25 de agosto | 2019

Como explicar o descrédito de um governo e mais um tiro no pé?

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“Antigamente a técnica era apenas enganar, enganar e enganar. Hoje em dia para se conseguir impor narrativas distanciadas da realidade é preciso muito mais. Necessário se criar cenários antagônicos em que os fatores de guerra de um contra o outro, tornem os seres obtusos, ou boçais mesmo e propensos a acreditar naquilo que é melhor para sua bandeira, sem questionamento, mesmo sem fundamento lógico”.

Mestre Baba Zen Aranes.

TUDO BEM …

… que o mundo pareça estar de ponta cabeça. Que um presidente tenha sido eleito através de um esquema de mentiras (fake news) disparadas à exaustão, principalmente pelo WhatsApp utilizando técnicas que revolucionaram o marketing político moderno.

É COMUM …

… e são os que mais ganham “likes” e inscrições nos canais do Youtube, os títulos como “Não faça isso antes de ver isso”, “Você não vai ser o mesmo depois de ver isso”, “Bomba: isso vai mudar a sua vida” e por aí afora, chamadas sensacionalistas para chamar a atenção para conteúdos que nem sempre têm algo a ver com o que está sendo anunciado.

VOCÊ, AÍ…

… nas profundezas de suas reflexões deste sábado poderia afirmar, após tais assertivas: “elementar, meu caro “Arantósteles”, o nível de conhecimento e de evolução cultural e moral de nossa nação está tão baixo que ainda tem quem acredite no conto da carochinha. Estamos distantes pelo menos uns 1000 anos dos países com tradições milenares. A reflexão crítica e o entendimento por aqui são animalescos, limitados a um vocabulário de pouco mais de algumas centenas de palavras.

COM CERTEZA, …

… este é um ponto fundamental em qualquer tipo de análise e toda tentativa de se enxergar além, esbarrará no próprio fato de que nunca, na história da humanidade (claro que sempre temos as raras exceções), se vislumbrou que os vendedores da força bruta do instrumento de tortura chamado trabalho pudessem sair de seu estado de letargia mental para alcançar voos mais longos na imaginação.

A FALTA …

… de linguagem, de conhecimento e, principalmente de capacidade reflexiva em razão do embota­mento dos processos neurológicos via preguiça motivada pela alienação pro­vocada pelo viver para satisfazer meros desejos, escravizam o homem atual, que passa pela vida sem saber e ter tempo para definir nem o que foi sua estada neste mundo.

TEM SUA MENTE …

… entupida por hábitos que os mantêm entorpecidos e acreditando piamente que viver é apenas dormir, trabalhar e ter algumas horas de prazer e voltar a dormir esperando a chegada do final de semana para num dia se drogar para esquecer os dias tristes que passaram e no outro fazer a mesma coisa para esquecer que vai começar tudo outra vez. Os poucos que acordam, quando acordam, constatam que já é tarde demais.

EPA! QUAL ERA …

… mesmo o tema? Ah! Por acaso seria algo como o que atrai e o que entende o inconsciente coletivo? Mais ou menos qualquer coisa em torno disso.

MAS, SE OS …

… influenciadores dos mais de 80% de nossa população que se encontram neste estado de letargia mental, utilizam de chamadas fantasiosas e técnicas sensacionalistas repetidas massivamente pela inteligência artificial para impor suas falsas verdades e conseguem sucesso em seu intento, estranha­men­te, isto não ocorre quando o poder público utiliza de fórmula parecida para aumentar realizações ou maquiar informações que atingem diretamente a população.

O GOVERNO ATUAL, …

… ao longo de seus mais de dois anos e meio de atividade nesta terra de “Olimpiã” e festança, conseguiu provar que o mar­keting da enganação, mesmo tentando utilizar as mesmas técnicas aplicadas no nível nacional, aqui não conseguiu se impor. Ao contrário, teve como resultado o descrédito total quanto ao que tenta comunicar, mesmo em seus mais simplórios atos.

NINGUÉM …

… mais acredita no que se anuncia. Se fala que não tem, todos acreditam que estão escondendo algo muito pior.

E A CONCLUSÃO …

… que se chega é a de que até para trabalhar a enganação atualmente tem que se utilizar narrativas construídas com inteligência (mesmo com o império do linguajar chulo), pois o convencimento do absurdo tem que ser pelo menos palpável ou atrelado a sentimentos radicais como o ódio ou mesmo a tal da polarização.

EM OLÍMPIA, …

… embora esta polarização exista há quase um século, sempre dentro do espectro da direita (entre os coronéis), talvez pelo fato de os antagonistas serem sempre farinha do mesmo saco, nunca conseguiu emplacar o acirramento necessário para transformar a grande massa a ser convencida em seres tapados que não conseguem enxergar além dos tapa-olhos que lhes são impregnados.

OUTRO PONTO …

… a se destacar é o de que aqui tem sido utilizado um cabedal de técnicas também ultrapassadas, pois dependem da desin­formação e não da mas­sificação da inver­dade.

TRADUZINDO …

.. em miúdos, as falsas informações para se transformarem em verdades no passado dependiam do domínio dos poucos veículos de comunicação existentes que eram os que tinham a fé pública. Bastava sair escrito no jornal ou falado no rádio que eram verdades absolutas.

HOJE, COM O …

… fenômeno das redes sociais, os veículos de comunicação (parte deles) assumiram um papel muito mais de questionadores da desinformação do que de fieis divulgadores de verdades absolutas.

A TÉCNICA …

… desenvolvida para se propagar a enganação, com certeza, foi objeto de muito estudo e começou nas revoluções dos países do oriente, passou pela eleição de Trump nos Estados Unidos e do Recruta Zero, com seus 01, 02, 03 na terra das grandes queimadas.

E O QUE …

… a gente tem visto aqui, na aldeia folclórica, é a mesma técnica de décadas atrás, quando os coronéis, ao estalar das chibatas, do jogar das migalhas e ao som do estampido de suar armas, criavam as verdades que desejavam.

E, CONVENHAMOS, …

… não dá mais para simplesmente enganar, enganar e enganar, se não se tem o controle de todos os mecanismos de propagação e não se controla a informação. Hoje, para se obter êxito se faz necessário pelo menos trazer marqueteiros, que sejam seguidores das técnicas do líder direitista e propa­gador dos esquemas milionários que conseguem transformar medíocre em mito, o meio ambiente em mercadoria de tro­ca e a mentira desla­va­da em realidade acreditável e discutível, trazendo de volta as doenças que tinham sido banidas e levando toda uma sociedade ao caos.

José Salamargo – sem muita alegria, pois preferia estar totalmente enganado em todas as suas teses, viu, mais uma vez, suas teses se caracterizarem no último final de semana, quando Cretinos e Cretinas quiseram mais uma vez denegrir a imagem deste veículo de comunicação e deste jornalista e acabaram dando um verdadeiro tiro no pé.

 

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