07 de fevereiro | 2016

Falta energia, sobra reclamações e solução zero

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Do Conselho Editorial

A estância turística de Olímpia desde uns tempos vem vivenciando um drama que parece já ter se incorporado ao cotidiano.

Dentre as várias reclamações que se tem por aqui e que o poder público trata como se não fosse de sua alçada, senão resolver, pela prática da apatia que toma conta do executivo, pelo menos fingir que está discutindo a questão com a responsabilidade que a mesma exige.

Não é de hoje que Olímpia vive um número sem fim de apagões. Às vezes, vários no mesmo dia, ou um, com intensidade de horas e horas, não em toda a cidade, mas em regiões diversas.

Não há equipamento que resista as quedas constantes de energia e nem paciência que resista vivendo como se fora comum a quantidade enorme de queda de energia que virou uma constante no município.

Há quem atribua o fato ao crescimento desmedido e mal calculado da cidade, cujos administradores não calcularam a necessidade de modernização do sistema de fornecimento de energia.

Há os que indicam suas insatisfações a privatização da CPFL, que realmente, pelo número crescente de queixas, demonstra não estar prestando o mesmo serviço de qualidade do período em que era pública.

Se houve ou não sucateamento dos equipamentos, falta de expansão e melhoria da rede, só alguém técnico que atue no setor poderia avaliar com melhores condições as causas que poderiam ter levado e levou o município à situação que chegou no setor de fornecimento de energia.

A privatização, no seu bojo, diminuiu drasticamente o número de funcionários que serviam a cidade e transferiram, pelo que se sabe, os serviços para empresas contratadas para esta finalidade.

O consumidor, outrora, quando se via às voltas de situação como as que ocorrem nos tempos presentes, ligava para o escritório local da companhia e a solução se dava através de equipe local que cuidava dos reparos.

Natural, que ampliando o número de habitantes, domicílios, empresas, aumente além do consumo a quantidade de problemas. Não é, no entanto, natural que a empresa de um gigantismo como esta não tenha se estruturado para acompanhar a demanda crescente.

Menos natural ainda é que as autoridades, se é que existe alguém com autoridade por aqui, se calem como se fora normal o crescente destas incomodas situações em uma cidade cuja principal fonte de renda é o turismo.

 Vergonhoso que situações como estas continuem acontecendo como se a ex-capital do folclore estivesse ainda sob o comando do Curupira, personagem lendário que tinha os pés para trás e que até onde se sabe, nunca proferiu uma palavra sequer a respeito de nada.

E, calado, foi destronado do direito de administrar a cidade no período dos festejos folclóricos.

Da mesma maneira continuam os personagens do poder local que não iscam e nem triscam uma palavra, um miado, um latido que seja, a respeito deste abuso que ocorre como se fosse parte da normalidade da vida de uma cidade que se maquia de progressista e moderna só no papel dos jornais chapa branca e nos blogs e sites oficiais.

A CPFL, tão ausente quanto as pretensas autoridades locais, ao que tudo indica continua tratando com o desdém de sempre o consumidor obrigatório, que não tem outra alternativa que não a de suportar transtornos frequentes, aliados a queima de eletrodomésticos de vez em quando.

E quando busca órgãos que deveriam protegê-lo dos abusos frequentes, encontra pela frente uma burocracia tão grande que fica com a sensação de que tudo foi devidamente elaborado e construído para que o reino da impunidade prosperasse por aqui.

Ou, senão, avalia que o prejuízo não compensa uma disputa judicial em razão da demora provocada pelos inúmeros casos que buscam guarida na justiça sobrecarregada.

Quando se encontra diante da situação em que sua casa está às escuras corre na conta de energia e lá se depara com um telefone de número 08000101010 para reclamação e uma voz eletrônica, insensível e distante comunica de forma fria e calculista que a região tem problemas e que o mesmo está sendo resolvido no período de tantas horas.

Prova mais que suficiente para deixar qualquer cidadão com um sentido mínimo de humanidade desanimado e desacreditado do serviço prestado.

A sensação que se tem é a de que não passa de mais um número com obrigação de pagar a conta em dia, senão a energia que falta dia sim e dia sim, se mostrando presente vez em quando, faltará para sempre.

E se sentindo desrespeitado enquanto consumidor e enquanto cidadão, visto que nenhuma autoridade local se manifesta para pelo menos solicitar informações, montar uma CEI para se discutir a questão, nada, pois os que fingem que muito são nada representam ser quando o problema bate a porta e exige solução.

E assim segue o cidadão e o turista abandonados como a cidade que tem tudo para dar certo, só falta lideranças, que tenha seriedade no trato com a coisa pública, só isto, que parece ser pouco, mas é muito, pois exige homens com coragem e desejo de cumprir a função pública com responsabilidade.

O que parece não haver por aqui.

 

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