28 de julho | 2024
Dois temas para movimentar o cenário político eleitoral
A entrada de Bolsonaro na campanha pode, portanto, minar as chances do atual prefeito de se perpetuar no poder por meio da eleição de um apaniguado.
José Antônio Arantes
Dois temas centrais, um recente e outro em andamento, estão dominando o cenário político de Olímpia e prometem marcar o período que antecede o início da propaganda eleitoral para as eleições de 2024. Essas eleições definirão os novos prefeito e vereadores responsáveis pelos destinos do município nos próximos quatro anos.
O primeiro tema é a anunciada visita do ex-presidente Jair Bolsonaro a Olímpia durante o período eleitoral. Bolsonaro estará na cidade no dia 23 de agosto para apoiar o pré-candidato do PL, sargento Tarcísio, que deverá ser confirmado na convenção do partido em 2 de agosto.
BOLSONARO PODE REPASSAR VOTOS
Essa visita tem o potencial de influenciar significativamente o resultado das eleições, uma vez que, segundo pesquisas recentes, Bolsonaro pode transferir mais de 20% dos votos para os candidatos que apoia. Se isso ocorrer, esse candidato pode alcançar mais de 30% dos votos.
Geninho, cuja candidatura foi a primeira a ser homologada pelo União Brasil e apoiada por quase 10 partidos, já conta com um consolidado de mais de 30% das intenções de voto, podendo chegar próximo a 50% nas urnas.
A entrada de Bolsonaro na campanha pode, portanto, minar as chances do atual prefeito de se perpetuar no poder por meio da eleição de um apaniguado.
INCENTIVOS FINANCEIROS
É preciso aguardar até 15 de agosto, data em que os registros dos candidatos são confirmados pela justiça eleitoral, para ver como o cenário se desenrola. Além disso, há sempre a possibilidade de desistências de última hora ou durante a própria campanha eleitoral, em um contexto onde até rumores sobre incentivos financeiros para a aceitação de candidaturas a vice-prefeito circulam.
O segundo tema relevante é a recente condenação de Alessandra Bueno, ex-vereadora cassada e ex-assessora do atual prefeito, pela justiça eleitoral por propaganda política extemporânea.
LEGISLAÇÃO ELEITORAL IMPÕE RESTRIÇÕES
Bueno foi multada em R$ 5.000,00 por realizar propaganda eleitoral negativa antecipada nas redes sociais, incitando os eleitores a não votarem em determinados pré-candidatos, acusando-os de homofobia.
A decisão foi proferida pela juíza Maria Heloísa Nogueira Ribeiro Machado Soares, da 080ª Zona Eleitoral de Olímpia. A condenação de Bueno destaca a importância da responsabilidade no uso da liberdade de expressão, especialmente durante períodos eleitorais.
A legislação eleitoral acaba acrescendo a este direito várias restrições para garantir a equidade entre os candidatos, evitando desequilíbrios provocados pelo poder econômico ou excessos verbais.
“NÃO VOTEM NESTES CANDIDATOS”
O caso de Alessandra Bueno serve como um alerta sobre os limites da propaganda eleitoral e a necessidade de observar as regras que visam assegurar uma disputa justa e equilibrada.
Neste processo, que ainda poderá ser revertido em estâncias superiores, a lição que fica é a de que a liberdade de expressão tem que estar sempre acompanhada da chamada responsabilidade e ganha novas limitações em época de eleição com a legislação eleitoral.
QUAL SERÁ A INFLUÊNCIA
Com a proximidade do pleito, muitas normas, muitas leis surgem para delimitar este direito constitucional, como o de não poder dizer para não votar em tais pré-candidatos especificamente seus nomes.
Esses dois acontecimentos mostram como o cenário político de Olímpia está fervilhando às vésperas das eleições municipais, com influências externas e decisões judiciais moldando o futuro da cidade. A expectativa agora é observar como esses fatores influenciarão a campanha e, eventualmente, o resultado das eleições de 2024.
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