13 de fevereiro | 2023

O que pode mudar no cenário político com a eleição da mesa da Câmara?

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“Como diria um conhecedor da matéria “a possibilidade de alguém ficar inelegível pode mudar muita coisa”. Ou outra tragédia ou escândalo. Enquanto isto não ocorre a dança das frigideiras continua em alta”.

Do Conselho Editorial

A Câmara Municipal de Olímpia, através de seus vereadores, acaba, como é comum em todas as representações legislativas, sendo como uma bussola que indica a possível direção a ser tomada na próxima eleição.

Geralmente, algum nome com pretensão de disputar o cargo de prefeito da cidade coloca seu nome a disposição para presidir o Legislativo, interpretando ser por ali o caminho mais rápido pra se chegar a condição de primeiro mandatário do município.

Muitas das funções exercidas pelo presidente do Legislativo e pelos membros da mesa trazem alguns benefícios eleitorais e econômicos que realmente podem influenciar tanto na escolha do cargo a ser disputado quanto na ampliação do número de votos.

O presidente do Legislativo administra um orçamento razoável, conta com uma assessoria durante o mandato de presidente, influência na indicação de cargos para o Legislativo e para o Executivo.

Tem trânsito livre e é respeitado quando pleiteia algum beneficio nas secretarias, seja o benefício um serviço de melhoria para o bairro, ou uma simples consulta médica.

Todas as contratações de serviços prestados ao Legislativo passam pelo seu crivo ou tem seu aval.

Não se está aqui discutindo o certo e o errado, o ético e o antiético, o moral e o imoral, está se discutindo como se dão as relações políticas no Brasil; os benefícios que ocorrem quando se preside o parlamento e como isto pode levar à disputa pelo cargo majoritário.

Na atual conjuntura, houve no legislativo local uma máquina de moer reputações, um sobe e desce, um fritar e recuperar de figuras políticas que a sensação é a de que as possibilidades de que saia do legislativo algum candidato com chances reais de competir é nula, ou quase zero.

Muito embora seja muito cedo para se avaliar o potencial de cada um e o estrago que a participação nos debates mais polêmicos gerados naquele espaço possa trazer ao desejo dos pretendentes, já há um sinal que mostra animais políticos desossados na disputa fratricida.

Hélio Lisse, que despontava em vários cenários como alguém fora da curva e que poderia reivindicar um espaço com chances de disputar o cargo majoritário, entrou em queda livre nos inúmeros embates em que saiu perdedor de credibilidade e da aura do homem da lei e da seriedade.

Tarcísio, que não ocultava sua aspiração a voos mais longos, tem demonstrado pouca asa para a pretensão e os incidentes nos quais se envolveu e vem se envolvendo são a comprovação de continuidade de desgastes.

Tanto Hélio quanto Tarcísio estavam a reboque do prefeito, um dizia amém aos desejos do prefeito e o outro repetia a ladainha, ocupavam secretarias e estavam na base que foi rompida e o que se ouviu a respeito da postura dos dois pelo mandatário não era demonstrativo que poderia haver retorno.E houve, e agora se comportam como se nada houvesse ocorrido.

Estes incidentes, com certeza, serão explorados no período eleitoral.

Já Zé Kokão, cujos pontapés iniciais à frente da presidência do Legislativo criaram a sensação do nascimento de uma nova liderança, de alguém com garra, disposição para o diálogo, o tempo se encarregou de deixá-lo no alto mar das desilusões, à deriva.

De carne e unha do mandatário passou a condição em que se encontravam Hélio e Tarcísio e agora enquanto os dois voltam para o seio confortável e das benesses executivas,Kokão navega mar bravio em tempos de desconfiança e semianonimato.

Sem contar que pelos corredores dos fuxicos e fofocas há conversas de que seu futuro será inóspito, que enfrentará fortes batalhas e que a tendência de que a fatura negativa se amplie é muito grande.

Como se pode observar, os pretendentes a substituto do atual prefeito que desejavam catapultar seus nomes através do legislativo foram fritados na temperatura que é considerada ideal para a fritura, entre 170° e 180° C.

Sem contar que, embora existam diversos “truques” para saber se o óleo está no ponto de fritar, e que o melhor é usar sempre um termômetro para garantir que esteja trabalhando na temperatura correta, estes cuidados não foram tomados.

Estas tentativas de candidaturas saíram torradas ou queimadas do forno e saber se agradará ao paladar do eleitorado só esperando 2024.

Restou Márcio Iquegami que, como os outros, é citado nas rodas políticas como pretendente a candidato a vaga no Executivo.

Até o presente momento conseguiu se desvencilhar de embates que pudessem trazer prejuízos razoáveis a sua pretensão.

Teve habilidade política ao desistir de postular a vaga de presidente do Legislativo já que não havia a menor possibilidade de ser eleito.

Não participando da disputa, não foi derrotado e não deixou espaço para esta discussão no período eleitoral, caso venha a se candidatar.

Porém, o óleo que se aquece em frigideiras distintas e que estão preparados para tostar a candidatura pleiteada vêm, ao que tudo indica, do poder central e do ex-prefeito que retorna a cena política local.

O ex-prefeito pretendente a ocupar a cadeira não é novato na política e não tem um histórico de fidelidade e solidariedade com seus pares.

É aquilo que na política se chama de carreirista.Tanto que deixou de ser prefeito, transferiu o titulo para Rio Preto para ser candidato lá, perdeu a eleição estadual, na condição de vice, voltou pra Olímpia e propaga que será candidato.

Como Márcio e ele são filiados do mesmo partido, os dois não podem disputar o mesmo cargo e, portanto, um estaria sobrando.

E, o que estaria sobrando, na opinião da maioria seria o que não desfruta de espaços de poder no partido.

Como em política tudo muda a todo instante, pode ser que as coisas mudem e Márcio Iquegami possa ser candidato.

Como diria um conhecedor da matéria “a possibilidade de alguém ficar inelegível pode mudar muita coisa”.Ou outra tragédia ou escândalo.Enquanto isto não ocorre a dança das frigideiras continua em alta.

E o que poderia mudar no cenário político com a eleição da mesa da Câmara, até o presente momento não mudou nada.

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