18 de janeiro | 2021

Os Fantasmas da Covid-19 e do despertar das bestas continuarão a vagar por muito tempo?

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“Como beber dessa bebida amarga; Tragar a
dor, engolir a labuta. Mesmo calada a boca,
resta o peito; Silêncio na cidade não se
escuta; De que me vale ser filho da santa;
Melhor seria ser filho da outra; Outra
realidade menos morta; Tanta mentira,
tanta força bruta. Pai, afasta de mim
este cálice, de vinho tinto de sangue”.

Chico Buarque e Gilberto Gil.

ELA CHEGOU …

… devagar, mas, mortal, já começou a causar medo. Desconhecida, suas con­se­quências tiveram muitas versões, todas assustadoras.

MEDIDAS

DRÁSTICAS …

… foram tomadas, mas nem todos entenderam qual poderia ser sua extensão, nem acreditaram nos resultados apresentados. E a era da pluralidade, da distopia do pensamento, fez com que não existisse verdade. Cada um passou a acreditar naquilo que conseguia enxergar. E, isso, num país de analfabetos, significa a pluralidade do caos.

O ÁPICE, O CUME …

… desta distopia foi ver cenas de centenas morrendo por não ter oxigênio para respirar num Estado que é conhecido como a palma da mão pelo ministro da pasta em questão e que lá esteve poucas horas antes.

O PAÍS ESTÁ …

… desgovernado. Os zumbis não sabem se vagueiam em busca de cérebros frescos, sangue ou oxigênio para respirar. Os sintéticos robôs não conseguem parar aquilo para que foram treinados a vida inteira, produzir e consumir, produzir e consumir, não conseguem sair da caixinha.

NOS CASTELOS, …

… os facínoras assistem a tudo contabilizando qual foi o estrago causado para a imagem do grupo antagonista e não o choro daqueles que ficaram para presenciar a agonia daqueles que não tinham o que respirar. Morreram por sufocamento.

PARECE ROTEIRO …

… de filme de terror sobre fim do mundo, guerra nuclear, ninguém sabe prever um mínimo sequer do que poderá ser o amanhã. É tudo novo, diferente, nunca antes visto na própria história, pelo menos com as circunstâncias atuais, com o contexto deste presente tecnológico distópico.

NESTE CENÁRIO, …

… o amor deu lugar de destaque à solidão e ao ódio, o desprendimento foi suplantado pelo egoísmo e a alegria foi banida pelo sofrimento.

ATORDOADOS, …

… permanecemos atentos, mas sem saber o que fazer, sem noção de que rumo seguir.

NA VERDADE, …

… mesmo sabendo que verdades não existem, o que existe são interpretações da realidade, a história está se repetindo, mas em contexto totalmente diferente, modernizado, glamourizado e cujo desfecho não é possível con­textualizar, devido ao próprio cenário, que faz com que não tenhamos um caudilho, ou um demônio apenas para demonizar, mas milhões deles que estavam hibernando e que acordaram atordoados pelo poder que desabrochou e lhes estava adormecido.

A PREMISSA MAIOR, …

… que surge na imaginação, dá mostras de que estaríamos vivendo dois processos distintos, colocando em cheque o ser humano de modo geral e, em alguns pontos, mais diretamente, o Brasil onde o nível de capacidade reflexiva é insignificante.

DE UM LADO …

… estaríamos observando o despertar dos monstros que, imbecilizados, não conseguem enxergar a extensão das atrocidades que sua imbecilidade pode causar.

E, DE OUTRO, …

… um ser, invisível a olho nu, que, para sobreviver, vai se adaptando dentro das pessoas, mas também se tornando cada vez mais mortal e assassino, desencadeando comportamentos inconsequentes e bestiais, até homicidas. Se não for dominado rapidamente poderá provocar estragos inimagináveis e irrecuperáveis.

José Salamargo … com a certeza de que muitos daqueles que pensam já devem ter enxergado que hoje travamos duas guerras com várias batalhas e que todas elas podem ter um desfecho assustador. Uma contra o despertar de seres monstruosos e assassinos (as bestas do apocalipse) e outra contra este ser invisível, mas aterrorizante. Ambas, entretanto, ao se entrelaçarem, começam a produzir efeitos aniquiladores e genocidas.

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