13 de agosto | 2017
Folclore, ao que tudo indica volta a brilhar
Do Conselho Editorial
Embora não tenha o mesmo brilho de anos atrás, pelos comentários positivos acerca da pretensão de ressuscitar o Festival Nacional do Folclore, parece que a pretensão começou bem sucedida.
Este jornal, ao longo dos anos, tem sido bastante crítico aos rumos dados ao festival que ano a ano se afastava da sua principal razão de existir, a questão cultural.
Faltava disposição política, vontade de levar avante um acontecimento que ganhou repercussão nacional e levou o nome da cidade pelo Brasil afora quando era apenas uma cidadezinha esquecida nos fundões do principal Estado do país.
O festival, por longos anos, foi recepcionado com elogios pela comunidade acadêmica em razão do desfecho da coleta de farto material nas pesquisas do professor José Santana com a apresentação de significativos grupos que representavam o que havia de mais autêntico na cultura popular.
Após o falecimento do folclorista, infelizmente, o festival foi perdendo alguns aspectos que fortaleciam sua presença no cenário cultural brasileiro e consequentemente rompeu-se o laço que havia entre parte dos interessados e estudiosos da matéria e a festa que passou a ter características de quermesse.
O público oriundo de escolas perdeu interesse pelo festival e os expectadores que afluíam de todas as partes do país minguaram a medida que os anos passava e a desorganização aumentava.
A impressão que se tinha era a de que o poder público pretendia sufocar o Festival até levá-lo a extinção natural por falta de investimentos e de público.
Algumas manobras grotescas e injustificadas foram tentadas na direção de torná-lo mais moderno ou fundido a questão turística, fruto do delírio de ditadores prepotentes que tratam o poder público como laboratório para suas experiências, a população como cobaia e o dinheiro público como capim.
Nada, como previsto, por óbvio que era, deu certo e o festival caminhava para seu desfecho.
Este ano, embora seja cedo para se avaliar, a questão do Festival do Folclore parece ter sido tratada com mais profissionalismo e o resultado é demonstrativo de que quando se faz com a intenção dos acertos, o número de equívocos é bem menor.
A resposta, considerando-se o número de elogios dispensados ao festival pela população nas redes sociais e na rua parece ter sido bastante positiva.
A divulgação foi feita a tempo das pessoas se organizarem para vir de outros lugares assistirem e participarem do festival; o público interno, com pequenas falhas, foi informado em tempo real acerca do calendário, número de grupos a se apresentar, palestras, debates, atrações diversas, barracas.
No conjunto, o que se observou é que houve mudanças significativas em relação ao sistema da festa retirando alguns ranços e burocracia que travavam alguns avanços.
O público compareceu ao que indicam as primeiras previsões, dando a entender, sem precipitações, que a possibilidade de resgaste e condução da festa a patamares de respeitabilidade é possível, caso se caminhe aperfeiçoando instrumentos que se petrificaram e necessitam de revisão.
Embora seja prematuro assinalar que o Festival tenha ressuscitado é possível afirmar que este ano deu mostras que havendo disposição e boa vontade do poder público, aliados a um trabalho sem amadorismo, as coisas acontecem como deveriam acontecer, de forma bem sucedida levando o nome da cidade através do Festival Nacional do Folclore, que ao que tudo indica, timidamente volta a brilhar.
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