05 de julho | 2020

Pesquisa de intenção de voto do SBT dá mostras que seremos obrigados a continuar a escolher o menos ruim entre os piores

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“Quando todos tentam propagar a mentira e
colocam em discussão a própria mesquinhez
de um lado e do outro, o povo, sem saber,
se limita a acreditar que é melhor aceitar
o que vai causar menos mal para si e para
os seus, sem ter como escolher o melhor”.
Mestre Baba Zen Aranes.

 

 EM PLENO PERÍODO …

… de pandemia, mas a poucos meses da eleição, que não se tinha nem ideia de quando ia acontecer e agora já tem data marcada, Olímpia deu a largada e a coisa já começa meio esquisita, mas sinalizando, sem dúvidas, que a briga de bastidores deverá ser intensa e, como sempre, muito distante de qualquer narrativa condizente com a realidade.

OLÍMPIA SEMPRE …

… foi considerada uma cidade conservadora e politicamente atrasada. Mas aqui algumas situações inéditas levam à conclusão de que sempre se trabalhou com o que hoje se convencionou chamar de “fake news”, ou a tal da pós-verdade.

ANTIGAMENTE, MESMO …

… antes da internet, os marqueteiros utilizavam os chamados bate-paus como meio de propagação das inverdades. Eram pessoas escaladas para irem aos bares espalhados pelos quatro cantos da cidade para espalhar que certo candidato era homossexual, outro tinha dado o golpe na própria família, ou qualquer coisa que pudesse denegrir a imagem do adversário.

E, ASSIM …

… se destruía a imagem do outro com base em fatos inverídicos ou agigan­tados, quer dizer, com mentiras deslavadas mesmo, sem fundamento na realidade.

AQUI, NUNCA …

… se discutiu projetos, ideias ou a melhoria da vida de população e o desenvolvimento da cidade. Trabalha-se a destruição do oponente e elege-se a quem a mentira destruir menos. E é o que parece vai acontecer mesmo com toda a evolução tecno­lógica existente.

OU SEJA, …

… sempre se elegeu o menos ruim, nunca o melhor, pois o nosso sistema de castas mantinha o poder de decisão (e ainda mantém) de quem pode ou não ser candidato, dominando como verdadeiras propriedades os di­re­tórios dos partidos existentes na cidade. E para ser candidato é preciso ter partido e para ter partido tem que aceitar as ideias dos coronéis. Aí, gente de bem não aparece e passa a acreditar que política é sinônimo de bandalheira.

NO CENÁRIO ATUAL, …

… a situação parece não ser diferente. Pois, embora os bate-paus tenham sido substituídos pelos paus mandados que ficam o tempo todo na internet propagando imbecilidades e mentiras deslavadas, agora, também se usando a estratégia de dizer que este ou aquele está melhor que o outro via pesquisas que se não forem científicas, servem a quem as financiou ou a quem as simulou.

E NESTE PONTO …

… não se pode garantir que resultado da pesquisa divulgada pelo SBT, esta semana, pelo tal de Instituto Paraná, seja o resultado fiel da atual situação da população local, pois pesquisa é simulação de uma possível tendência e tem que ser realizada com critério científico e obedecendo parâmetros que evitem que fique viciada.

E AÍ, ENTRAM …

… alguns vestígios de que se não foi conduzida por interesses indeci­frá­veis, ninguém vai saber ao certo se realmente foi realizada de acordo com os padrões dos grandes institutos. Pois a legislação eleitoral garante a privacidade dos questionários e da própria realização destas. Não dá para pedir recontagem por pessoas alheias ao processo.

ESTE JORNALISTA …

… fez várias pesquisas e participou diretamente, junto com amigos seus que tinham um instituto de pesquisa em São José do Rio Preto de sua elaboração. E sabe que são vários os detalhes, circunstâncias e cuidados que se não forem levados a sério podem comprometer qualquer resultado.

NO ENTANTO, …

… não acredita que o resultado desta pesquisa não reflita um cenário extremamente diferente da realidade. Pelo menos a posição, não os números, podem ter algum fundamento.

