05 de abril | 2020

Folha chega aos quarenta de quarentena

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“Este momento, como outros, passará, o mundo e as pessoas, como Fenix, vão renascer das cinzas, vão se recuperar. A Folha deseja e torce por isto”.

Do Conselho Editorial

Esta Folha da Região que veio ao universo de Olímpia em 03 de abril de 1980, início do começo do final do período sangrento, autoritário e nebuloso da ditadura militar instalada em 1964 e finda em 1984, comemora 40 anos de perseguições e respeito ao sagrado direito da informação.

Não se pode e não há como afirmar que foi fácil atravessar a neblina dos finais dos anos sangrentos de chumbo impostos pelos ditadores levando ao leitor a notícia mais próxima da realidade, mas, pode se garantir que o percurso percorrido foi de responsabilidade a compromisso com o que pode haver de mais ético no jornalismo.

Falhas podem ter ocorrido, como ocorrem em todas as profissões que envolvem informação e compromisso com o bem estar do próximo, trans­parência e, sobretudo, honestidade de princípios. Se houve, porém, não foram intencionais ou por dolo, a intenção sempre foi e será o bem comum.

Atravessados os primeiros anos que conduziriam ao final do mandato do presidente que preferia o cheiro de cavalos que o cheiro do povo, os resquícios do período ditatorial deixou rastros, marcas e ranços que persistem até hoje e que refletiram e refletem nos órgãos de comunicação.

Refletem em todos e reflete neste jornal. A diferença é não ceder ao canto da cotovia, é não se render ao sistema que ameaça para intimidar com o objetivo de amordaçar e assim continuar lesando o poder público sem a tão necessária crítica pública que as manchetes e o noticiário do jornal suscitam.

Chega aos quarenta anos este jornal no momento mais significativo e preocupante enfrentado pela sociedade brasileira, que passa pelo en­fren­tamento de uma pan­demia provocada pelo Coro­navírus que vem produzindo pilhas de cadáveres pelo mundo afora.

Neste momento de tão grave situação, a Folha da Região, como faz desde 1980, sai a campo e busca o que pode haver de melhor e mais atualizado em termos de discussão médico científica em relação a catástrofe e colhe relatos de cidadãos preocupados com seu destino e transforma em notícia dando sua contribuição para que todos isolados, ou não, tenham relatos e acesso ao que está ocorrendo em Olímpia.

Repórteres na rua, corpo editorial, jornalistas, colaboradores e funcionários, observando as cautelas que o caso exige, atuam para que a notícia chegue todos os sábados na casa do assinante.

Sempre foi assim e não mudará a relação do jornal com seu assinante, construída ao longo dos últimos quarenta verões, outonos, primaveras e invernos, por pior que seja o inferno astral porque passe a sociedade.

Foi assim da dengue a chi­kungunia e assim será com o Covid19, esta é a missão do jornal e como sacerdócio será cumprida passo a passo com responsabilidade social e jor­nalística para chegar ao final deste período de tristezas com a sensação de dever cum­prido, como sempre chegou em todas as situações de crise que passou desde o dia em que surgiu.

Infelizmente, não é momento de se comemorar nada, o momento pede paz, tranquilidade, esperança, oração e responsabilidade dos homens públicos visando a que se reduza a mortalidade no país para que apenas um número reduzido de famílias passe pelo desconforto de perder familiares.

Ideal seria que nenhuma família tivesse que chorar algum ente querido perdido para a pandemia, não tendo sequer a oportunidade de realizar o ritual da despedida e tendo que ficar de quarentena, isolado, a chorar pelo que se foi e a orar para que não perca mais nenhum ente querido na família que passa a ser grupo de risco.

O quadro é caótico, o momento é desolador, angustiante e nesta hora trágica, enquanto tantos acendem velas pelos entes queridos, esta Folha apaga mais uma ciente que continuará sua caminhada na direção dos próximos anos, das próximas tragédias, dos acontecimentos trágicos, das perseguições, dos aniversários, nascimentos, alegrias e tristezas que se vão fundindo em páginas através dos anos.

Aos quarenta, esta Folha, sempre muito nova e moderna, continuará sua luta e labuta para que você leitor possa saber de tudo e um pouco mais, com transparência, imparcialidade, ética e sempre desejosa de que momentos como este que a sociedade vive possa servir como lição para que o mundo pense, repense e mude para melhor.

Melhorar é a melhor prática humana desde que o mundo é mundo, esta a lógica que premia este jornal que errou para aprender e aprende errando desde 03 de abril de 1980 e continuará eterna aprendiz enquanto existir.

Que a vida seja longa para este jornal e para todos.

Este momento, como outros, passará, o mundo e as pessoas, como Fenix, vão renascer das cinzas, vão se recuperar.  A Folha deseja e torce por isto.

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