19 de junho | 2016

Eleição ou início de baixarias?

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Do Conselho Editorial

O trauma que está sendo vivido pelo país em razão da enormidade de denúncias de corrupção ao longo dos últimos anos envolvendo mensalões, petrolões, caso do Metrô, merendas, máfia do asfalto e tantas outras máfias da política brasileira que era de se esperar eleições municipais marcadas pela decência e por discussões sadias e políticas, em prol do bem comum.

Fundido a este amalgama nada civilizatório que expôs um país sob o comando de corruptos, de ladrões de toda ordem, tomando de assalto os cofres públicos, a população indo às ruas e nas redes sociais a repelir a gatunagem imposta de cima para baixo pelos políticos, era de se imaginar eleições limpas e transparentes.

Imaginava-se que os políticos, de forma geral, deixariam de lado as tradicionais discussões de ordem pessoal e finalmente, atendendo o secular apelo do povo brasileiro, centrariam as discussões em projetos, propostas que pudessem melhorar a sociedade e restabelecesse a credibilidade na classe política.

Sonhava-se e alguns ainda sonham que o nível das eleições municipais fosse totalmente diferente do que tem sido até então.

Que haveria cavalheirismo, educação e ficariam os candidatos incumbidos de trazer à discussão o que pode e deve ser relevante à melhoria da relação da sociedade com a classe política, tão vinculada a desvios e desmandos de toda ordem.

Não se exigia nenhum santo, nenhum beatificado, pedia-se, clamava-se naquilo que é possível solicitar figuras menos hostis as outras e que não entendessem tanto que a demolição moral do adversário fosse mais necessária que a reconstrução da cidade perdida em anseios de moralização da coisa pública, necessitando de transparência e seriedade.

As indicativas iniciais, pelo que se ouve de representantes de vários pré-candidatos nas ruas e nas páginas sociais é muito mais um jogar excremento na imagem pública do outro do que passar uma imagem positiva sobre suas pretensões futuras em relação ao destino da cidade e de seus habitantes caso venham a governá-las.

Deveria importar muito pouco ou quase nada quantos anos alguém esteve à frente do legislativo local, muito pelo contrário, sendo seus membros, em sua esmagadora maioria, meros reféns do Executivo, meros carimbadores do interesse deste, algo que deveria depor contra a biografia de qualquer um que pretenda o cargo Executivo.

Se nada fez ou pouco fez por lá, se tiver a mesma performance na Prefeitura, estará o povo no sal.

E, o que poderia importar se o candidato mora aqui ou não, em uma cidade que o prefeito atual e vários outros nem olimpienses eram, o que deve importar, imagina-se, é a capacidade técnica que terá para enfrentar os problemas apresentados quando estiver à frente dos destinos da cidade.

Se esta fosse a exigência para se concluir que alguém é capaz de comandar uma cidade, estaria a cidade em palpos de aranha, pela quantidade de estranhos estrangeiros que “votuporanguensemente” a administra no momento atual, e o engraçado que os críticos do estrangeirismo se calam e endossam a república de Votuporanga enquanto bradam que alguém nascido em Olímpia, têm que morar aqui para se candidatar.

Isto é de uma estupidez cavalar e demonstra bem o tipo de cavalgadura que pleiteia o cargo, discriminatório, preconceituoso, sem noção alguma de noções globais, não se atentou para o mínimo, que o homem se universalizou faz tempo, que estas discussões são do tempo da Maria Fumaça.

Este jornal, quando nas eleições passadas, se discutia a procedência do ex-prefeito Luiz Fernando Carneiro, ou de Eugênio José Zuliani, que não são pessoas nascidas em Olímpia, combateu esta prática preconceituosa levada nos discursos dos candidatos vazios e sem proposta e irá combater nesta eleição também.

De forma alguma está se tendo predileção por esta ou aquela candidatura; de maneira alguma está se defendendo alguém; o posicionamento é para deixar claro que este tipo desnecessário de baixarias antes até do início das campanhas leva a outros e há exemplos claros disto na realidade política de Olímpia.

Os diversos panfletos atacando a moral de pré-candidatos e candidatos antes e no período eleitoral dão bem conta disto e é disto que se escreve aqui; e é disto que se fala aqui.

Se não tem o que falar, se não tem proposta, se é o vazio do vazio, enfie a língua em lugar que não bata sol e se cale; não dê esta contribuição nefasta e negativa para a política.

O que o povo de Olímpia precisa é que se discuta a cidade de forma séria, de forma técnica, que o debate seja capaz de envolver a comunidade em práticas mais decentes que as praticadas até agora; o povo demonstra estar de saco cheio de baixarias e de governos irresponsáveis no trato com a coisa pública e deve repelir com veemência candidatos que, não tendo discurso e proposições, optam pelo baixo nível da campanha.

 

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