23 de novembro | 2014

Mais um ser sem defesa foi decepado e a insensibilidade que vem dos gabinetes

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E NÃO ADIANTA …

… chorar, espernear, ela já se foi, decepada, estrangulada, teve sua seiva, como sangue, um sangue  amarelado, espalhada pelo chão, naquela curva da estrada que poderia levar para  tantos lugares ou para lugar nenhum.

UMA DÁDIVA DA …

… natureza, um colírio para olhos viajores, ou para reles mortais com a cabeça cheia de problemas, muitas frustrações, que ao passar por ali, hoje, ontem, ou há mais de cinquenta anos, desde que surgiu, ao fazer a curva, se curvavam diante de tanta beleza, diante de sua envergadura, de seus braços longos que pareciam querer nos abraçar.

MAIS UMA …

… Figueira quase centenária se foi, mais uma vez a sanha destruidora daqueles que não querem nem saber da natureza, que não pensam no futuro, na água, ou no próprio ar que respiramos, decepam, matam, destroem, parecendo não saber que estão assassinando um ser vivo que nunca importunou ninguém, ao contrário, apenas levou a paz através da beleza de seu semblante, da singeleza do balançar de seus galhos, folhas e flores, do cheiro que exalava, agora transformado em cheiro de morte.

UMA REFORMA …

… de rodovia, que já tirou várias vidas humanas, agora mata, assassina com suas motosserras, mais uma figueira centenária.

A FIGUEIRA …

… ficava exatamente na curva do trevo entre a Armando de Salles Oliveira e a Assis Chateabriand, para quem vem de Guaraci e Ribeiro dos Santos. Tristeza para muitos, sensação de incredulidade para vários outros, na verdade insensibilidade pura de governos que despejam trevos em projetos sem se preocupar com o sentimento das pessoas, sem ter um mínimo de comprometimento com a destruição que provocam.

ATÉ PARECE …

… que são pessoas mandadas por políticos que não se preocupam com nada a não ser em dar obras para em­prei­teiras amigas, que agora começa a vir à tona, serem grandes contribuidoras na busca de votos em época de eleição.

DENTRO DE GABINETES …

… fechados, com ar condicionados potentes, não se preocupam com a história, com a vida das pessoas que convivem e vivem nas regiões que estão nos mapas e, sem sequer visitar o local, colocam trevos modelos, ou seja, desenhos de projetos antigos, no papel, sem se importar com o que vai ser destroçado, com as consequências para as vidas que serão decepadas, para o próprio sentimento das pessoas que ao passar pelo local terão, ao invés do cheiro das flores da figueira, a sua beleza majestosa a amenizar o cansaço, o desânimo de quem tem que enfrentar uma vida cada vez mais difícil de ser vivida, um amargor extremo, para alguns muitas lágrimas para derramar.

PARECE ATÉ QUE …

… em Olímpia, esta é uma sina. O grande imperador Eugênio José, o Genioso, no seu primeiro governo, no afã de colocar plaquinhas anunciando obras e mostrar que seria um grande obreiro, também não deu importância à grande figueira que existia no chamado “Campo de Aviação” que hoje virou loteamento e no lugar da majestosa figueira com vários corações esculpidos com juras de amor, despejou concreto e asfalto em uma avenida que poderia ser projetada preservando aquele ser cheio de histórias e local de muitos encontros, de muito descansar, de muito amar.

MAS, NÃO …

… a fúria destruidora e inconsequente destes seres que deveriam se preocupar com o bem estar de todos e, inclusive com a natureza, destrói e deixa exterminar o maior patrimônio de um povo que não consegue enxergar muito além do próprio umbigo, acaba não se importando com o sofrimento que poderá desgraçar seus descendentes.

DEIXANDO A NATUREZA …

… e mudando para outro aspecto “desnatural”, não há como descartar o pensamento de que a grande maioria das decisões tomadas nos gabinetes do poder, acabam não levando em conta, não só a natureza, mas principalmente o próprio ser humano.

ESTE COLUNISTA …

… teve conhecimento esta semana de um fato que pode ser considerado abominável do ponto de vista humanista.

SIMPLESMENTE …

… um paratleta que treinou, se superou, venceu todas as barreiras para poder fazer o seu papel, ganhou medalha de ouro nos jogos regionais e sonhava tentar o mesmo feito nos Jogos Abertos do Interior (uma espécie de olimpíada tupiniquim), como forma de coroar de êxito todo o esforço despendido em seus treinamentos, além de não ser nem consultado sobre o assunto, simplesmente não foi inscrito pelo município para participar da disputa que tanto sonhava.

COMO FICA …

… o ser humano nesta hora? Como você se sentiria? Não por ter que conviver com os próprios problemas que a vida lhe deu, mas, principalmente por ver passivamente um sonho acalentado, sonhado e desejado, ser destruído por uma simples decisão de gabinete, uma canetada.

ISSO ACONTECEU …

… em Olímpia, ao que se informa, com o paratleta Jorge Gori, que foi medalhista de ouro em arremesso de peso nos jogos Regionais e conseguiu se classificar para participar nos Jogos Abertos e não foi sequer inscrito pelo município. Segundo informações por ser dispendioso levar apenas um atleta para representar o município. É mole? Será que alguém vai confiar neste governo e treinar para os próximos regionais, sem a certeza de que, ao se classificar será inscrito nos Jogos Abertos? Hein? Hein? Hein?

MAIS UM ATO …

… esdrúxulo para ser anexado aos já tantos outros cometidos por este governo que tem a cara da falta de planejamento e da incompetência administrativa.

José Salamargo … sentindo na boca este amargo gosto de fel amarelado expelido por um ser grandioso, exuberante, mas carinhoso, que ficava sempre impávido assistindo a tudo e a todos, apenas com o cheiro de suas flores e o balançar de seus galhos e folhas. Descanse em paz, Figueira linda, decepada por seres de gabinete, insensíveis …

 

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