02 de julho | 2018

Geninho: uma candidatura a federal que pode caminhar do nada para lugar nenhum

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Do Conselho Editorial

Muito embora tenha anunciado sua pré-candidatura a deputado federal, o ex-prefeito de Olímpia, Eugênio José Zuliani, ainda pode sofrer um revés em sua pretensão de se can­didatar a deputado federal.

O jogo de xadrez dos bastidores da política tem demonstrado que as chan­ces reais de Geninho chegar lá estão atreladas as possibilidades de Rodrigo Garcia ser o candidato a vice de João Dória, que disponibilizou seu nome para disputar o governo do Estado de São Paulo.

Ocorre que as pesquisas indicam que a candidatura de Geraldo Alckmin para presidente tem perdido fôlego e ganho rejeição tanto nas pesquisas quanto nos partidos que possivelmente coligariam com o PSDB.

Há uma grita geral nos bastidores para que Geraldo abdique do sonho da presidência e se lance em outras aventuras consideradas mais viáveis no plano das disputas eleitorais.

Se isto ocorrer e é esta a pressão exercida, João Dória até o presente momento é o nome que parece empolgar o centro que interpreta sua candidatura viável para conseguir chegar ao segundo turno.

Tudo em política são hipóteses, e esta é uma das hipóteses que tem ganhado adeptos depois da divulgação das pesquisas que mostram o Picolé de Chuchu derretendo.

Além da agenda negativa nos noticiários que dão conta do envol­vimento de seu governo em grandes escândalos de corrupção que o aparelhamento do Judiciário e a submissão do Legislativo estadual não deram conta de blin­dar.

A candidatura de Alckmin cada vez mais se afasta daquilo que seria o ideal em tempos de combate a corrupção e quando se abrir a caixa preta do Rodoanel, o que indica, pode ser antes das eleições, poderá não sobrar muito da divulgada reserva moral política de Alckmin para ser exibida em palanque.

Afora a proximidade sua e do seu partido PSDB que ocupa cargos no governo Temer e que será bastante explorada na campanha eleitoral.

Neste momento, sua candidatura tem tudo para não prosperar e não prosperando a bola da vez seria e ex-prefeito da cidade de São Paulo, que há tempos vem tentando, de forma bastante oportunista, puxar o tapete de Geraldo.

Na avaliação de muitos líderes políticos só Dória poderia dar oxigênio para o “tucanato” na eleição futura. Tem o perfil do empreendedor, discurso reacionário e conservador que agrada os que não confiam na virulência que Bolsona­ro conseguiu fixar e a ideia de que é antipetista radical e não parece ter escrúpulos para alcançar seus objetivos.

Saindo ou sendo expulso Geraldo da disputa por não conseguir emplacar sua candidatura, o nome mais provável para a substituição é o de Dória e nesta nova configuração Gar­cia pode deixar de ser vice e Geninho que escora nele para se eleger não deve se arriscar na candidatura.

Necessário explicar que no atual contexto de golpe onde uma presidenta foi ejetada do cargo, impedida de governar e substituída pelo vice que amarga muitas denúncias e uma rejeição gigantesca é muito difícil que alguém como Garcia, alvo de algumas denúncias, emplaque como vice de Dória.

Da mesma forma que se cogita que há resistências a candidatura de Geninho nos bastidores, em razão dos muitos processos que enfrenta, pelo fato de que muitas denúncias devem ocorrer no período eleitoral, Garcia parece a princípio ser tão tóxico quanto Eugênio.

E Dória, se for guindado à condição de candidato a presidente, dificilmente desejará ter ao seu lado alguém que desmonte seu falso discurso moralista que prega a ética das carpideiras.

E o anúncio da candidatura do apresentador Da­tena para o Senado, para alguns, reforça esta tese que pode parecer conspi­ratória, mas o que não é conspiração na política?

E mudando o jogo é quase certo que Garcia tente se reeleger deputado federal, visto que suas chances de se eleger Senador são mínimas e a candidatura de Eugênio volta com menores chances à condição de estadual.

Menores chances em razão das dobradas que Garcia, se federal, teria de fazer, e pelo enfrentamen­to com duas candidaturas expressivas no seu curral eleitoral.

Por isto que dizem que eleição e nuvem mudam toda hora, e se mudar, como as lucubrações se permitem, Eugênio que já teria dificuldades para se eleger, terá muito mais.

 

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