12 de março | 2023

“Ode” ao conformista e ao submisso que pensam que do que tem não falta nada

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“Esta a vantagem ou desvantagem de se viver em uma sociedade em que o vazio vai ocupando muito espaço”.

 

Do Conselho Editorial

O título do editorial não diz nada e nem tem a pretensão de dizê-lo e, talvez, ou exatamente por isto, como não se tem pretensão alguma de dizer qualquer coisa que possa valer para orientação do eleitor que, nele, título, nada sobra e nada falta.

Pode, a princípio, parecer uma extravagância, uma excentricidade, um exibicionismo cultural, uma má tentativa de se colocar no centro de algum debate filosófico, mas, faltando clareza, novamente o nada ou coisa alguma se estabelece.

Poderia ter sido escrito pela vaidade, por exibicionismo, pois há, e não são poucos os que se aventuram pelo universo do pensamento e da palavra com sofismas e ilusionismos que baseados em coisa alguma convencem os que nada têm no cérebro e pensam e insistem que têm e muito.

Esta hipótese, por exemplo, que a princípio pode parecer extremamente convincente, não é, e os incautos e tolos podem ter até imaginado que fosse.

Uma razão, que parece simples e não é, afasta esta hipótese da vaidade, do exibicionismo, do narcisismo em razão dos editoriais serem a opinião do jornal e não de alguma pessoa.

Sendo a opinião do jornal, seria e é inconcebível imaginar, o jornal, exatamente nesta edição, estar no sábado, após a distribuição dos exemplares,sentado na mesa ou se refestelando na rede, orgulhoso, o jornal, ou com o ego inflado, a edição em razão do texto sem utilidade prática que produziu.

Sem utilidade prática uma vírgula, pensaria o pensador que não pensa e se sentiu atraído pela estética das palavras e a organização quase milimétrica do pensamento que conduz ao vazio com resquícios e poesia e intelectualidade.

O vazio preenche algumas pessoas e vêm em um crescendo gigantesco nos últimos tempos e nada tem a ver com a tal realidade paralela e muito a ver com a louvação da estupidez pela massa alienada e extensa em número e composição.

Daí,a possibilidade deste editorial, que parte do principio que não há necessidade de principio, raciocínio lógico, fundamentos precisos ou científicos para convencimento de quem não consegue ir além da ponta do nariz, lacrar, explodir, é muito grande.

E, não se faz aqui, de forma preconceituosa, e esta, mesmo não sendo, é a parte lógica deste embuste editorial, uma critica a maioria não empática, não civilizada, por se tratar de maioria e a voz dos idiotas, mesmo não tendo razão, tem sido muito ouvida.

Não respeitada, que há uma diferença entre ser ouvido e respeitado, ou entre ser lido e compreendido, como não é esta a proposta da discussão inicial, melhor que se fale disto em outro editorial em que a incompreensão sobre o tema será maior e a leitura menor.

E o editor que pediu, solicitou, requereu, um tema que trouxesse uma discussão mais ampla que abordasse aspectos relevantes da sociedade atual e o interesse por abordagens sérias e técnicas no âmbito do jornalismo sobre o micro e o macro das relações do homem com o meio em que vive se sentirá angustiado que seu jornal imagina que muitos dão mais importância a nada que a coisa alguma.

Foi sério, foi profundo, foi um espetáculo redacional, sociológico, filosófico, pensaria o jornal e a edição se viventes e pensantes fossem, se é que existem tantos pensantes no planeta ao ponto de ter dois em uma única edição.

E o eleitor se dividiria entre os muito poucos que perceberiam a gravidade, os que não entenderiam nada e concordariam, os que inventariam uma versão “fackeada” e os que perderiam muito tempo querendo descobrir de quem se falou ou para quem foi o recado.

Esta a vantagem ou desvantagem de se viver em uma sociedade em que o vazio vai ocupando muito espaço.

O conformismo e a submissão são tantas que muitos acreditam piamente que do que tem não falta nada.

 

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