26 de outubro | 2014

Eleição, muito Karma, Carma, e Calma nesta hora

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Willian Zanolli

Arantão, ou José Antonio, ou Zé Arantes, patrão do Selva Alegre, e meu gurú para assuntos “filopedagógicos” filósofo, professor, que escorrega na linguagem quando em off, perguntado nesta sexta feliz, como estava, as seis da tarde, preparando a edição de amanhã, respondeu educa­da­men­te a este escriba.

– To com três no rabo e seis esperando a vez.

Na sequencia informou que estava sem tempo ao ponto de não ter ainda escrito a coluna desta semana, e que possivelmente iria sobrar espaço no seu semanário para alguma matéria ou artigo de opinião.

Razão mais que suficiente para que eu, cansado do anonimato, querendo luzes, brilho, lantejoulas, paetês, sentei rapidamente na frente do computador e antes que ele possa se arrepender estou escrevendo estas mal traçadas para que quatro ou cinco cidadãos se distraiam nas manhãs calorentas de sábado, entre uma linha e outra.

Bom, acho necessário lembrar que em razão de minhas convicções andei levando muita esquiva com role, rabo de arraia, cor­cori­nha, escorpião, esquiva, martelo de chão, meia lua, pisão, queixada, salto mortal, voo de morcego, rasteira, muita soco, cabeçada e coice de mula.

Tudo golpe de capoeira, que eu conheço bem a parte teórica, já que tive um primo que tocava berimbau lá pelos anos sessenta.

Esta agressividade de que estou falando, para os dispersos que entraram na conversa agora, ocorreu nas redes sociais, nos Facebooks da vida por causa da eleição, segundo turno.  

Resistimos como um bravo, como um forte e aqui estamos serenos e tranquilos para o exercício do voto neste domingo.

Não perdemos amigos, que não somos disto, apenas arranhamos um pouco a lataria cerebral de alguns menos providos de matéria prima suficiente para o convencimento de nós outros, da mesma maneira que vimos feder queimado os poucos pelos que sobram nas laterais do capacete que ostentamos na condição de cabeça.

Os embates e os debates foram de certa forma duros, as divergências e os conflitos valeram a pena, para solidificar o que pensamos e também para desnudar algumas carimbadas figurinhas.

Sim, tem gente desavergonhada demais no mundão de meu Deus.

Tem caboclo ai que sugou e suga mais que o “caboclo ma­mador” e que estava na rede fazendo discurso contra a cor­rupção e a gente do outro lado da tela se perguntando:

Se acabar a corrupção vai viver do quê este bandido?

Anda de carro zero, mora bacanaço, ostenta pra cacete, não suporta uma investigação do fisco e fica gritando que precisa acabar com a corrupção.

Rapaz, isto cheira a corda em casa de enforcado, é fria, vai que a coisa pega, vai que a coisa muda mesmo.

Além destas questões teve a agressividade, os excessos, o desrespeito a escolha do outro, um direito legítimo que como tal deveria ser tratado com carinho.

A divergência não foi encaminhada, por alguns, para o campo das ideias, extrapolaram, digla­dia­ram, e de ambas as partes quando o que deveria pautar a discussão deveria ser o enfoque no convencimento do outro através das propostas dos candidatos.

Isto, de se ofender, não faz parte do jogo da democracia, da visão republicana.

Alguns eleitores excederam, se bem que isto não tirou o brilho do segundo turno com as torcidas indo pras ruas defender o candidato de sua escolha. 

Agora é hora do voto. Então.

Calma nesta hora.

 Karma ou Carma nesta hora.

No ensinamento budista, a lei do karma, ou carma, como queiram, diz somente isto: “para todo evento que ocorre, seguirá um outro evento cuja existência foi causada pelo primeiro, e este segundo evento poderá ser agradável ou desagradável se a sua causa foi benfazeja ou não”.

Um evento benfazejo é aquele que não é acompanhado por cobiça, resistência ou ilusão; um evento incorreto é aquele que é acompanhado por uma dessas coisas. (Eventos não são corretos por si só, mas eles são chamados assim somente em virtude dos eventos mentais que ocorrem com eles.)

Logo, a Lei do Karma prega que responsabilidade para as ações incorretas nasce da pessoa que os comete.

Há outras informações que suprimimos por que o interesse era notar a questão da responsabilidade em relação a ação que se toma que poderá se voltar contra você, e na questão do voto, volta em menos Saúde, menos Educação, menos emprego, mais violência.

Razão pela qual, muita calma nesta hora reflitam, reflitam e reflitam, que depois de acionados os botões, depois de tecladas as opções sobram quatro anos para se orgulhar da decisão ou chorar por elas.

Seja qual for a tua escolha, com todo respeito, boa sorte, não estamos disputando se o meu candidato é melhor ou pior que o seu, embora isto, de ser melhor, conte.

O que está em disputa é a vida da nação, e nesta disputa minha opção pessoal mesmo que divirja da sua deve e tem de ser respeitada, e no conjunto, tanto eu quanto você devemos pedir que seja quem for o vencedor que tenhamos qualidade de vida e resgate moral das abaladas instituições.

Falamos tudo quanto tínhamos de falar, escolha com responsabilidade social.

Willian Antonio Zanolli é artista plástico, jornalista estudante de Direito, escreve na Folha da Região e pode ser lido no www.willianzanolli,blogspot.com e ouvido na Rádio Cidade FM, 98.7, no programa jornalístico Cidade em Destaque as terças e sextas-feiras das 11.30 as 13.00 hs.

 

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