04 de outubro | 2020

Queimadas, criminosas ou não?

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Olímpia participou desta estatística nesta e
noutras semanas e possivelmente continuará
participando até que as chuvas venham
para ou apagar as “bitucas” que a mentira
criou, ou para obrigar mentes maldosas e
criminosas a um descanso até
a próxima onda de calor.

Do Conselho Editorial

O país está em chamas, Olímpia viveu na quarta-feira, momentos de asfixia e de receio de que vidas fossem perdidas tamanha a extensão da queimada que, por pouco, não chega à zona urbana. As notícias são as piores possíveis e o problema, ao que tudo indica, não está restrito ao Mato Grosso e a Amazônia.

Das cidades circun­vi­zi­nhas chegam notícias de incêndio em pastos, canaviais, beira de rodovias e principalmente em matas ciliares.

A tendência de grande parte dos brasileiros é naturalizar, minimizar as queimadas e seus efeitos nocivos ao meio ambiente e a saúde da população.

É comum ouvir que os incêndios devem ter sido produzidos pela imprudência de alguém que deve ter jogado uma “bituca” de cigarro e como está tudo seco o fogo se propagou.

Não fossem tantos os focos poderia, mesmo que não fosse verdadeiro, se atribuir as “bitucas” de cigarro e não a maldade humana a quantidade de focos de incêndios.

Mas são muitos os focos, sendo que quantidade expressiva em região de ma­ta de interesse a exploração econômica com a ampliação de pastos ou de plantio.

E o país vai se transformando em um grande inferno e as cidades enfrentando além das altas temperaturas verdadeiras chuvas de fuligem que além da sujeira que provocam trazem problemas respiratórios e outros que afetam de bebês a idosos.

É chocante o conformismo da população no que se refere as queimadas, ao que parece, não se preocupando com o que está se perdendo no país, com a  desertificação de áreas que produzirão por um período pequeno e depois se transformarão em deserto, segundo os cientistas.

Nada disto ou nenhuma destas informações faz com que as pessoas se conscientizem para a gravidade do que será composto o enredo do triste futuro que as espera.

Não se trata das abelhas, canário terra, onça, jaboti, ariranha, tamanduá bandeira, arara, jacaré, macaco, cobra ou peixe, se trata de vida cuja função necessária no todo cumpre função para que o todo continue existindo.

Quando se quebra esta cadeia, este elo desequilibra o meio ambiente e a falta de uma ou várias espécies seja da flora, ou da fauna, torna sensível o mecanismo que cuida para que a vida prossiga equilibradamente.

 O ser humano, no Brasil, principalmente, nos últimos tem tido um olhar menos cauteloso ao que tange a proteção da natureza e mais ganancioso no que tange aos lucros que pode obter da exploração da mãe terra.

Em razão desta escolha desumana e sem lógica alguma houve um crescimento do desmata­men­to e das queimadas pelo Brasil afora e, pelo que se observa, a tendência é de crescimento desta tragédia.

Olímpia participou desta estatística nesta e noutras semanas e possivelmente continuará participando até que as chuvas venham para ou apagar as “bitucas” que a mentira criou, ou para obrigar as mentes maldosas e criminosas a um descanso até a próxima onda de calor.


 

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