NÃO ACREDITA …

… que seja o retrato fiel da realidade, pois esse não se consegue com amostra­gens que se não setori­za­das de forma condizente, podem se configurar totalmente díspares do que se poderia ter como quadro atual. Mas também não consegue entender que, tirando os exageros, possa refletir pelo menos o fato de que o vereador Flávio Olmos não está tão bem na fita assim, como expressavam os seus seguidores e componentes de um possível gabinete do ódio (aos moldes do que se propaga em Brasília) que parece ter montado junto com seu sobrinho que é especialista em internet.

E SÓ PRESTAR …

… atenção nas figuras que o estão seguindo nas redes sociais e ajudando-o a espalhar acusações infundadas e sem confirmação, às vezes até desprovidas do menor senso de lógica. São sempre os mesmos (e que já estão filiados em partidos que deverão dar sustentação à sua campanha) e seus parentes que juntos formam uma legião de mais de uma centena de pessoas, que fazem parecer nas postagens que representam grande parte da população, mas que não representam parte tão significativa assim dos eleitores.

ALIADO …

… a tudo isso a insegurança que o pré-candidato mostra, denotando seu despreparo e falta de conhecimento de coisas básicas do próprio cotidiano da vida e da cidade, deixando transparecer que tudo o que fala tem que ser treinado com antecedência ou escrito por outra pessoa.

ADEMAIS, …

… mesmo utilizando a internet com o seu gabinete do ódio, não demonstra ter evoluído no conteúdo, que continuaria com o mesmo nível do passado quando se usava os bate-paus para espalhar fuxicos nos botecos, agora os usa para espalhar inverdades nas redes sociais.

INCLUSIVE, …

… meses atrás, andava com uma pesquisa debaixo do braço, propagando para todo mundo que estava bem na fita e esta, com mais incongruências ainda que a divulgada pelo SBT.

ESTES MESMOS …

… resultados, inclusive, chegaram a ser divulgados por uma emissora de rádio local e, na ocasião, o vereador, que pelo que estava no papel estava praticamente eleito com folga estratosférica, não veio a público reclamar.

NÃO SE ESTÁ …

… aqui pretendendo defender a pesquisa do SBT que agora traz o prefeito como o melhor prefeito de todos os tempos, pois entende que a coisa não deve ser bem assim e esta traz diversas incongruências e denotam amadorismo em sua realização.

PRIMEIRO, QUE …

… os nomes dos pesquisados parecem ter sido indicados para o instituto por pessoa que não tem conhecimento técnico para tanto, pois colocou pessoas que não são pré-candidatas declaradas, como Niquinha e esqueceu de outro que tem o carimbo divulgado do próprio partido, o jornalista e advogado Willian Zanolli.

SEGUNDO, QUE …

… se vê que pode ter sido realizada por telefone, devido ao número de pos­tagens nas redes sociais dizendo que a pessoa foi procurada por telefone e isso, num universo pequeno como de uma cidade de 50 mil habitantes, é altamente comprometedor.

TERCEIRO, E …

… esta dúvida fica martelando na cabeça de todos, embora já tenha sido respondida pela própria emissora, porque o SBT interior resolveu fazer uma pesquisa em Olímpia e não nas cidades maiores que tem interesse comercial?

POR QUE …

… a pequena Olímpia, que está paralisada pela ausência de seu principal produto que é o turismo, praticamente lacrado pela pandemia?

QUANTO …

… aos resultados, não dá para acreditar que sejam reais, pois se mostram muito discrepantes em alguns pontos. Entendo que a aceitação do atual governo está totalmente fora da realidade, não por incompetência do administrador, mas por ter deixado pegar a pecha de que é distante da população e por ter ficado conhecido como sendo o prefeito das elites e que estaria se lixando para os pobres.

O OUTRO PONTO …

… crucial é a rejeição do presidente da Câmara. Ela pode até existir e ser grande, mas passar dos 70%, em política, é o decreto letal de que o político não tem popularidade alguma e não é isso que se sente da população.

José Salamargo … sem querer ser pessimista, mas o quadro que se apresenta dá mostras de que teremos uma eleição baseada na internet, mas que continuará tendo o mesmo nível de ética e de compromisso com a realidade que existia no passado, em que se elegia sempre o menos ruim e os fake news eram espalhados nos botecos pelos bate-paus. Como sempre, ninguém vai discutir ou apresentar um projeto exequível para melhorar a vida da população, vamos ter que engolir os menos péssimos entre os que não são bons. E, o que é pior, se correr o vírus pega e se ficar o vírus mata.
 

 

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