26 de agosto | 2018

Geninho recebeu o décimo terceiro… processo

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Do Conselho Editorial

Gente de bem, trabalhadora, que se mata no chão de fábrica, sua a camisa no comércio, rala nas lavouras, esfrega latrinas, dá brilho em assoalhos, recolhe galhos, atende balcão, espera pelo décimo terceiro salário para poder adquirir um bem ou resolver uma pendência econômica qualquer.

Muitas vezes dependente do poder público para educar os filhos, ter acesso ao sistema único de saúde e outros serviços dispon­ibilizados, tudo isso a um custo elevado de recolhimento de altas taxas e impostos.

Maioria das vezes ganha salário miserável que mal dá para cobrir as necessidades básicas; e o décimo terceiro salário recebido, em duas parcelas, muitas vezes está comprometido tempos antes do recebimento.

Já o político, não; determina o quanto ganha e não recebe pouco para cuidar do bem estar da população e briga como um leão para a cada dia ter mais mordomias e ronrona como um gatinho no tocante ao cumprimento das obrigações assumidas.

Embora se discuta a pertinência do décimo terceiro e até décimo quarto salário aos que vivem da política, em se considerando o que percebem em relação ao ganho de maioria, pode se afirmar que tais propostas são escandalosas e imorais; principalmente se for observado que a maioria dos políticos, quando se encontravam na condição de homens comuns e assalariados, com direito a décimo terceiro, viviam na mesma penúria e dificuldade que vive a maioria dos brasileiros e brasileiras trabalhadoras.

O ex-prefeito de Olímpia, agora candidato a deputado federal, pelo que consta a lenda, saltou de um quadro de dificuldades e dividas vultuosas, segundo panfleto esparramado na cidade, quando de sua primeira eleição, para a condição de quem superou em muito suas dificuldades econômicas.

De acordo com o que consta no site da Justiça Eleitoral, a declaração de bens encaminhada em meados do mês de julho próximo passado, pelo ex-prefeito Eugênio José Zu­liani, Ge­ninho, aponta pa­ra um crescimento de 265% aproximadamente, quando a comparação é feita com o que ele declarou em 2012, quando foi candidato à reeleição para o cargo de prefeito de Olímpia.

Neste ano Geninho declarou o total de R$ 639.473,15. Mas ao verificar os valores especificados, chama a atenção para a propriedade de um apartamento, onde não consta a localização, que estaria avaliado em R$ 200 mil.

Além disso, ele declarou ser proprietário de uma sala ou con­junto que estaria avaliado em R$137.843,60; um consórcio não contemplado que Geni­nho avalia em R$ 20.771,82; quotas ou quinhões de capital a R$ 990,00; um título de clube e assemelhado, que estimou no valor de R$900,00.

Um apartamento, sem especificar a localização, que estaria avaliado em R$ 260.900,73, valores declarados de outras aplicações e investimentos avaliados em R$ 5 mil; quotas ou quinhões de capital a R$ 997,00; e um galpão avaliado em R$ 12.070,00.

Na declaração que apresentou em 2012, o total de R$ 175.179,84, distribuídos em participação de 99% da empresa GZ Participações Ltda., com quotas ou quinhões de capital avaliados em R$ 9.990,00.

Participação de 33% na empresa LCG Aluguel de Equipamentos e Máquinas Ltda., cujas quotas estavam avaliadas em R$ 20.004,00; 50% na GZ Distribuidora Ltda. Com quotas ou quinhões de capital avaliados em R$ 10 mil. 33,34 me­tros quadrados de um barracão localizado na Avenida Dr. An­drade e Silva, um galpão avaliado em R$ 12.070,00.

Participação na empresa Cobrani Cobrança e assessoria Jurídica Empresarial Ltda., referente a 99% de quotas ou quinhões de capital, avaliado em R$ 990,00.

