28 de maio | 2023
O turismo em Olímpia fará frente a concorrência regional?
“Uma simples derrocada estrutural ou de planejamento de um dos grandes investimentos pode destruir a imagem de Orlando Brasileira aclamada por muitos”.
Do Conselho Editorial
Algumas cidades próximas e distantes de Olímpia têm anunciado a construção de parques temáticos com características dos que existem em Olímpia.
Considera-se, na maioria das discussões, a dimensão, estrutura, reconhecimento e colocação do Thermas dos Laranjais no ranking dos melhores e mais frequentados parques termais da América Latina.
Baseado nesta posição do principal parque de águas termais da cidade e do número de turistas que pra cá se deslocam para usufruir das diversões e dos serviços prestados pelos empreendimentos do setor de diversão, são feitas algumas avaliações econômicas pelos conhecedores do assunto.
A maioria deles foca no crescimento da busca pelo serviço prestado pelo turismo e do município que se obriga a busca de modernização de seus equipamentos sociais, manutenção da cidade, colaboração na instalação de novos empreendimentos e loteamentos.
Há que explicitar que a ampliação do número de turistas provoca novos investimentos, que por consequência culmina em um orçamento mais robusto e capaz de suportar obras compatíveis com as necessidades e exigências do público frequentador dos clubes.
Mesmo os clubes investem em novas atrações com a pretensão de ampliar os serviços e a busca por novos interessados em diversão e lazer.
Há uma ala de pensadores que interpreta que todos estes equipamentos modernos aliados as ferramentas de cultura e lazer, fornecidos pelo poder público, atrelado ao atendimento de qualidade prestado pelo comércio local, é suficiente para criar fidelidade nos que optaram por Olímpia enquanto rota turística.
Estes pensadores distribuem a convicção de que o fato de outras cidades próximas ou distantes construírem estruturas turísticas maiores ou menores que a que a cidade abriga em nada afetará, em termos econômicos, os clubes e consequentemente a cidade no futuro.
É uma avaliação simplista do ponto de vista econômico, que equivale a reduzir a ideia do capitalismo a um sistema em que a concorrência não diminui a busca por serviços ou produtos.
Há no país um número de pessoas dispostas e com condições econômicas para fazer turismo que não será ampliado do dia pra noite.
Os empresários das cidades vizinhas não estariam investindo milhões sem antes ter feito pesquisas sobre a viabilidade de seus negócios próximo de um clube que se encontra entre os melhores da América Latina.
Uma família não frequenta dois lugares ao mesmo tempo, um corpo não ocupa dois espaços.
Por esta lógica, estes novos clubes termais ou não, extrairão seus frequentadores de algum lugar, o que significa que ou a frequência dos novos clubes será pequena a ponto de não afetar os clubes locais, ou será diminuída a frequência dos clubes locais.
Esta é uma lógica capitalista que foi se comprovando através dos anos e a base que permite este raciocínio é o da oferta e da procura, oferta menor, procura maior, oferta maior procura menor.
Raciocínio simples que a maioria dos pensadores ufanistas, bairristas, pretende desconhecer, como se bastasse apenas ser, no momento, o maior, estar entre os melhores, sem ter concorrência por perto.
Claro que transcende ao Thermas dos Laranjais, a obrigação de continuar superando a concorrência de outros empreendimentos, já que foi e continua sendo a mola propulsora do desenvolvimento local.
O município tem trabalhado na estruturação do turismo, com investimentos na área cultural e principalmente na transformação do Vale do Turismo, onde antes passava um riacho cheio de dejetos, num verdadeiro Parque do Ibirapuera num futuro próximo.
É preciso mais planejamento e união no setor para, inclusive, diversificar o cardápio turístico e trabalhar melhor o já existente. Além do investimento e da ampliação dos atrativos e não apenas o de leitos, é preciso um marketing local mais atuante (que parece ser desenvolvido apenas pelo Thermas), levando mais o turista a conhecer o município e vender a própria ideia do turismo para a população local.
Uma simples derrocada estrutural ou de planejamento de um dos grandes investimentos pode destruir a imagem de Orlando Brasileira aclamada por muitos.
Óbvio que a ampliação dos clubes, a oferta e surgimento de novas atrações, podem superar ou dificultar esta lógica, mas, isto é tema para outro editorial.
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