11 de dezembro | 2016

O efeito Chapecó

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Euder Quintino de Oliveira

A tragédia sofrida pelo Chepecoense despertou um sentimento, uma virtude inerente à alma humana, a compaixão. O epicentro da onda que se propagou mundo afora foi na Colômbia, país que convive com guerrilhas há 40 anos e que seu presidente Juan Manoel dos Santos foi laureado com o Nobel da Paz.

O anseio pela paz, talvez tenha sido o adubo para o solo da compaixão neste povo.

Compaixão é compadecer com o sentimento do próximo colocando-se ao mesmo nível, não olhando de cima para baixo, que seria piedade ou dó. Compaixão não é de todo tristeza, é também regozijar-se  com as alegrias e vitórias do próximo. Compaixão vem do coração, vem de Cristo, vem do fundo d’alma, não é planejado, não quer nada em troca, não visa lucro ou benefícios, é amor puro. Não podemos confundi-la com simpatia programada, orientada por marketeiros,  propondo auxílio com segundas intenções de receber algo em troca. O povo colombiano despertou este sentimento, esta virtude, e a onda inundou o mundo tal qual um tsunami do bem. Ajuda e solidariedade, crias da compaixão, vieram de toda parte do mundo, um sentimento   prazeroso de poder ajudar.

Se pudermos manter nossos corações receptivos à compaixão não só nos momentos de tragédia, não só no mês natalino, aniversário da “compaixão em Pessoa”, poderíamos viver melhor. Medite nisso.

Em minhas orações peço que governantes governem com compaixão, que todos empresários administrem com compaixão, e que nós médicos tratemos nossos pacientes com compaixão, pois nem só de ciência se faz a medicina.

Deus há de prover boa morada aos que partiram e paz no coração dos que ficaram. E a vida segue, valendo a pena, segundo Fernando Pessoa, desde que a alma não seja pequena.

Dr  Euder é cardio­logista em Olímpia.

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