08 de novembro | 2015

O dia em que alguns proprietários do Residencial Harmonia perderam a Paz

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Do Conselho Editorial

Desde a entrega das chaves do Residencial Harmonia, financiado pela Caixa Econômica Federal, que circulam pela cidade boatos e conversas de que algumas pessoas que não deveriam ser contempladas com residência ali foram sorteadas e obtiveram suas casas.

O mito dava conta de que a simples intervenção política poderia garantir uma unidade, não sem antes explicitar o devido apoio a determinadas figuras que fariam o meio de campo.

Outra lenda urbana que fez presença no dia a dia dos olimpienses era a de que certo valor pago a determinadas proeminentes figuras do meio político por si só garantiria o nome no sorteio.

Nada disto, no entanto, parece conferir com a burocracia exigida para que se fosse agraciado pelo projeto Minha Casa Vida que visa, entre outras coisas, premiar pessoas de baixa renda que por infortúnio ou falta de oportunidades não conseguiram uma habitação e por isto se sacrificavam pagando aluguéis incompatíveis com seus rendimentos.

Nas ocupações, ou invasões como desejarem, que foram feitas em algumas casas, os invasores denunciavam pela mídia que embora tivessem necessidade da ca­sa haviam sido contempladas pessoas que sabi­da­mente não viviam em dificuldade econômicas e não preenchiam os requisitos necessários para adquirir um imóvel naquele resi­den­cial, com prestação baixíssi­ma e praticamente custeado pelo governo federal, com dinheiro dos impostos.

Ficou evidenciado nas invasões de terrenos provocadas por grupos dissidentes que se instalaram onde era o lixão da prefeitura e, desalojados, foram para outro terreno municipal, que haviam sido preteridos no sorteio enquanto pessoas que não necessitavam tanto quanto eles haviam sido sorteadas.

Estas denúncias foram lugar comum depois da entrega das chaves do Residencial Harmonia e, ao que tudo indica, foram encaminhadas em quantidade razoável à Caixa Econômica Federal, à Prefeitura local, e ao que sinalizam por ai, consultas foram encaminhadas ao Ministério Público local e ao Ministério Público Federal.

O desconforto causado e o incômodo pela ocupação por quem tem patrimônio acima do exigido para que se pudesse ser premiado por uma unidade gerou controvérsias e polêmicas nas redes sociais.

Casas foram anunciadas para venda e para aluguel segundo se ouve falar por ai, imobiliárias e corretores pelo que se pode depreender das vozes vinda das ruas foram procurados para intermediar negócios.

Casas simples passaram a ostentar modificações nada condizentes com o que se imagina seja o poder de aquisição do destinatário, visto que o objetivo do projeto naquele bairro busca amparar cidadãos de baixa renda.   

Lógico que, se depreende de todas as informações que circularam pelas ruas da cidade, que pode não ter havido por parte do poder local, através da Secretária de assistência Social um filtro mais severo na hora de apurar as condições econômicas dos candidatos pretendentes ao futuro financiamento.

Que algumas pessoas devem ter fraudado informações, omitido dados para obter benefícios de forma não lícita e isto a investigação levada a efeito na operação efetuada pelo Creci no Residencial Harmonia irá demonstrar.

A operação, ao que se sabe, estranhamente foi solicitada pela Prefeitura Municipal, Prefeito Eugênio José Zuliani, que ao longo dos tempos, assistiu impassível a invasão de casas, de terrenos visando chamar a atenção dos despropósitos que poderiam ter sido cometidos na distribuição ­das casas.

Assistiu do alto da leniência moradores ajuizarem ações para retirar invasores de sua propriedade, leu manchetes e manchetes de jornais evidenciando pessoas que denunciavam que havia algo de errado na distribuição das casas do Harmonia.

Quando pairava calmaria e sossego por aquelas bandas, e o Creci efetuava operações em várias cidades em razão das mesmas denúncias levadas a efeito em Olímpia, Geninho saiu do seu marasmo e levou ao conhecimento do Creci os acontecimentos deploráveis, e solicitou investigação.

Correta e irreprimível a atitude, que deixa, no entanto, uma sensação estranha de coisa a se duvidar no ar, há um ano das eleições municipais, sabedor de que as pessoas investigadas ficarão furiosas consigo e com seu grupo, que motivo poderia estar por detrás de atitude tão insólita?   

Ademais não é desconhecida a responsabilidade do gestor público local em relação à triagem, que tudo indica, pelos números iniciais apresentados da operação, não foi severo, não teve a rigidez que deveria ter.

Estas dúvidas irão povoar o imaginário popular doravante, e as elucu­bra­ções acerca das razões que levaram Eugênio a solicitar a investigação terão contornos claros de lucidez e de loucura.  

As pessoas envolvidas na suspeição de terem fraudado as informações, se confirmada a má fé, responderão pela ilicitude que cometeram, e como o diabo sempre são os outros, já se comenta por ai, que o nome de muitos que convenceram a alguns a levarem vantagem indevida no Programa Minha Casa Minha Vida pode vir a tona.

Nem tudo que se fala, no entanto, tem a ver com a verdade, porém, vale ressaltar que parte do que se falava daquele conjunto habitacional parece ter se comprovado registrando vergonhosamente para sempre na história local o dia em que alguns proprietários do Harmonia perderam a paz.

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