30 de junho | 2019

Governo Bolsonaro, uma droga sem igual

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Do Conselho Editorial

O governo de Jair Bol­sonaro tem se destacado muito mais pelas patetices e absurdos que alardeia, que plataformas, projetos e intenções verdadeiras de mudar a vida do cidadão comum.

Nunca na história brasileira se ouviu tantas asneiras saídas da boca tanto do presidente da República quanto de seus ministros.

Cada dia é uma nova enxurrada de bobagens e o que interessa, que deveria ser a retomada do crescimento do país, vai ficando sempre no segundo plano.

A economia dando mostras de que vem por ai situações intranspo­níveis, PIB sendo revisto todo dia e as expectativas de uma fase econômica recessiva se ampliando e os governantes vendo Jesus na goiabeira, preocupados com armas, nióbio, perigos ideológicos que não existem e campanha de desestabilização dos poderes Legislativo e Judiciário.

E o que é pior, empunha a bandeira do combate a corrupção, um governo cujo partido está sendo investigado por ter supostamente um enorme laranjal entre as possíveis candidaturas investigadas, um filho que se supõe abrigava funcionários fantasmas em seu gabinete, envolvimento com as milícias e com possíveis assassinatos e tráfico de entorpecentes.

Não bastasse tudo isso, militar que acompanhava o presidente em viagem internacional foi flagrado na Espanha com nada menos que 39 quilos de cocaína que estava sendo transportado na aeronave que faz a segurança da presidência da república.

Para se ter a ideia do quanto isto significa, imagine oito sacos de arroz de cinco quilos e o espaço que ele deveria ocupar na aeronave, o que inviabiliza um pouco o discurso da impossibilidade de se saber que alguém estava ou não transportando algo ilícito.

O cidadão comum, em viagem ao exterior, passa por uma averiguação profunda nos aeroportos, com a presença inclusive de cães farejadores para impedir o transporte de drogas para o exterior.

Não há normalidade no fato de um militar participante da equipe de segurança do presidente da república conseguir burlar com facilidade todo um aparato que deveria ser rigoroso e transporte este volume de drogas em avião que faz parte da comitiva oficial. Principalmente em se tratando de um presidente que quando candidato foi esfaqueado e cuja segurança é muito mais ostensiva que a que servia a todos os que o antecederam.

E, diga-se de passagem, não há registro na história brasileira de um acontecimento tão vergonhoso envolvendo a segurança dos ex-primeiros mandatários do país e um membro da força aérea ou qualquer outro militar da ativa.

Como este governo tem se notabilizado pelo excesso de baixarias e o baixo nível escancarado tanto dos que foram conduzidos a cargo cuja investidura deveria exigir comportamento moral, ético e civilizatório irreprimível, quanto de maioria de seus seguidores, estas questões são minimizadas e havidas como normais quando não são.

Diante de tudo que se vê e que se ouve é inevitável o isolamento do Brasil em relação ao mundo civilizado e da mesma maneira se torna impossível crer que um governo sem nenhum projeto relevante possa superar os problemas graves que apontam no horizonte e se ampliam a cada dia.

Internamente, a cada dia, em razão do volume de maluquices e irracionalidades, o governo vai perdendo credibilidade junto a sociedade, tanto que recente pesquisa do Ibope constatou uma queda da popularidade entre a última pesquisa e a anterior de 5%  pontos percentuais o que, em síntese, é muito, considerando-se que se trata de apenas seis meses de governança.

Algo muito expressivo que conduz a imaginar que se não mudar o curso das maluquices e buscar a racionalidade,  em breve o governo Bolsonaro será considerado uma droga sem igual.

 

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