03 de julho | 2016

Governo Geninho ganha mais uma máfia na sua biografia: a da merenda soma-se a do asfalto

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DO CONSELHO EDITORIAL

Fartamente noticiado pela mídia nacional, o escândalo da merenda que atinge em cheio o governo de Geraldo Alckmin e o atual presidente da Assembléia Legislativa do Estado, Fernando Capez, estava passando ao largo pelo governo de Eugênio José.

A vergonhosa denúncia de que a Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) da cidade de Bebedouro desviava dinheiro da merenda.

O caso teve enorme repercussão e está sendo alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) depois de muita manifestação de rua contra o absurdo e de estudantes invadirem o plenário da Assembleia Legislativa.

Segundo matéria da Folha de São Paulo a Operação Alba Branca, investiga superfaturamento e pagamento de propina em contratos de merenda escolar e começou após um funcionário da Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar) se desentender com a direção da associação, o que o levou a denunciá-los à Polícia Civil de Bebedouro (SP).

O administrador João Roberto Fossaluzza Júnior, que geria a parte financeira da cooperativa, foi à polícia no início de junho de 2015 e contou ter conhecimento sobre o funcionamento do esquema em oito municípios paulistas.

Fossaluzza Júnior havia sido demitido pelo presidente da Coaf, Cássio Izique Chebabi. De acordo com a versão do dirigente, o administrador depositava em sua conta pessoal cheques da cooperativa que deveriam ser usados para pagar fornecedores e prestadores de serviço. Outro ex-funcionário da cooperativa.

A Polícia Civil começou a investigar o esquema a partir da denúncia de Fossaluzza, que em seu primeiro depoimento afirmou que o presidente da associação era responsável pelo esquema.

“No caso presente, João Fossaluzza esteve no centro do poder da aludida cooperativa, (…) o que lhe permitiu confirmar a saída de valores para os pagamentos de agentes públicos corruptos”, escreve o delegado Mário José Gonçalvez, em um pedido de grampo telefônico à Justiça.

Foi a partir das escutas que os agentes da Polícia Civil perceberam que o esquema era maior que o relatado pelo ex-funcionário da Coaf.

O conjunto de provas coletadas, escreveu o delegado, “nos permite concluir que estamos diante de um grande esquema criminoso, que desviou e ainda desvia do prato de comida dos alunos da rede pública alimentos valiosos que são transformados em cifras que acabam banhando a conta bancária de funcionários públicos e de empresários corruptos”.

A Folha revelou recentemente que a Coaf fez uma planilha na qual 152 municípios paulistas eram divididos com outras duas associações. O documento indica que concorrências para comprar merenda nessas cidades podem ter sido manipuladas pelo cartel, com a ajuda de servidores públicos e políticos.

Os grampos telefônicos que atingiram 12 celulares, captaram conversas com referências a agentes públicos. A voz do ex-chefe de gabinete do secretário Edson Aparecido (Casa Civil) Luiz Roberto dos Santos, o Moita, foi registrada em um dos grampos.

Ele pedia dinheiro a integrantes do esquema. O servidor foi demitido na véspera do cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão.

Posteriormente, dirigentes e funcionários da cooperativa prestaram depoimentos à Polícia Civil e citaram o presidente da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), Fernando Capez (PSDB).

À polícia alguns dos funcionários da Coaf relataram que dois assessores do tucano, Licá e Jéter  – eles não mencionaram os sobrenomes -, eram responsáveis por repassar propina a ele.

Luiz Carlos Gutierrez, o Licá, trabalha no gabinete de Capez na assembleia. Jéter Rodrigues, por sua vez, trabalhou com o deputado estadual até dezembro de 2014. Ele confirmou à Folha ter se encontrado com um dos suspeitos, mas negou saber do esquema.

A Polícia Civil tocou as investigações sozinha até dezembro, quando pediu mandados de prisão e de busca e apreensão à Justiça. Nesse caso, o Ministério Público precisa se manifestar – o que fez positivamente. Os promotores passaram a ajudar nas apurações sobre o esquema.

A partir dos relatos da Folha a investigação foi se aprofundando independente do esforço desenvolvido pelo governo do PSDB paulista que busca soterrar todas as investigações sobre mazelas ocorridas no seu desgoverno.

E muitas prefeituras foram sendo envolvidas no esquema criminoso de desvio de dinheiro público, a de Olímpia, até outro dia estava de fora do ranking.

Especuladores, no entanto, coçavam as pestanas sobrecarregadas de piolhos à busca de alguma coceirinha que fosse da presença do governo Eugênio em mais este evento negativo para a cidade.

Afinal, Bebedouro é um pulinho daqui, não dá tempo de consumir uma garrafa de água mineral na viagem daqui até lá, se o distraído viajante for daqueles que degustam com tranquilidade o sabor de uma água pura da fonte com bolinhas.

A distância entre as cidades, em nada contribuiria para que este acontecimento nefasto e aborrecedor tivesse desdobramentos por aqui, ou que, suspeitassem alguns, poderia ter, como tudo indica, inicialmente, parece ter.

O que de verdade fez com que as avaliações no sentido da possibilidade de algum envolvimento do governo de Geninho com a Máfia da Merenda decorre do desgaste e má avaliação que o mesmo e seu staff gozam junto a população mais crítica, mais exigente de posturas menos duvidosas.

Não se pode imputar nenhum ilícito a quem não teve trânsito em julgado e nem se colocar suspeições sobre quem quer que seja que esteja por um motivo ou outro sendo investigado e é exatamente o que se está fazendo aqui.

Porém, sendo homem público, Eugênio, estando na mesma condição de seu staff, sujeito a chuvas e trovoadas e algumas investigações a rolar como pedras ribanceira abaixo.

Não é natural a suspeição, menos natural ainda que o suco de laranja e outros produtos naturais que deveriam frequentar a merenda das crianças tenham sido desviados exatamente por quem se suspeita deveria cuidar para que não fossem alvo de ação tão predatória de princípios tão caros a vida pública, moral, ética.

Desviar qualquer dinheiro público e o dinheiro destinado a merenda se dá um caráter mais desumano ao desvio, por envolver crianças, muitas vezes necessitada daquela alimentação que é única, é sem sombra de dúvidas um desvio de caráter imperdoável, coisa de bandido de última categoria.

Tomara que o prefeito local, ou alguém de sua equipe, não tenha descido tanto em suas carreiras e consigam explicar o que houve, ou há um mal entendido no envolvimento de seu governo nas investigações.

Contrário a isto, estaríamos com um governante, como estão várias cidades, abaixo do nível da pobreza moral, sem nenhuma condição de humanidade ou de respeitabilidade de sua própria condição humana que não reconhece as necessidades apontadas no outro e que sua intervenção enquanto homem público deveria resolver e não ampliar.

Ser acusado de participar da Máfia do Asfalto já não é uma performance boa pra nenhum represente público, estar presente na Máfia do Asfalto e na Máfia da Merenda, se procederam as denúncias, seria, nestes tempos de moralização da coisa pública, de combate a corrupção, uma nódoa, uma mancha, um descrédito na biografia de um prefeito cuja credibi­lidade anda em baixa já há algum tempo.

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