16 de dezembro | 2012
Dosmar Sandro Valério, a democracia agradece
Do Conselho Editorial
Inicialmente é necessário informar para os que não sabem, quem é Dosmar Sandro Valério.
É Promotor de Justiça, passou um período na Comarca de Olímpia.
Pessoa fina no trato com o público, introvertido, externava sempre de forma gentil seus posicionamentos acerca de tudo quanto fosse posto em discussão pela sociedade.
Reservado, deixava bastante claro quando não podia, por força do que estava contido na questão averiguada, se manifestar a respeito do feito.
Mantinha com a imprensa e com a sociedade um diálogo que pode ser definido como extremamente profissional, que não dava margens a dúvidas no que se relacionava ao cumprimento de seus deveres de homem cuja função é a promoção de justiça.
Estas observações são necessárias e não se enquadram no campo da bajulação, e há duas razões para que seja desta maneira: Dosmar, corretamente demonstrava ser avesso a todo e qualquer tipo de bajulação e de badalação, e este jornal, provado está, que não é a favor destas quinquilharias.
Este jornal é adepto do reconhecimento do dever cumprido, mesmo sabendo que isto deveria ser obrigação de todos, como a maioria parece ser favorável ao contrário disto, necessário a louvação a minoria que não curva sua espinha.
O promotor Dosmar Sandro Valério quando esteve a frente do Ministério Público local, bom esclarecer isto, para que alguns entendam, viveu os reflexos de uma crise moral instalada no seio do Judiciário pela presença do Juiz Cuginotti, de triste lembrança por ser adepto da corrupção, um vendido que infelizmente deixou desmoralizada a instituição que representava e por tabela acabou por desmoralizar indiretamente, nas ruas, nos comentários, no imaginário popular, o Ministério Público.
Era muito comum, como parece que infelizmente voltou a ser, quando algum político era denunciado por aqui, sendo bastante conhecida nos bastidores, e por parte da população esclarecida a vocação nada séria de Cuginotti, os comentários dando conta de que tudo viraria pizza, que os que teriam que fazer com que a moralidade pública estivesse presente nas gestões municipais da comarca, tinham os fiscais da lei e os que poderiam impor medidas punitivas.
Esta, infelizmente, a relação do Poder com a impunidade, que depois de apuradas as situações nada recomendáveis do ponto de vista da moralidade em que Cuginotti se envolveu, que o imaginário popular não estava criando lendas, e que os donos do poder, tinham alguma lógica e razão quando afirmavam que tudo não daria em nada.
Dosmar, com seu trabalho de formiguinha, à medida que recebia as representações, ou até mesmo quando sabia de alguma notícia crime, ou ouvia a termo, parece que cuidadosamente ia montando a teia em que iriam enredar juridicamente os envolvidos em ações que traziam prejuízo ao erário.
Vagarosamente foi acontecendo uma mudança de comportamento silenciosa, o povo que tinha deixado de acreditar no MP em razão de Cuginoti, e os políticos que acreditavam em demasia foi vagarosamente formando opinião diferente.
Os políticos em algum tempo instados a falar sob suas ações diante do Executivo ou do legislativo, começaram a observar a profundidade das investigações, foram percebendo que ali estava verdadeiramente alguém disposto a cumprir o papel a que se propusera dentro do figurino, não deixando espaço para remendo que pudesse desonrar, envergonhar, manchar publicamente a veste de respeitabilidade da instituição que estava a representar.
Foram dezenas e dezenas de propositura de ações por improbidade administrativa e até mesmo criminais contra quem quer que seja que ferisse os princípios basilares da administração pública, um verdadeiro caçador de ímprobos.
O povo, que até então sentia um distanciamento entre aquele que deveria representá-lo e foi desconfiando, se afastando, que a suspeição de que se tinha intenções de denunciar maus feitos pudesse apenas prejudicá-lo.
Em suma a sensação que se tinha, e que parece que atualmente tentam ressuscitar, era de que os punidos seriam os que pretendessem a moralização.
Dosmar Valério, mesmo que não tenha atuado com esta intenção, já que atuava no sentido do interesse público, foi resgatando a credibilidade da instituição, não que houvesse suspeições sobre membros de períodos anteriores, só que o clima de terror era tão grande que a mesma foi envolvida na situação, e a grande contribuição que os que lá estavam deram foi o afastamento dos reclamos da massa, que possivelmente encontrariam eco no Judiciário.
Dosmar, com seu trabalho de formiguinha, aos poucos ganhou respeitabilidade junto a população e reconduziu o MP ao lugar que merecia, voltando a ser temido pelos políticos cujas práticas foram e continuam sendo condenáveis.
O resultado de seu trabalho, embora não seja discutido com a valorização que deveria, até por que as mídias oficiais e os donos do poder demonstram, não morrem de amores por quem opta pela moralidade, está por ai mostrando seus frutos vez em quando.
E pode se contabilizar a seriedade de Dosmar Sandro Valério, o pedido de prisão de vários políticos não muito escrupulosos no trato com a coisa pública, a inegibilidade de tantos outros, devolução de dinheiro, bens indisponíveis, cassação de direitos políticos e esta última decisão que não fosse o trabalho deste bastião da moralidade poderia não ter dado em nada como apregoavam zombeteiramente os políticos de antigamente antes até da instalação do inquérito.
Estes vinte cujos direitos políticos foram cassados, e que encerra um ciclo de mazelas e desmandos, nos quais se incluem dois candidatos eleitos para o cargo de vereadores no próximo mandato, é fruto da perspicácia, talento, capacidade, de um promotor para quem a profissão é um sacerdócio.
Dosmar Sandro Valério, os verdadeiramente republicanos e a democracia agradecem.
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