02 de junho | 2013
Pode buscar desculpas novas Eugênio
DO CONSELHO EDITORIAL
Esta semana, Eugênio José que ainda contava teve um revés com a justificativa de ter sido arquivado pelo Ministério Público local a investigação que cuidava de denúncias relacionadas com o que está sendo investigado pelo MP federal, no conhecido caso conhecido como da máfia do asfalto.
Notícia divulgada no Diário da Região de Rio Preto dá conta de que os promotores de Justiça da região de Rio Preto passam a investigar, no âmbito civil, atos de improbidade – suposto envolvimento de agentes públicos e políticos com acusados de integrar a Máfia do Asfalto. Promotores de dezenas de comarcas do Noroeste paulista se reuniram com o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e tiveram acesso a documentos, gravações e provas constantes na investigação contra o Grupo Scamatti.
“Os promotores receberam um kit com provas mínimas para embasar suas convicções iniciais. Cada promotor recebe o material e vai tomar providências”, disse o promotor do Gaeco, João Santa Terra, que encabeçou a investigação criminal contra a máfia. Caso haja necessidade, o Gaeco vai ajudar promotores com documentos obtidos durante a investigação da Asfalto Limpo, que culminou com a operação Fratelli, em parceria com Ministério Público Federal e Polícia Federal.
Portanto, Eugênio, que já havia perdido a argumentação da aprovação de suas contas pelo Tribunal de Contas, perde mais esta e deve ganhar, se isto pode ser considerado ganho, a reabertura do inquérito investigatório que ele, Geninho alardeava ter sido arquivado.
De acordo com o Diário, caso um promotor tenha aberto processo investigatório contra empresas ligadas ao Grupo Scamatti e não tenha conseguido angariar provas para realizar a denúncia, agora poderá reabrir o inquérito. É o caso, por exemplo, de Olímpia, que chegou a investigar licitações disputadas por empresas do Grupo Scamatti mas arquivou o caso. “As armas que temos (para investigar) no âmbito criminal são mais amplas (que no civil). Se necessário, o Gaeco está disponível para troca de informações com os promotores”, afirmou Santa Terra. Políticos e funcionários públicos responderão por improbidade administrativa caso sejam identificados como corruptores ativos ou passivos. O crime de improbidade não prescreve. “O inquérito civil pode ser aberto em qualquer tempo”, disse o promotor Carlos Romani.
Não bastassem estas noticias incomodas ao governo de Eugênio o promotor Álvaro Stipp, do MPF, abriu inquérito civil para apurar suposta fraude ocorrida em licitação feita em sua gestão. A licitação foi destinada ao recapeamento asfáltico de ruas da cidade. O valor do contrato entre o município e o Ministério das Cidades foi de R$ 105,3 mil e também foi assinado no dia 31 de dezembro de 2009.
Como notícia ruim pouca é bobagem, entre as empresas parceiras do Grupo Scamatti, que estão sendo investigadas no caso da Máfia do Asfalto estão algumas cujos proprietários são parentes do alcaide, o que de forma alguma seria de responsabilidade do prefeito, porém, para os leigos do assunto, os que querem ver o circo pegar fogo, tudo vira uma coisa só mesmo que não seja.
Sem contar que uma das licitações de asfalto realizadas em Olímpia e que não foram investigadas pela promotoria local, já se sabe, teve a participação de duas empresas do próprio grupo Scamatti.
Assim sendo, vai ficando cada vez mais complicado para Eugênio, do ponto de vista do público interno, demonstrar a sua total isenção neste rumoroso episódio que dá conta de falcatruas levadas a efeito em vários estados e que drenou mais de um bilhão dos cofres públicos e tido como um dos maiores escândalos financeiros da atualidade.
Se houve ou não participação dele ou de membros de seu governo as investigações ao final poderão apontar, até lá até que nada se prove todos são inocentes.
No entanto, para o homem público que pretendia ou pretende alçar voos mais altos, que tinha ou têm planos de carreira longa na política, estas acusações sendo verdadeiras ou não desgastam sua imagem e colocam dificuldades junto ao eleitorado.
A justiça que é lenta, as investigações também são demoradas, e automaticamente o ser político será severamente julgado neste tempo de novas exigências, de busca de moralização da coisa pública, de cansaço diante de tantas situações envolvendo desvios de verbas públicas, que a tendência do eleitorado é dificultar a eleição de quem estiver envolvido em casos rumorosos como este.
No caso de Eugênio, as suas justificativas vazaram água, arquivamento do Ministério Público e aprovação de Contas pelo Tribunal de Contas já não existem mais. É hora de Eugênio buscar novas desculpas e que as novas sejam mais reais e tenham mais consistência para resistirem aos novos capítulos desta novela que ao que tudo indica virão por ai.
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