14 de janeiro | 2023

E os terroristas de Olímpia e do Brasil ficarão em que situação?

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“Agora choram atrás das grades, pedindo tratamento humanizado e defesa dos direitos humanos que antes negavam aos presos comuns”.

 

DO CONSELHO EDITORIAL

Desde algum tempo que este jornal tem sofrido ataques violentos do que se convencionou chamar de Gabinete do Ódio.

A denominação Gabinete do Ódio não foi, de forma alguma, criada por este periódico, mas tem por base a criação e instalação de um grupo que apoiava o presidente derrotado e que, ao que tudo indica, fazia uso inadequado e de forma ilegal de instrumentos do governo.

Era comandado por filhos do presidente e auxiliares próximos, com aval do mandatário e basicamente criavam Fake News, mentiras, realidade paralela e muita perseguição a adversários da política retrógrada que queriam implantar.

Havia, e agora, diante dos acontecimentos não há como negar, um movimento organizado visando o aparelhamento da máquina pública e a instalação de um regime de força no país.

Por mais que neguem de forma cinicamente singela e hipocritamente falsa, o pedido de intervenção militar nada mais é que a volta da ditadura militar.

Inegável que existem loucuras, contradições, ignorâncias, exageros e pode até haver boa fé e intenções nacionalistas em alguns puros e inocentes, cujo cérebro não consegue visualizar para além o próprio nariz.

E aqui se fala do vovô, da vovó, do tiozinho, da tiazinha, do garotoe da garota que não busca a informação na fonte certa e se deixa possuir pela lavagem cerebral que um bando de oportunistas joga no WhatsApp.

Com estas ideias malucas acerca de riscos futuros na condução do país, sem nenhuma comprovação, foi se criando no imaginário popular um inimigo oculto, tão perigoso que nem mesmo a fusão do Arnold Schwarzenegger, com o Bruce Willis e o Sylvester Stallone, que já salvaram os EUA do perigo comunista,da invasão de extraterrestre, seria capaz de combater.

E nesta de salvar a nação de um perigo muito terrível, parte da população brasileira foi possuída pelo espírito salvacionista, ao ponto de invadir e destruir as instalações dos três poderes (Executivo, Legislativo, Judiciário) em Brasília.

Foi uma ação sem precedentes na história do Brasil e da América Latina.

Contou, para que fosse levada a efeito, com o beneplácito de membros do exército, policiais militares, civis, federais, PRF, bombeiros, Governador do DF, de deputados, senadores, agronegócio, empresários, etc.

A ação só não foi bem sucedida em razão da falta de liderança, mas, não se pode negar que o resultado causou danos irreversíveis à democracia brasileira.

E poderia sem bem pior se autoridades como o presidente Luis Inácio, Alexandre de Morais e Rodrigo Pacheco, por exemplo, estivessem trabalhando em Brasília naquele dia fatídico.

Considerando o ódio extravasado por parte da população em relação a estas figuras, é de se imaginar que poderia ter ocorrido uma tragédia incomparável na história brasileira.

A mídia brasileira e a de vários países definiram acertadamente como terrorismo os acontecimentos ocorridos em Brasília.

Embora não haja esta definição nos códigos, por incapacidade dos legisladores, ou porque a intenção bolsonarista na criação da lei que coíbe estas ações teria por intenção a criminalização dos movimentos sociais, é terrorismo o que aconteceu em Brasília.

Este jornal e muitos outros vêm há muito tempo destacando o esgarçamento do tecido social e alertando para a gravidade do que poderia ocorrer coma inércia dos poderes constituídos no que tange a prevenir com ações de combate evitando que a situação chegasse a esse ponto.

Este jornal, em razão de seu posicionamento, foi alvo, inicialmente de uma campanha difamatória pelas redes sociais e, ao depois de um verdadeiro assédio judicial patrocinado pelo mesmo grupo negacionista/reacionário que se estende até hoje.

O ponto culminante do processo, no entanto, foi o incêndio criminoso e terrorista provocado por Claudio José de Azevedo Assis, então integrante do Corpo de Bombeiros da cidade, que, sem sombra de dúvidas não pode ter agido sozinho. Sem sombras de dúvidas deve ter sido ajudado e incentivado por outros amigos reacionários.

Naquela ação já se evidenciava a tragédia anunciada e este jornal advertia para o que poderia vir a ocorrer e ocorreu.

Não se trata de desejar ter razão, até porque melhor seria que não houvesse razão alguma e que os fatos narrados nunca houvessem ocorrido, mas infelizmente ocorreram.

Infelizmente, pessoas comuns, que cuidavam de suas vidas, do cotidiano, do lugar comum, estimuladas por falsas informações e atemorizadas por um perigo inexistente, vestiram a capa rota de um super herói qualquer e se jogaram na inglória missão de salvar o que salvo estava e está.

Em Olímpia, como na maioria das cidades, um número razoável de cidadãos foiseduzido pelas mentiras e FakeNews distribuídas pelos Gabinetes do Ódio e, agora, se encontram em situação jurídica lamentável.

Conspirar contra o Estado Democrático de Direito é crime e crime de uma gravidade impensável para quem se achava impune e acima das leis.

Não são inocentes, não são puros e belos como flor, são apenas pessoas maldosas que querem impor ao outro a sua forma de ser e de viver, o que não combina com democracia e liberdade.

Agora choram atrás das grades, pedindo tratamento humanizado e defesa dos direitos humanos que antes negavam aos presos comuns.

E chorarão bem mais quando acomodados nas celas desconfortáveis que nos seus discursos fascistas vendiam como luxuosas, sem direito a celular e churrasco e pavê no final de semana.

A pecha de terrorista os acompanhará até que baixem a sepultura e chorarão por um período na cela que é lugar frio para entenderem que lugar de bandido e terrorista é mesmo na cadeia e que direitos humanos e principio da dignidade humana é direito de todos e não apenas de terroristas que só defendem estas pautas quando presos.

E se você leitor estiver se perguntando como ficarão os terroristas de Olímpia e do Brasil, presos, a resposta é: igual a todos que estão recolhidos no sistema prisional.

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