Um apartamento no Residencial Thermas Park, na época com saldo a quitar, avaliado em R$ 118.369,34; e quotas ou quinhões de capital da SPE Sa­gi­tário Torres, avaliado em R$ 3.756,50.

No entanto, como ninguém é de ferro, juntamente com o patrimônio, Geninho também acumulou ações na Justiça.

Segundo consta no Tribunal de Justiça Geninho tem 12 ações por improbidade administrativa. 

Certidão que foi expe­di­da pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), com a data de 19 de julho próximo passado, com fins exclusivamente eleitorais, aponta que o ex-prefeito de Olímpia, Eugênio José Zuliani,  Geninho, tem contra si, o total de 12 ações civis públicas que apuram prática de eventual prática de ato de impropriedade administrativa.

No Es­tado de São Paulo, aparentemente Geninho é o candidato a deputado federal com o maior número de ação civil pública do Estado.

Porém, Geninho que parece ter pretensões de frequentar o Guinnes na condição deplorável de colecionador de processos, diferentemente dos homens de bem, trabalhadores e trabalhadoras, recebeu seu décimo terceiro, mas décimo terceiro processo por impro­bidade administrativa.

Houve o pedido liminar de indisponibilidade de bens e o juiz afirmou que “no caso concreto, considerando que há sérios indícios de falhas formais no processo licitatório, considerando que alguns objetos não foram entregues, considerando os indícios de direcionamento da licitação, considerando que a destinação de objetos para outros setores revela a falta de planejamento, considerando que objetos foram encontrados em poder da vencedora da licitação mesmo após o pagamento e considerando que apenas uma empresa participou do ato, entendo que há sim fortes indícios da prática de atos de improbidade que causem danos ao erário”.

Vergonhosamente o décimo terceiro inquérito civil apura eventual prática de improbida­de administrativa a compra de objetos de decoração para Centro de Diagnóstico na compra, pela Secretária Municipal de Saúde da Estância Turística de Olímpia, de 152 objetos que seriam usados na decoração am­biental do Centro de Diagnósticos em meados de dezembro de 2016, pelo valor de R$ 57 mil, mas que não foram localizados pela atual administração.

Mas, pela certidão, também recebeu o décimo quarto. E este, pior ainda, tramita na Vara Criminal, proposto pela Justiça Pública, ou seja, trata-se de uma ação penal, que tramita em segredo de justiça. Mas na relação aparece ainda o registro de um inquérito policial com a data de 23 de março de 2017, que foi instaurado por solicitação do Ministério Público do Estado de São Paulo.

Como se pode bem observar o candidato a deputado federal Eugênio José Zuliani, Geninho, ex-prefeito deste município recebeu seu décimo terceiro e décimo quarto, pena que tenham sido processos, e que podem se tratar de investigações de desvios ou irregularidades que podem ter comprometido a área da Saúde, tão carente de tudo.

Para quem se suspeita e se investiga por ter desviado dinheiro público para construção de um canil que foi pago e não concluído, pode se esperar de tudo.

Dói na alma, ver que falta remédio e atendimento médico nos postinhos, que as aparelhagens deixadas pelo governo de Geninho foram sucateadas e a noticia é de desvio de verba pública nesta área que foi tão desassistida em seu governo.

Dói saber que os que recebem salário e décimo terceiro porque trabalham sol a sol podem não ter sido assistidos de forma mais eficaz exatamente em razão destas vergonhosas ações destes homens públicos que depois lançam suas candidaturas, para, possivelmente, ter direito a foro privilegiado e escapar das investigações, dói, como dói.

E dói mais saber que o décimo quarto já chegou e o décimo quinto pode estar a caminho e que outros e outros virão e o povo inocente e desinformado, mal atendido nas suas necessidades básicas, influenciados por manipuladores da palavra, formadores da falta de opinião, defendendo a eterna ideia malufista do rouba mas faz, estão por aí a convencer que os incautos apertem um pequeno botão no dia certo.

 

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