19 de abril | 2015

Olímpia parou no tempo e no espaço

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Do Conselho Editorial

Não é preciso ser nenhum gênio, eleitor, adversário político, ou o próprio Eugênio para perceber que Olímpia parou no tempo e no espaço.

Basta ser empresário, comerciante, desempregado que seja, ou se estiver sintonizado nos sinais claros e evidentes que a cidade já dá de esgotamento, para perceber que as questões econômicas apontam para um período de dificuldades.

O poder executivo, comandado por Eugênio José, no início de seu governo, imprimiu um ritmo veloz a sua administração sinalizando que finalmente Olímpia sairia da contra mão da história e buscaria seu rumo na busca do futuro.

Isto implica em discussões econômicas de alto calibre, que ao que tudo indica não foram levadas a efeito pelo poder público com a seriedade e tecnicidade que a questão exige.

A empolgação inicial foi demonstrando um terrível amadorismo e uma tremenda inconsequência tão ou mais irresponsável que a dos múltiplos administradores locais que apostaram na monocultura, no período do café, laranja, e da cana de açúcar que persiste mas já exibe sinais de fragilidade na região.

Some-se a isto o setor moveleiro que embora tenha tido força por um período nunca foi colocada nas pautas como possibilidade de alavanca para o progresso local, e da mesma forma que foi impulsionado e respeitado por um período, foi jogado no esquecimento e nunca recebeu a atenção que deveria por parte do poder público, como se não fora respeitável alavanca da economia local.

Como o turismo despontou por força externa, ao arrepio do poder público, deixaram, ou abandonaram outras hipóteses também rentáveis e que estão ao alcance de uma discussão séria e que, no entanto nunca foram lembradas pela política local atual.

Não há, como nunca houve, sintonia entre a discussão econômica do momento e o poder político local, a não ser em períodos eleitorais visando a busca de apoios a candidaturas, de resto o que dá impulso a economia fica à distância do poder como se não tivesse a importância que têm.

O poder político de agora centra foco no turismo com ações que são tiradas sem a participação do segmento, sem discussões que oriente o possível retorno econômico e social dos investimentos na cidade visando maioria das vezes atingir o público composto pelos turistas que visitam o Thermas dos Laranjais.

A discussão se dá muito mais pela ótica de se viabilizar uma candidatura com ações que repercutam do que trazer benefícios futuros que sigam de encontro aos interesses dos empresários do setor.

Centralizado, o poder toma decisões totalmente divorciadas daquilo que poderia ser o desejo e aspiração dos que interpretam turismo como rendimento e geração de emprego.

Da mesma forma que não se discute o óbvio de forma organizada para o turismo e as situações vão sendo impostas sem planejamento algum, não se discute o todo, ficando as outras fontes geradoras de emprego e renda no abandono em que se encontram.

O parque industrial está no mesmo abandono que o comércio local há seis anos e em momento algum o poder público levanta uma bandeira visando uma discussão mais ampla para que estes setores atuem em acordo e com a mesma dinâmica que atua a direção do Thermas.

Sacrificados com a queda de vendas e crescente baixa dos valores dos aluguéis pagos, os comerciantes gritam a insolvência que já lhes bate a porta.

Os empresários do Distrito Industrial abandonado clamam pela ajuda pública.

O setor imobiliário paralisado e as pousadas praticamente vazias sentem que há um distanciamento gigantesco entre a realidade vendida e o difícil dia a dia com que se defrontam neste momento de crise em que o poder público é ausente e nada criativo.

Aquela visão inicial de governo, da cidade que iria dar certo, deu lugar à mesmice, à repetição de gestos e a falta de criatividade ou opções, só se discute verbas e obreirismos inconsequentes que geralmente terminam no mesmo abandono em que se encontram os industriários e comerciantes locais.

É preciso apontar soluções no lugar em que se aponta crescimento de receitas através da criação de taxas e impostos, pois o momento é sério e se faz necessário mais que tudo perceber isto e propor mudanças no rumo da nau, ou se conformar, e aceitar que daqui a pouco o naufrágio será inevitável.

 

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