31 de janeiro | 2016

Começaram os movimentos eleitorais

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Conselho Editorial

Quem está desperto, quem está vivo, quem está presente já deve ter percebido a movimentação dos políticos no sentido de demonstrarem que são excelentes administradores e perfeitos representantes do povo.

Aqueles que estavam guardados nos seus milionários, confortáveis e bem iluminados gabinetes custeados pelo dinheiro público, voltaram a sentir a luz do sol, a proximidade do povo.

Agora, tudo é alegria e felicidade, a cidade vai ter milhares e milhares de benefícios, empresas se instalando, play centers, geração de empregos, médicos a vontade, remédio caindo de cachoeiras, falta de água tratada e esgoto sem tratamento, nunca mais.

Agora o super parque industrial sai do papel e a Avenida Aurora Forti Neves chega lá na rodovia, as vicinais abandonadas terão recursos para ser asfaltadas e tudo será maravilhoso, como foi em todos os períodos que antecederam as eleições.

Jornais, blogs e emissoras de rádio fecharão acordos, se já não fecharam, para a defesa desta ou daquela candidatura, sempre sob a farsa da mentirosa imparcialidade jornalística e o olho em algum cargo em comissão, caso o defendido chegue lá.

Os pré-candidatos a prefeito já articulam suas imagens de santos glorificados, sem nenhuma mácula, aliada a contraditória ideia de que conseguem ser puros sendo políticos e grandes em­presários no sistema capitalista sem serem selvagens.

Chega a doer de tão constrangedor que é, como se ninguém conhecesse ninguém por aqui, cidade pequena, onde a maioria é ma­peada, sem grandes segredos, o festival de mentiras e hipocrisia chega a comover de tão surreal e absurdo.

Os que nunca fizeram nada vão fazer tudo e um pouco mais daqui até outubro e resta ao cidadão comum acreditar que repentinamente houve um surto de boas intenções na paralisia reinante na vida destes acomodados que estão há muitos anos mamando no poder público sem que a realidade local mude.

Nem o comportamento mudou.

Os que só cumprimentam o povo no período eleitoral, ou, o que o antecede, começaram a fazer isto, como manda o manual da falsidade a ser utilizado em campanhas.

O antipático comprou um sorriso no um e noventa e nove que resistirá até a abertura das urnas.

O que vivia na caverna suntuosa ganhou as ruas a dar tapinhas nas costas dos inocentes idiotas que crêem nos gestos calculados daqueles que dependem do poder para ampliarem seu patrimônio.

O que tem cara de bonzinho e jeito de honesto de laboratório que não resiste a fiscalização começa a esboçar discurso contra a corrupção que nunca combateu, ao contrário, estimulou e tirou proveito.

O oposicionista de ocasião coloca rigidez no discurso e tenta factóides que justifiquem seus silêncios e sua omissão, como se desmemoriados fossem os eleitores.

A arraia pequena e miúda sai do meio dos galhos onde se ocultava e se posta como grande solução para solucionar questões que desconhece.

Por ai vai a dança onde o povo no final será mais uma vez o tambor onde baterão com força baquetas que rasgarão de dor e pranto seu couro que deveria estar calejado de mentiras e falcatruas, mais parece não está.

Daqui até outubro teremos de novo a sacanagem e a mentira na rua todos os dias, pior que isto, na mídia comprometida que vai fazer lavagem cerebral dos eleitores mostrando que o Nhô Ruim pode vir a ser melhor que o Nhô Pior ou que o Nhô Horrivel

O outro dirá que o Nhô Horrível por mais Horrível que possa parecer tem a seu favor a grande vantagem de ser do grupo favorável a roubar mas fazer.

Por seu lado Nhô Ruim poderá justificar que levar cinco ou dez por cento em alguma licitação faz parte do jogo.

Nhô Pior dirá conformado e matreiro que infeliz­men­te política é assim mesmo e que não mudará nunca.

Em suma, tudo será como antes, sempre, com a diferença de que estão nas ruas e nos jornais, blogs e emissoras de rádios grandes mentiras que resistirão até a abertura das urnas, bem embaladas para presente, que poderá ou não comprometer o futuro da cidade, como comprometeu o passado.

De agora em diante é ouvir todas as demagogias e falsidades e optar pela mais convincente, ou optar pelo mais sério.

Pelo menos ruim, se possível, nunca mais.

O voto branco está ai, inclusive na própria urna tem a sua teclinha pra isto. Se quiser ser mais radical ainda, tem o voto nulo …

… pelo menos enquanto o sistema eleitoral continuar a não ter válvulas que eliminem os lobos travestidos de cordeiro da política brasileira.

 

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