17 de maio | 2020

Olímpia teve a primeira morte por Covid-19. Outras virão?

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“Muitos destes morrerão pelo Covid 19 e outros serão responsáveis pelas mortes do pai, mãe, avô, avó, tios, tias, irmãos, primos, sobrinhos, amigos. Alguns reconhecerão sua participação criminosa nestas mortes por eles provocadas. É o preço que se paga por ser estúpido”.

Do Conselho Editorial

Olímpia, neguem alguns, detestem outros e assumam uns poucos, é um berço do reacionaris­mo mais atrasado e medíocre que pode haver.

Parte da elite local não tem ilustração, formação suficiente, herança cultural, que permita conduzir uma discussão que obrigue conhecimentos técnicos e científicos como a que exige a atual pandemia.

O pior é que esta elite atrasada e negacionista dos avanços científicos da humanidade têm, por infelicidade, a seu favor, o domínio de pontos estratégicos e econômicos que permitem impor narrativas que contrariam a lógica aceita pela maioria do mundo científico.

Na contramão da história e alinhada à visão de um presidente que valoriza o monetário e trata como descartável a vida, a tendência é a de que a pandemia mostre resultados negativos doravante por aqui.

Desvalorizado o esforço dispensado pelo Poder Executivo no sentido de conduzir da melhor forma possível a crise que se espalhou pelo mundo, todo demoníaco dia tem um ama­lucado com teses “terraplanistas” a divulgar mentiras pelas redes sociais ou conspirando pelos bastidores.

E ao mostrar-se como exemplo contrário àquilo que deveria ser a tendência lógica e racional, parte das pessoas com menos informação se alinham ao que esta elite desin­for­ma­da e alienada interpreta como certas, infinitas avaliações erradas sobre a pandemia.

E superlotam ruas, e brigam por direitos que deveriam inexistir em estado de calamidade pública.

Clamam por supressão de liberdades, por não entenderem que seus direitos se estendem até a linha imaginária que delimita o direito de outrem.

Sim, cada um pode colocar sua vida em risco.

Não há o que possa impedir alguém de dar um tiro na sua cabeça, se enforcar, tomar veneno.

Suicídio não é considerado crime, não há como punir quem o pratica.

Lembrando que fornecer estímulo a quem tem a intenção de se suicidar conta com previsão de punição no código penal.

Atirar na cabeça de outrem, pendurar alguém por uma corda e enforcar, afogar intencionalmente, obrigar a beber veneno são também figuras passiveis de punição expressamente contidas no mesmo código.

Este é o desenho simplificado que trata da responsabilidade que um cidadão em sociedade deveria ter em relação a respeitar a vida do próximo.

E é exatamente desta forma que parte do mundo civilizado entendeu e se comprometeu a superar a crise, se isolando para que os hospitais pudessem ter leitos de UTI e respiradores em número suficiente para atender o número de infectados.

Muitos destes países já começaram a retomar as atividades econômicas e percorre o caminho que poderá levar a um novo processo de relações no universo entre os humanos.

Compreendeu por inteligência ou coerção estatal que o exercício do direito de se contaminar não é um permissivo para contaminar o outro.

No Brasil a figura patética do fantasma que assombra os corredores do Planalto se alinha com três ou quatro ditadores de repu­bliquetas e ao doidi­vanas americano para tentar impor o suicídio coletivo.

O patife americano recuou dos seus devaneios próprios de cela e corredores de hospitais psiquiátricos enquanto o Napoleão da “Banania” Tropical instiga os pacientes do seu manicômio particular e familiar a produzirem fakes news para obrigar as pessoas voltarem ao trabalho.

Esta postura já o coloca na mídia internacional ridicularizado como o novo Jim Jones da América Latina e o país entre os com maior número de infectados do planeta se igualando a China.

A diferença é que a China conta com um bilhão e trezentos milhões de habitantes e o Brasil com pouco mais de duzentos e vinte milhões de habitantes.

Seis vezes menos habitantes, sendo que considerando o número de testes por milhão de habitantes e a consequente subno­ti­fi­cação derivada deste fato, pode estar e ser o Brasil o infeliz campeão desta tragédia universal.

E nem se chegou no pico da pandemia.

Se respeitadas as normas estabelecidas pela OMS setores da economia, como em países que obedeceram, poderiam já estar sendo liberados em alguns estados.

O comportamento insano e criminoso do ditador de plantão só fará adiar o retorno a normalidade.

Pode se afirmar que, em razão do convencimento que seu discurso transmitiu a mentes atrofiadas, hospitais nas grandes capitais já se encontram no limite de sua capacidade e, agora, como previu Mandetta, observaremos o caos que a recomendação errônea provocou.

Olímpia, com todas as críticas que se possa ter ao mandatário, nas medidas adotadas foram mantidos o padrão que pode se considerar bom em termos de respeito às normas sugeridas por especialistas da área de saúde, governo estadual e OMS.

Em se tratando de um polo turístico nacional relevante é de se considerar que houve por parte do Poder Executivo preocupação em cumprir com exatidão e comprometimento o dever de casa no tocante a não permitir que a pandemia se transformasse em tragédia.

A primeira morte foi anunciada e o que se sabe do comportamento de parte das pessoas e até autoridades da área médica é de deixar desolado qualquer humanista que chora e sofre quando alguém morre fruto da irresponsabilidade e inconsequência de alguns.

Pelo que se observa pelas ruas da cidade, comércios, pousadas, discursos doidos e amalucados nas redes, pressões de comerciantes e empresários ávidos por dinheiro e que não valorizam a vida de ninguém, o quadro tende a piorar.  

O que se vê de estupidez e idiotice sendo esparramada por ai fundido a teses irracionais e pessoas circulando e festejando como se estivessem no melhor dos mundos levará outros à cova.

Pessoas insensatas e porque não afirmar criminosas, estão atirando contra a cabeça de outras, enforcando, afogando, envenenando, estimulando a se suicidar ao não respeitar o isolamento.

Muitos destes morrerão pelo Covid 19 e outros serão responsáveis pelas mortes do pai, mãe, avô, avó, tios, tias, irmãos, primos, sobrinhos, amigos.

Alguns reconhecerão sua participação criminosa nestas mortes por eles provocadas.

É o preço que se paga por ser estúpido.


 

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