28 de abril | 2019

O preço por assumir o caos na Saúde é o desgaste da própria imagem

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Do Conselho Editorial

Este jornal desde o início deste governo tem sido alvo dos mais violentos ataques a sua trajetória e a honra de seus integrantes.

Ataques perpetrados por quem se opõe ao atual governo, por razões mais que óbvias, e, por alguns que estão no governo e que não são simpáticos à linha editorial do jornal.

Se de um lado a oposição cria factoides dando o entendimento de que o jornal possa estar no bolso do alcaide, do outro, alguns representantes do poder endossam com valores exagerados a “fake news”. Só o jornal e o jornalista não veem a cor e a sombra de tal capital.

Foi assim nos governos de Rizzatti, de Carneiro e no de Geninho, cuja secretária da Saúde chegou a publicar propagandas em quantidade razoável no jornal e não pagou, ao que tudo indica imaginando fosse conduzir a empresa jornalística à falência.

Em todos estes governos a postura do jornal sem­pre foi a mesma, pautando notícias que fossem do interesse do leitor e não do governante.

Nestes dois primeiros anos do atual mandatário pode ser que fique incompreensível para alguns, cuja intenção é mesmo não entender nada que não reforce suas narrativas, o fato de que todo início de governo não há muito que se falar da administração.

Pessoal está chegando, cheio de gás, matando as baratas deixadas pelos antecessores, espantando os ratos e os gatos para se colocar novos no esquema e propondo novidades.

O jornal espera pelos cem primeiros dias e se houver algo que esteja em desacordo com os interesses da sociedade, alguma denúncia de malversação de verbas, publica por interpretar que esta é sua função e missão.

Além do comprometimento com a notícia e com o leitor, o jornal também tem responsabilidade social e isto implica em ter olhar imparcial para os acontecimentos.

Aos governantes parece interessar muito mais o virtual, a irrealidade, que a busca pela mudança daquilo que incomoda, que não deveria estar acontecendo.

Foi assim com todos os coronéis e ditadores do passado e não seria diferente com o ocupante atual da cadeira de primeiro mandatário.

Enquanto o jornal observava aspectos positivos de sua administração, porque há, pagava o preço do desgaste público de parecer estar alinhado ao prefeito e fazendo bajulação politiqueira sem sentido social e responsabilidade jornalística.

No entanto, quando a situação da saúde pública começou a dar sinais de caminhar para o caos que caminhava, bastou este jornal alertar para este detalhe para que atitudes mais raivosas, mais rancorosas e desprovidas do senso de democracia fossem expressas pelos que cercam o poder local.

Com trinta e nove anos de estrada, que não são trinta e nove horas e nem dias, passando pela repetição dos discursos copia e cola de todos os ditadores e coronéis do passado, não seria motivo de surpresa os discursos dos ditadores e coronéis do presente.

Sabe este jornal que cumpriu sua missão e reafirma, como tem reafirmado, que há muito de positivo no governo Cunha a ser exaltado e que é uma pena que uma possível soberbia ao não reconhecer erros, mantenha produtores de caos e infortúnio na saúde pública.

Assim sendo, se assim for, enquanto for, este mesmo jornal que reconheceu e reconhece muitos acertos na administração atual continuará publicando estes acertos e os erros que houver, pois esta é sua missão e dela não pretende se afastar um milímetro sequer.

Nada contra a atual administração que no início das queixas da população não tomou providências quando o jornal percebeu que o caos na saúde não era jogo de cena da oposição e se posicionou, quando alertou e nada foi feito até a chegada desta situação de catástrofe que agora se encontra. Não seria ético nem moral ocultar da população a que estado chegou a saúde pública em Olímpia.

A questão tornou-se alvo do interesse da mídia regional e os patrulheiros que se instalaram na saúde tentam blindar o inferno que construíram com a demoníaca prática da proibição da liberdade de expressão, tentando proibir filmagens ou ameaçando com ações judiciais quem mostre a realidade.

Como nestas horas o diabo é sempre os outros para quem evita olhar o próprio rabo, ao invés de se buscar soluções, vai se buscando adicionar mais caos ao caos já que a especialidade desta gente parece ser tornar a vida no inferno mais infernal do que ela já é.

Quanto a todos que demonstraram incon­formismo pela postura do jornal vai o recado:

Se algum dia se sentir incomodado, pense que teve tempo suficiente de vida e experiência para saber que homens que se vendem, por menor que seja o valor pago, sempre serão produtos caros demais para compensar o gasto. E este jornal teve sua vida marcada pela defesa intransigente de tudo o que contribuir para o progresso desta cidade e assim continuará a ser.

Uma coisa é amizade, respeito, reconhecimento pelo que pode estar sendo feito de bom pela cidade, outra coisa é se reduzir a condição de bajulador e aceitar o inaceitável como se isto fosse correto.

O prefeito que cuide de administrar bem o setor de saúde, que esta é sua função, que o jornal cuidará de publicar com imparcialidade todas as ações positivas e negativas de sua administração, que esta é a função do jornal.

No mais, a constatação que parece óbvia é de que o preço por assumir o caos na Saúde e o encas­telar de um “gru­pe­to político” onde é preciso se colocar técnicos e especialistas é o desgaste da própria imagem.

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