30 de setembro | 2022

Hora de votar

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“Vote certo para que o seu voto não se volte contra você”.

 

Do Conselho Editorial

Não foi uma campanha das mais tranquilas.Aconteceram muitas agressões, ameaças, mortes, temor de perseguições e agora a hora é de depositar votos nas urnas.

Urnas que foram colocadas em dúvida ao longo de anos, o que obrigou um esforço tremendo do TSE para ir aparando arestas e admitindo intromissões indevidas para tentar diminuir o impacto de uma possível revolta relacionada ao resultado das eleições.

E, mesmo aceitando e implantando sugestões que não modificam o resultado positivo do trabalho de apuração de anos e anos, ainda restam dúvidas na cabeça dos negacionistas que pretendem um efeito invasão do Capitólio por aqui.

No dia 6 de janeiro de 2021, nos Estados Unidos, ocorreu a invasão do Capitólio pelos apoiadores do então presidente Donald Trump, que invadiram o prédio alegando fraude nas eleições presidenciais de 2020. Investigações sobre o caso apontam a atuação de grupos de extrema-direita e, inclusive, de Trump.

No Brasil se houver algum evento que culmine em violência ou mortes, como ocorreu nos Estados Unidos, não restará a menor sombra de dúvidas que o estimulo partiu do atual presidente candidato a reeleição.

Não se trata aqui de proclamar a vitória em primeiro turno do ex-presidente candidato e sim enfatizar que a estratégia ameaçadora de golpe caso não seja reeleito do atual presidente, produziu no imaginário popular que ele não acreditava que pudesse ser reeleito.

Os ataques as urnas e as instituições; ameaças de golpe foram sinalizando a quem tem o mínimo de noção de realidade que o candidato a reeleição não acreditava no seu potencial de voto ou considerava o ex-presidente com popularidade capaz de superar sua votação no primeiro ou no segundo turno.

Além desta estratégia suicida, outras se juntaram a uma campanha desastrada que falou apenas para a bolha, não acrescentando votos e em alguns casos até subtraindo.

As motociatas, como o próprio núcleo de campanha do candidato avaliou, eram um movimento que dialogava com os eleitores do presidente e apenas drenavam recursos e tempo da campanha, mas não produziam o efeito de propagação do voto.

A intempestividade do candidato, a dificuldade de seguir roteiros estabelecidos pelos responsáveis pelo marketing eleitoral, ataques sistemáticos as mulheres, ministros do STF, ausência de discussão de propostas, mantiveram o candidato refém do eleitorado cativo, composto por radicais e fundamentalistas.

Se isto será suficiente ou não para que haja um segundo turno, a votação do dia 2 de outubro revelará.

Enquanto as urnas não revelam a opção do eleitorado, as atitudes de campanha vão demonstrando as razões pelas quais candidaturas alternativas não conseguiram bom resultado e a polarização foi estabelecida.

Uma análise sem profundidade deixa claro que os outros candidatos buscavam votos nos que não desejavam e não desejam nenhum dos que pontuam em primeiro e segundo lugar nas pesquisas.

Este universo se mostrou muito diminuto e o discurso extremista e radical de um candidato tornou-o menor do que já era.

O discurso de centro para a direita de outras candidatas, por dividir o mesmo eleitorado e não ter criatividade, recursos, apoios, e patinar em demasia no lugar comum, pode fazer com que saiam fortalecidas da campanha, mesmo com um porcentual pequeno de votos em relação aos primeiros colocados.

Outros candidatos, pela mediocridade, por ser escada, acrescentaram pouco ou nada ao debate eleitoral, não significando, porém, que não terão votos depositados nas urnas.

Cada eleitor, mesmo que polarizada a eleição, escolherá aquele que, em tese, representa o que gostaria de ver governando o país em razão dos projetos, do programa de governo ou por pura simpatia ao discurso do candidato.

Com tudo que se viu e se viveu neste período é quase impossível que as pessoas não tenham firmado convicção sobre o que desejam para governar o país e os estados por quatro anos.

Não esquecendo das escolhas dos senadores, deputados federais, deputados estaduais que o alto índice de polarização desta campanha deixou em segundo plano, mas que devem ser escolhidos e votados.

A hora que se aproxima é a do chamamento a responsabilidade cívica, do respeito que se tem a nação, da preocupação com o social, com o humano.

A hora que se aproxima é da preocupação com a geração de emprego, melhoria no atendimento a saúde, qualidade da educação, segurança, esportes, lazer, cultura, ciência.

A hora que se aproxima é a de votar.

Vote certo para que o seu voto não se volte contra você.

 

 

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