11 de junho | 2018

Eleições para presidência ou o triste fim de Gustavo Pimenta?

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Do Conselho Editorial

As constantes baixarias vivenciadas na Câmara Municipal de Olímpia patrocinada por alguns vereadores dão indicativas de alguns cenários.

O primeiro deles é o de que as pretensões de Gus­tavo Pimenta ser algum dia prefeito de Olímpia parecem que foram definitivamente soterradas.

Lógico, que esta lógica implica muitas avaliações e discussões acerca da possibilidade de seus porquês e senões e a maioria delas acena para o final do sonho do atual presidente da Câmara tomar assento algum dia na Prefeitura.

Sua escolha para presidência da Câmara, como a de muitos que por lá passaram, em principio, se dava para alavancar a possível futura candidatura a prefeito.

Na história recente, para não voltar a um período mais longo, é possível lembrar as candidaturas de João Magalhães, Beto Puttini e Hilário Ruiz que foram presidentes do Legislativo e conseguiram lançar suas candidaturas ao cargo majoritário.

Coloca-se neste pacote a candidatura de Eugênio José que foi presidente da casa de leis e se elegeu prefeito de Olímpia.

Poderia se colocar Salata que presidiu a Casa de leis e foi candidato a prefeito e voltou à presidência com a intenção de se viabilizar pelo menos na condição de vice nas últimas eleições e não foi feliz.

A Casa da Aurora, ou o atual Circo da Avenida, passou a ser vista de uns tempos para cá, como a grande promotora de candidaturas majoritárias, razão pela qual parece se desenvolver lá uma disputa verborrágica de muito baixo nível para se conquistar a sua presidência.

Gustavo Pimenta, já foi escrito aqui, mas vale a pena repetir, veio do meio jurídico, era considerado nos circuitos sociais como alguém ponderado, responsável e avesso a escândalos.

Vice de Eugênio José foi à mesmice das mesmices nas funções que desempenhou na Assistência Social e na condição desnecessária vergonhosa de inter­ven­tor da Santa Casa, quando a mesma apresentava resultados positivos à população local no tocante a saúde.

Intervenção cuja intenção era, ao que tudo indica, eliminar um possível oponente de Eugênio José na disputa eleitoral e cujo ônus, o da intervenção mal sucedida, se imputa a Gustavo.

Estas marcas de pouca intimidade com a coisa pública do ponto de vista técnico ou mesmo da ausência de criatividade para apresentar proposições à sociedade que contribuíssem para que avançasse na busca do futuro, não comprometiam Pimenta como a situação que o Legislati­vo hoje vive sob seu comando.

As enquetes e pesquisas anteriores à eleição passada pontuavam Gustavo em posição bastante favorável, ofertando a ele a possibilidade de ser bastante competitivo, não conseguiu alavancar sua candidatura, foi preterido pelo seu grupo.

Eugênio José, segundo o próprio Gustavo, deu-lhe uma rasteira de sapo e optou por uma candidatura que hoje se observa, foi mais infeliz em termos de votação do que poderia ter sido a de Pimenta.

Cunha, que abrigou a candidatura de Gustavo em sua coligação, possivelmente fez acordos confiante na fleuma e condição de conciliador que Pimenta aparentava ter para que o mesmo fosse presidente da Câmara, caso fosse eleito.

E, eleito deve ter cumprido o acordado, o que forneceria a Pimenta matéria-prima para fortalecer sua caminhada na direção da cadeira de prefeito.

Sua passagem pela Câmara, os sucessivos escândalos e sua reaproximação com o grupo de Eugênio José desidrataram de tal forma suas pretensões políticas que hoje, ele, que na condição de vice-prefeito não conseguiu ser candidato, teria muito mais dificuldades que naquela época para encontrar apoio as suas pretensões.

Escândalos atrás de escândalos e quem deveria colocar ordem na casa para beneficiar seu grupo parece que estimula a baixaria.

Não há ordem nem progresso e nem reputação que resista ao que está acontecendo na Câmara Municipal.

O incidente em que um vereador tira a cinta para bater em outro é o fundo do poço, tanto pelo desrespeito a liturgia do cargo, quanto pelo conteúdo metafórico que encerra.

Sim, remete as brigas e desavenças de moleques em confronto na rua, ou mesmo quando um moleque faz algo muito reprovável e o pai ou a mãe faz uso de cintas e chinelos para educá-lo.

Pegou muito mal o incidente, se bem que todos os incidentes pegaram muito mal; este ultrapassou os limites do bom senso e da convivência social; remeteu Olímpia e sua representação legislativa à barbárie.

Vale notar que a acusação de assédio sexual não é novidade naquele local e muito menos o corpora­tivismo e a omissão dos vereadores que tentam ocultar suas mazelas e conduzem aquele espaço de discussão a uma vergonhosa tina de lavadeiras de beira de rio.

É sabido e conhecido que na legislação passada o ex-vereador Marcos Santos foi acusado de ter assediado uma funcionária nos mesmos moldes de agora.

A Câmara e o presidente de então, vereador Luis Salata, se fez de morto para enganar o coveiro e também se omitiu não instalando processo administrativo para apurar o ocorrido, e não houve tantas baixarias neste escândalo que envolveu Marcos Santos, como agora.

O mesmo vereador Sa­lata e ex-presidente, está envolvido na polêmica de agora em razão de um aparelho celular, propriedade da casa de leis, que levou consigo após o término do mandato e que era alvo de uma investigação que foi sorrateiramente encerrada sem ser finalizada.

O que pode e deve estar por detrás de tudo isto, inclusive do encerramento da CEI do Celular do Salata, seja a disputa pela presidência da Câmara que, tudo indica será disputada por Niquinha e Hélio Lisse, que se digladia­ram na última sessão de pugilato de forma desumana e desiquilibrada.

Ambos, como Gustavo Pimenta, com pretensões de no futuro se lançarem candidatos a prefeito de Olímpia, afinal a presidência da Câmara parece ter se transformado no trampolim para a Prefeitura.

O que não veem ou se negam a enxergar é que o que era para alavancar candidaturas futuras, co­mo as que foram elenca­das acima, está se transformando, em razão da disputa colérica, em uma arma contra estas candidaturas.

A prova disto é o que já conseguiu produzir de desgastes pessoais e políticos na figura de Gustavo Pimenta que vai, se continuar neste ritmo, como alguém a quem não se deve dar nem um bicho preguiça para tomar conta, tamanha a demonstração de sua falta de capacitação para o que teria que liderar e lentidão para perceber o que constrói a sua volta por falta total de percepção da importância do cargo e da liderança que deveria exercer.

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