ter imperado e não a formação libertária dos tempos de universitário, “sinho­zinho” conseguiu construir além do estigma de coronel, o de que não quer nem saber do funcionalismo público e o de que administra apenas para os ricos da cidade e não quer nem saber e teria até nojo dos pobres.

ORA, COM ESSA …

… imagem formada no inconsciente coletivo de população, principalmente dos diretamente atingidos, como uma pesquisa poderia apontar um índice de satisfação de quase 50%.

DAÍ, FORAM …

… muitos os comentários, claro, além dos puxa-sacos de plantão, os que continham verdadeiros achaques ao coronel.

MUITOS …

… até entenderam que a pesquisa não era de agora, mas sim de 2017 e ainda assim, detonaram a informação que figurou como um “FakeNews”, sem o sê-lo, como diria o grande e saudoso “Dellapita”.

COMO A VERDADE …

… não existe, pois nem a ciência consegue chegar a uma teoria que seja imutável, se a pesquisa que está para ser realizada, ou até já foi, ou não será, der resultado parecido, o bicho deve pegar. Pois, com o resultado de 2017, quando o governo ainda estava no início e tudo não passava de uma mera expectativa, já causou tanta polêmica, imagine se tascarem que agora a aprovação estaria acima de 30%?

CLARO, …

… chegando a este número, principalmente por estarmos a um ano das eleições, já vai ser difícil de grande parte do público que se manifesta aceitar, e o número de incrédulos certamente deverá aumentar na medida em que aumentarem os números do possível resultado da própria pesquisa.

José Salamargo  – Quem sobreviver, certamente verá.

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