09 de outubro | 2022

… E Por Falar Em…Resultados das Urnas

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A. Baiochi Netto

Os resultados das urnas, aqui por estas paragens, foram como um furacão bolsonarista, não deixando ninguém em pé no campo dos opositores. Atingiu em cheio os candidatos Rodrigo Garcia a Governador e Geninho Zuliani a Vice-Governador, candidatos que faziam a posição a Tarcísio de Freitas, candidato de Bolsonaro a Governador de São Paulo. O furacão atingiu também o Prefeito Fernando Cunha, dada sua amizade e grande afinidade com Rodrigo e Geninho, constituindo um trio político de considerável projeção no eixo Olímpia – Rio Preto.

Mas, os atingidos já se levantaram rápido. Rodrigo e Geninho, de pé, limparam a poeira e, causando grande surpresa para muitos, anunciaram ao público o apoio incondicional da dupla, no segundo turno, ao candidato Tarcísio de Freitas, do Bolsonaro, para o governo do Estado.

A surpresa desse anúncio, segundo se extrai da mídia, veio principalmente do fato do “apoio incondicional” não ter sido precedido de qualquer entendimento ou ajuste prévio acompanhado pela imprensa, como é comum nos episódios políticos dessa envergadura. Foi de supetão.

E sendo o “apoio” um fato político, há de ser interpretado de acordo com a lógica da sobrevivência política, o que é normal e compreensível. De se considerar que, Tarcísio, vencendo o segundo turno, vai assumir o governo do Estado. Rodrigo e Geninho são militantes políticos. Estarão mais bem avaliados pelo esquema bolsonarista de Tarcísio na proporção em que o apoio incondicional foi dado antes da grande definição da final, não deixando para depois.

E o apoio assim recebido naturalmente será mais bem avaliado, proporcionando melhores oportunidades de futuros chamados para compor o futuro governo. São coisas próprias da política e assim devem ser compreendidas.

Mas, há de indagar o leitor mais curioso: e se no segundo turno de o candidato Haddad, de Lula? A alternativa para o político que não apoiou Haddad será: ou partir para a oposição frontal ao novo governo, o que politicamente é muito espinhoso. Ou tentar a aproximação com os novos governantes, em busca de possíveis compensações políticas. Sobre esta última hipótese é possível que algum observador mais ácido quanto aos fatos venha a indagar: ao justificarem uma suposta adesão e participação em eventual governo de Haddad, Rodrigo e Geninho poderão vir a revelar que, no fundo da alma, sempre foram Haddad, desde criancinha?

Alfredo Baiochi Netto é advogado especialista em direito administrativo e tributário.

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