A. Baiochi Netto

Li em algum lugar, e não me recordo do autor (Stanislaw Ponte Preta, Macaco Simão?), o arremate jocoso de que toda unanimidade quase sempre é burra. Aproveitando esse gancho, tenho para mim que toda unanimidade passiva é burrice ao quadrado.

Essas observações vêm a propósito donoticiário da mídia local dando a conhecer que estaria chegando ao fim a unanimidade passiva que vem reinando no município de uns tempos para cá, envolvendo mandatáriosda Prefeitura e da Câmara, partidos e segmentos da comunidade.Achamada unanimidade passivaimprodutiva.

Segundo diz o noticiário, alguns integrantes da Câmara teriam despertado do sono profundo de concordar com tudo e estariam decididos a ter opinião própria, podendo divergir de algumas posições assumidas pelo Chefe do Poder Executivo. Ou divergir de algumas omissões.

Esse torpor e essa inércia a que nos referimos tinham como moldura uma opinião pública (população) apática e inerte que, igualmente, parecia compor o quadro da passividade unânime, sem nada reivindicar ou questionar quanto ao que seria melhor ou mais justo para a comunidade e para Olímpia.

Vindos da comunidade, ao que parece, há reflexos animadores, como por exemplo, a reação observada ao anúncio da privatização do DAEMO e as manifestações, a favor ou contra, no caso da cassação da Vereadora Alessandra.Animadores no sentido de que a opinião publica adormecida estaria despertando do torporreinante aqui por estas bandas.

Não se alude à qualquer oposição radical nem à divergências imotivadas, que são por igual abomináveis. Estamos nos referindo à falta absoluta de interesse, de empenho e de atenção pelas coisas da cidade e pelos fatos que, direta ou indiretamente, pertinem e se relacionam com todos aqueles que aqui convivem. Os indícios e sinais, pelo visto, são bons. Que venham a se confirmar.

Alfredo Baiochi Netto é advogado especialista em direito administrativo e tributário.