05 de outubro | 2014

Domingo é dia de festa cívica

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Do Conselho Editorial

Neste domingo, 5 de outubro, termina para alguns a caminhada na direção do destino de governar o país.

Em alguns estados e talvez na disputa presidenciável a escolha pode se estender para um segundo turno.

Serão escolhidos através do voto Presidente, Governadores, Senadores, Deputados Federais e Estaduais.

Em comparação com outras eleições, muito embora nas redes sociais e na mídia escrita e falada possa ter havido um açodamento nas campanhas, através das tradicionais denúncias que infestam o período e de ataques pessoais, nas ruas a calmaria foi total.

Diferente de outras eleições, o material de campanha mais robusto só foi aparecer nas últimas semanas, o número de cabos eleitorais assediando a população em busca do voto também pareceu ser menor que nas campanhas passadas.

A sensação que se tem é a de que a maioria não teve acesso a material diverso e que poucas alternativas foram apresentados aos eleitores.

O cenário para presidente e governadores foi muito mais divulgado pelos canais de televisão que pelo tradicional corpo a corpo.

Nestas eleições, embora tenham sido muito frios em relação a debates televisivos do passado, a participação dos candidatos foi bastante acentuada, faltou mais propostas e enfrentamento do que espaço para divulgar projetos de governo.

A grande maioria não apresentou um plano de governo para a sociedade e se ativeram às propostas elencadas por pesquisas internas de insatisfação ou vontade de “marketólogos” que os transformaram em produtos.

Não houve grandes novidades de se tirar o fôlego, afora algumas gracejos ou uma ou outra estocada nos debates a coisa rolou com muito marketing e pouca emoção.

No plano estadual a mesmice se repetiu, sendo bem pior a performance dos pretendentes ao cargo de governador; os senadores seguiram a mesma orientação, e o povo não se envolveu na disputa com vontade ou garra como em outras eleições.

Quem esperava após os movimentos de rua que culminaram em violência, uma disputa acirrada, se decepcionou com o que viu e assistiu, não há mais militância partidária como a dos anos oitenta.

A militância presente, em sua grande maioria, era profissionalizada, recebia para aquecer a presença dos candidatos nos eventos que participavam.

Não fora o acidente aéreo que culminou infelizmente com a morte de um presidenciável, o cenário seria da repetição do antagonismo PT e PSDB que mudou um pouco de foco por conta do evento morte e, na reta final, parece que volta ao leito da normalidade com os números conferindo ao candidato do PSDB, a possibilidade de estar no segundo turno.

Afora este incidente de percurso e os excessos praticados na rede mundial de computadores e na mídia chapa branca, esta eleição se deu de forma tranquila, sem grandes novidades.

E no domingo, sem muitas informações acerca das candidaturas dos senadores, deputados federais e estaduais, o brasileiro vai as urnas depositar a sua confiança em forma de voto nos que vão governar a nação por mais quatro anos.

A experiência desta eleição, em grande parte comprometida pelas informações dos tribunais eleitorais que se não impediram, pelo menos dificultaram que as eleições ganhassem as ruas há mais tempo, deveria levar a reflexão de que são necessárias mudanças urgentes no cenário político eleitoral brasileiro.

Amplia-se desta maneira o risco de cada vez mais de que as pessoas se afastem de experiência de escolher seus representantes, tamanha a apatia que vem sendo gerada no processo eleitoral atual.

O povo está indo às urnas muito indiferente, outros tantos desinformados, e alguns alheios ao que possa estar ocorrendo.

 Mesmo com este quadro que não é de todo esclarecedor do que poderia ser a melhor escolha, domingo é dia de festa cívica.

 

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