12 de maio | 2024
O Exemplo que Vem do Sul
“É preciso prevenir para não ter que remediar”.
José Antônio Arantes
Muito se fala, muito se comenta sobre a influência do homem na destruição do planeta. De um lado, os cientistas alertam, e de outro, empresários e governos desmatam e destroem em nome da economia. A verdade é que agora não há mais contestação. A situação está clara, suja, cheia de catástrofes. É a revolta da natureza.
A recente catástrofe no Rio Grande do Sul foi impulsionada por fenômenos climáticos extremos, incluindo chuvas intensas e a formação de um ciclone-bomba. Esses eventos foram agravados pelas mudanças climáticas, que têm intensificado a variabilidade climática no estado, alternando períodos extremos de seca e chuvas torrenciais. Isso resultou em enchentes e danos significativos à infraestrutura e ao ambiente.
NÃO DÁ PARA FECHAR OS OLHOS PARA A REVOLTA DA NATUREZA
Estas catástrofes naturais recentes, não apenas a situação no Rio Grande do Sul, não têm mais como ser descartadas como consequências da destruição causada pelo homem ao planeta.
As atividades humanas, especialmente desde a Revolução Industrial, têm aumentado significativamente a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, o que agrava o efeito estufa e contribui para o aquecimento global. Esse aquecimento resulta em mudanças climáticas que aumentam a frequência e a intensidade de eventos climáticos extremos, como tempestades, secas e ondas de calor.
Além disso, o impacto humano direto no meio ambiente, como a deflorestação, a agricultura intensiva e a urbanização, também contribui para a degradação ambiental e aumenta a vulnerabilidade a desastres naturais. Estas ações disruptivas interferem nos ciclos naturais e nos ecossistemas, potencializando as mudanças nos padrões climáticos e exacerbando as condições extremas do clima.
USO DE AQUÍFEROS PODE REBAIXAR O SOLO
O uso intenso dos aquíferos subterrâneos, como no caso da nossa região onde o Aquífero Guarani é utilizado para o abastecimento de água, pode ter impactos significativos na superfície. A extração de água subterrânea pode levar à diminuição dos níveis de água nos aquíferos, o que, por sua vez, pode causar o rebaixamento do solo ou subsidência. Esse fenômeno ocorre quando o solo ou as rochas colapsam devido à redução da pressão da água subterrânea que os sustenta.
Além disso, a exploração excessiva de águas subterrâneas também pode afetar negativamente os ecossistemas superficiais e subterrâneos, reduzindo a disponibilidade de água para habitats naturais e podendo levar à perda de biodiversidade. No caso do Aquífero Guarani, por exemplo, várias áreas de afloramento desse sistema são críticas para a manutenção do equilíbrio ecológico e hidrológico na região. A gestão dessas áreas é fundamental para evitar a degradação ambiental e garantir a sustentabilidade dos recursos hídricos.
DOIS FATORES SÃO PREOCUPANTES PARA OLÍMPIA
No caso de Olímpia, esses fenômenos, tanto o climático causador de enchentes como os de rebaixamento da superfície, podem trazer consequências desastrosas para o município.
Sem querer ser portador de pensamentos de mau agouro, mas levantando um problema que sempre afetou nossa cidade, ao ponto de na década de 40 ter atingido situações de destruição, por certas regiões de Olímpia estarem construídas em baixadas, às margens, principalmente de riachos que cortam o município, será necessário um estudo mais aprofundado para ser aplicado e evitar que tenhamos que viver momentos de catástrofe como as ocorridas no Rio Grande do Sul.
A canalização do riacho e algumas outras medidas levadas a efeito nos últimos anos fizeram com que a água da chuva que acaba se concentrando principalmente no riacho Olhos D’água, deslizasse mais rápido e evitasse grandes enchentes, não resolveu o problema e acaba transbordando o leito do veio de água em pontos estratégicos e importantes.
PONTOS DE ALAGAMENTO ETERNOS
Alguns deles, parecem eternos, como na Aurora Forti Neves, nas proximidades do Sindicato dos Bancários. Outro ponto é nas proximidades do Supermercado Iquegami. E, também, pasmem os senhores, também já atinge a principal mola propulsora da economia local que é o Thermas dos Laranjais.
Ora, se tivermos o rebaixamento de centímetros da própria superfície, e o próprio aumento da altura das enchentes provocadas pelas situações climáticas que estão se espalhando por todo o mundo, poderemos ver o dia em que várias atrações do maior parque aquático do Brasil sejam atingidas e até destruídas pelas chuvas, levando o Thermas a ficar meses sem funcionar.
E aí, não precisa ser especialista em mercado e nem em meio ambiente, nem mesmo vidente, para saber que as consequências atingirão o próprio bolso da população.
É PRECISO PLANEJAR, PROJETAR E EXECUTAR
Dentro deste contexto, portanto, se faz necessário, além de um projeto turístico que leve em conta a situação atual deste setor importante da economia local, outro que também vise prevenir possíveis catástrofes principalmente na área ribeirinha da cidade, onde está encravado o Vale do Turismo. A China, onde o problema é latente pelo excesso populacional e o gigante consumo dos elementos da natureza, percebeu o futuro problema e já está trabalhando para evitar situações alarmantes no futuro. No Brasil, a situação ainda é lenta e assustadora, principalmente quando se sabe que o governo do Rio Grande do Sul não aplicou um centavo sequer na prevenção destas catástrofes.
Em Olímpia, então, onde inexiste na prática qualquer projeto realístico, palpável e exequível em qualquer área, que dirá do meio ambiente, a situação é preocupante. É preciso prevenir para não ter que remediar.
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