05 de fevereiro | 2023

Do genocídio do povo indígena por um governo criminoso

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“O aniquilamento dos povos originários com enfoque para a tragédia que envolve os Yanomamis é algo que ultrapassa as raias da razão e não encontra precedente na história atual”.

 

Do Conselho Editorial

Qual a fotografia, o quadro, o filme que foi extraído das ultimas revelações feitas pelos noticiários sobre a cena política e social que o Brasil está vivendo?

Ao que tudo indica, grande parte da população conseguiu se anestesiar de forma completa e incomparável diante de tantas e tão trágicas revelações que demonstram as razões pelas quais esta nação não deu certo e, se continuar se comportando desta maneira, nunca dará.

A repetição de erros, a louvação do atraso, o conformismo com situações trágicas, a tolerância com milicianos e a boa convivência com a corrupção sistêmica formam um câncer que rói a sociedade brasileira.

O aniquilamento dos povos originários com enfoque para a tragédia que envolve os Yanomamis é algo que ultrapassa as raias da razão e não encontra precedente na história atual.

Negar que houve ali um genocídio provocado pela intenção, pelo dolo dos governantes anteriores, de aniquilamento da nação indígena Yanomami com o objetivo claro de roubo das riquezas naturais existentes naquele território é desumano, irracional.

E há quem manifeste opinião de que os indígenas no Brasil sempre viveram as situações de miserabilidade que não eram expostas pelos meios de comunicação.

Isto é de uma insanidade tamanha que não pode ser considerada senão no plano da ignorância, da estupidez, da falta de noção, da crueldade, da falta de empatia e de amor ao próximo.

E o que pode ser bem pior, a pessoa que justifica ações tão cruéis como as premeditadas por membros do governo passado, visando o extermínio indígena, não atingiu um estado civilizatório propício para estar vivendo em sociedade.

Sequer consegue perceber que as riquezas encontradas e exploradas nas terras indígenas, são dos indígenas, pela lógica da propriedade, e de todos nós por estar em solo brasileiro.

O artigo 20 da Constituição Federal diz que as minas e jazidas de recursos naturais e minerais são de titularidade da União, que deverá autorizar, permitir ou conceder sua exploração, sendo-lhe resguardada uma participação ou indenização pela atividade de exploração.

Se a exploração é ilegal, o garimpo é criminoso e se a permissão e concessão preveem participação ou indenização pela exploração e isto não está ocorrendo, a nação está sendo lesada e o povo, seja Yanomami ou não, sendo roubado.

Os direitos mineráreis são direitos concedidos a um interessado em pesquisar os recursos minerais e lavrar a jazida encontrada em determinada área, desde que atendidos certos requisitos técnicos, jurídicos e econômicos previstos em lei.

Os garimpeiros que estão matando e assombrando as nações indígenas, antes acobertados por um governo genocida, deveriam estar presos e não enriquecendo às custas das reservas milionárias que há nas terras das nações indígenas.

O artigo da Constituição reconhece aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

Este texto constitucional foi ferido de morte tanto quanto o corpo de muitos indígenas que a ganância matou pelo excesso de mercúrio, pela fome, pela doença, pela falta de cristandade e pela presença de um presidente genocida e irresponsável no poder.

Um absurdo que tais fatos tenham ocorrido no terceiro milênio.Mais absurdo ainda que hajam fanáticos enlouquecidos que justifiquem tamanha crueldade.

O genocídio do povo indígena por um governo criminoso deixou escandalizado o mundo e com lágrimas nos olhos os que se sentem humanos e desejosos que nenhuma maldade ocorra a qualquer ser humano, a natureza, aos animais, ao solo.

Os que pensam de forma diversa e justificam o trágico e observam a dor com desdém, sem saber, já não fazem parte da humanidade, já não são membros de uma espécie que chora diante do extermínio de um povo por razões criminosas e apego ao bem material.

 

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