16 de fevereiro | 2020

Parabéns ao Ministério Público pelas impugnações de conselheiras tutelares eleitas

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“Espera-se que sejam aprofundadas as investigações e que os irresponsáveis paguem de forma justa e legal pelos transtornos causados, pelos danos e pelos ilícitos, caso os tenham cometidos”.

Do Conselho Editorial

Este jornal acompanhou com interesse e continua buscando informações acerca das investigações da conturbada eleição dos conselheiros tutelares de Olímpia.

É necessário parabenizar a representante do Ministério Público local que optou pela decisão mais equilibrada possível e impugnou duas candidatas eleitas para o quadriênio 2020/2023 empossando os suplentes em seus lugares.

Da decisão cabe recurso e o Conselho Municipal da Criança e do Adolescente e as candidatas impugnadas aguardam o andamento do processo.

Sempre bom lembrar que a eleição para escolha de conselheiro tutelar deveria ser exercício de cidadania e demonstração de cumprimento de dever social atrelado a respeito profundo ao bem estar de crianças e adolescentes.

O que a sociedade viu, viveu e ouviu dizer que ocorreu e em grande parte deve ter ocorrido foi por demais vergonhoso para que as apurações fossem engavetadas como se nada houvesse acontecido.

A quantidade de ocorrências no período que antecedeu as eleições por si só já demonstravam que poderia haver no ar mais que aviões de carreira.

E do que deu para se notar na divergência mais marcante do período que antecedeu as eleições é que elas se deram entre um candidato, que, segundo suas palavras, houvera sido em eleição anterior cabo eleitoral de uma candidata impugnada.

Em tese, de acordo com o pretendente ao cargo de conselheiro, a divergência se dava exatamente, entre outras questões, porque havia se candida­tado oferecendo risco a candidatura outrora defendida por si.

Antes das candidaturas, ambos tinham trânsito livre na Secretaria de Assistência Social e pelas postagens na rede social, a candidata impugnada teve a preferência da Secretária de Assistência Social.

Pode ser considerado vergonhoso, se comprovada sua participação, tendo o dever de organizar e conduzir a eleição, tiver contribuído de alguma maneira para conturbar o processo e tendo agora a candidatura de sua predileção entre as impugnadas.

Até porque lança luz e dúvidas sobre os diversos boletins de ocorrência e os inúmeros bate bocas elevados pela rede social em uma infinita baixaria que culminou na mais vergonhosa eleição de conselheiros tutelares da história de Olímpia.

Nos bastidores da política local, a eleição do conselho foi vista como uma prévia da vindoura eleição municipal em razão do apoio de vários vereadores e pretendentes a disputar o cargo proporcional entre eles a Secretária de Assistência Social.

O comparecimento de mais de cinco mil eleitores por si só já pode ser sinônimo de que alguma anormalidade deveria estar ocorrendo.

Nada, no entanto, justificaria a realização de uma nova eleição, prejudicando possíveis eleitos que não participaram da baixaria ou suplentes que podem não ter nada a ver com possíveis irregularidades ou ilicitudes praticadas no decorrer do processo.

Por esta razão e por ter conduzido a investigação de forma a concluir pelas impugnações está de parabéns a representante do Ministério Público. 

A sociedade clamava por uma resposta justa e que fosse a altura do desequilíbrio provocado no pleito que arranhou a imagem da escolha de conselheiros tutelares através do voto e respingaria no Ministério Público.

Espera-se que sejam aprofundadas as investigações e que os irresponsáveis paguem de forma justa e legal pelos transtornos causados, pelos danos e pelos ilícitos, caso os tenham cometidos.

Justiça é o que se espera para que fatos como os que ocorreram não mais aconteçam.


 

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