29 de janeiro | 2023

Dos atos terroristas em Brasília a Claudio Baia, o ex-bombeiro incendiário.

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“O que fica como registro histórico e constatação é que Cláudio Baia, ex-bombeiro, bolsonarista, criminoso confesso, bombeiro incendiário de Olímpia, que divergia da linha editorial do jornal, assim como os terroristas bolsonaristas de Brasília, atua pelo terror para tentar impor sua opinião pelo temor, pelo medo, pelo ódio, pela violência”.

 

Do Conselho Editorial

Hoje, especialmente hoje, o editorial vai tentar trafegar, jogar luz e, no que for possível, entender a relação entre os atos terroristas de Brasília e o incêndio criminoso no prédio que abriga a residência do jornalista, a sede do jornal Folha da Região, do site iFolha e da Rádio Cidade pelo réu confesso Claudio José de Azevedo Assis, o Claudio Baia.

Epicteto, o filósofo, que será citado no decorrer do texto, escreveu: “O excesso de cólera engendra a loucura” e talvez por estarem loucas e fora de si as pessoas possam estar cometendo estas inexplicáveis e diabólicas ações.

Como se justifica os ataques às sedes dos Três Poderes que ocorreram na tarde de 8 de janeiro de 2023, quando bolsonaristas extremistas invadiram as sedes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Governo Federal do Brasil, localizadas na Praça dos Três Poderes em Brasília.

Um número expressivo de bolsonaristas, fundamentalistas, extremistas, terroristas radicais, que não aceitaram a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022, entrou em confronto com a polícia na Esplanada dos Ministérios.

A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), com efetivo insuficiente no local, tentou conter a invasão com spray de pimenta.

Cerca de quatro mil indivíduos, identificados como golpistas, romperam a barreira de segurança estabelecida por forças da ordem e ocuparam a rampa e a laje de cobertura do Palácio do Congresso Nacional, enquanto parte do grupo conseguiu invadir o Congresso e também o Palácio do Planalto e o Palácio do Supremo Tribunal Federal, vandalizando muitos espaços e estruturas e deixando um rastro de destruição generalizada.

A invasão é parte das manifestações golpistas no Brasil após as eleições de 2022 e foi considerada um ato de terrorismo pelo Supremo Tribunal Federal.

Epicteto diria que “Todo o grande poder é perigoso para um debutante”.

Em Olímpia, a residência da família do jornalista José Antonio Arantes, a sede do jornal Folha da Região e da Rádio Cidade, foram alvos de um incêndio.

A época o jornalista Arantes suspeitava que o incêndio teria sido criminoso e orquestrado por bolsonaristas que participavam do que se convencionou chamar de Gabinete do Ódio local.

Sua convicção de que bolsonaristas estavam por trás do incêndio criminoso devia-se ao fato de ter recebido diversas ameaças da parte de negacionistas, por se posicionar a favor das medidas de isolamento e fechamento de atividades essenciais como forma de combater o Covid-19.

Para Epicteto: “Os homens são movidos e perturbados não pelas coisas, mas pelas opiniões que eles têm delas.” E que “Não é o fato que desorienta as pessoas, mas os juízos que fazem do fato.”

Com é do conhecimento da maioria, o Brasil, nos últimos anos, tem sido palco de disseminação de desinformação em larga escala que, embora sem base alguma nos fatos, tem reverberado em meios diversos e com impulso da internet, passando a ser acolhida por um enorme contingente de pessoas.

Epicteto questionaria: “Você entrega sua mente a qualquer um que vem, então eles podem abusar de você, deixando-o perturbado e transtornado: Você não tem vergonha disso?”.

Nossa democracia pressupõe ampla liberdade de opinião, sobre os mais variados temas, incluindo, obviamente, a liberdade de ter preferências ideológicas, de adotar determinada visão sobre o papel do Estado, sobre a economia, sobre os costumes, etc.

Entretanto, cada vez mais têm circulado na esfera pública de sociedades democráticas do mundo todo, não apenas expressões de opiniões, mas também as chamadas “fake news”, conteúdos sabidamente falsos, muitas vezes veiculados com roupagem jornalística, em especial por parte de grupos voltados intencionalmente a prejudicar o acesso da população a informações verdadeiras sobre assuntos de relevância pública.

Essas “campanhas de desinformação”, quando veiculadas em larga escala na esfera pública do país, geram uma “desordem informacional” com potenciais danos em numerosas frentes, como foi possível verificar, por exemplo, no curso da pandemia da Covid-19, quando conteúdos falsos sobre a origem do vírus SARS-COV-2, sobre a suposta eficácia de medicamentos para conter a doença, e mesmo sobre supostos efeitos colaterais de vacinas produzidas globalmente, que prejudicaram a eficácia das políticas sanitárias de defesa da população e contribuíram para mortes evitáveis em todo o globo.

Isso fica claro quando, mais recentemente, elas se tornam supedâneos de convocações a manifestações violentas contra os poderes constituídos, de pedidos de intervenção das Forças Armadas e, enfim, de ruptura da ordem democrática.

Pudera: quando um grande contingente de pessoas passa, bombardeada por notícias falsas, a desacreditar na lisura dos processos de escolha dos governantes, a ruptura passa a ser vista como uma suposta saída.

Os Estados Unidos são prova dessa ligação entre desinformação e atos antidemocráticos.

Ali, onde essas campanhas ganham corpo já há alguns anos, a induzida quebra de confiança na integridade do pleito de 2020 esteve na base de manifestações violentas que culminaram na invasão do Capitólio, no mais grave evento da história democrática daquele país, que resultou na morte de cinco pessoas.

O ápice desses crescentes movimentos veio, finalmente, no último dia 08/01/2023, quando, como é amplamente sabido, milhares de pessoas se deslocaram, vindas de várias cidades do país, a Brasília/DF, e lá chegando invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal, quebrando janelas de suas sedes, vandalizando gabinetes, destruindo objetos de valor histórico, em um quadro de violência política absolutamente sem precedentes na história da Nova República brasileira.

Epicteto culminaria afirmando que “Ninguém em estado de medo constante é livre. Da mesma forma, quem obteve alivio da dor, do medo e da ansiedade conquistou a liberdade.”

Os eventos criminosos e terroristas envolvendo o incêndio na sede do jornal em Olímpia e a destruição das sedes dos Três Poderes em Brasília, sem nenhum exagero, tem muito a ver com a lavagem cerebral levada a efeito pela desinformação ao longo dos últimos quatro anos.

O que fica como registro histórico e constatação é que Claudio Baia, ex-bombeiro, bolsonarista, criminoso confesso, bombeiro incendiário de Olímpia, que divergia da linha editorial do jornal, assim como os terroristas bolsonaristas de Brasília, atua pelo terror para tentar impor a sua opinião pelo temor, pelo medo, pelo ódio, pela violência.

Não há nada de liberdade nestas ações. Não há nada de democracia, o que há é puro terrorismo merecedor de censura por parte da sociedade e de punição com cadeia pela justiça.

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