26 de dezembro | 2016

Coisas do Natal

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DO CONSELHO EDITORIAL

Natal lembra nascimento, começo, e ano novo recomeço, muito embora possa não parecer, e não parece mesmo, mas do ponto de vista da beleza estética filosófica que liga o ser humano ao tênue e frágil fio que conduz a ideia de felicidade, tem muito a ver.

O período é de troca de emoções, sensações, carícias, confortos, encontros, reencontros, momento de saudade e de saudar o novo que pede espaço, voz e vez.

Se de um lado a fé cristã está ligada á vinda de Jesus Cristo para salvar a humanidade, do outro, o inicio de um ano indica que a vida que o salvador anunciava se fará presente nos calendários e no cotidiano de cada um, como se fora a anunciação de um novo eterno e terno tempo de pactos e repactuações onde o passado e o futuro irão se cindir em histórias humanas de renovação e de prosseguir.

Mesmo que as duas datas e os dois acontecimentos possam, na sua exterioridade, dar o entendimento, de nada tem a ver um com o outro. Interligam-se naquilo que pode haver de mais belo na essência da discussão humana. Se um veio para nos salvar, o outro vem para determinar o reinício de tudo que possa ser caminho e descaminho, construção e demolição do que há de vir.

Se um vem para salvar o mundo, o outro aponta a continuidade deste mundo a ser salvo com urgência para que continue existindo natais e inícios de anos neste mundo, melhorado naquilo que mais deveria ter de humano e civilizatório.

É Natal, e por mais que prolifere a imagem do papai Noel e a ideia fútil do mercado e do consumo, uma grande parte da humanidade tem clareza de que é preciso mudar este conceito consumista e este distanciamento das questões poéticas que aproxima o distante do próximo e iguala todas as diferenças como bem apregoava os sermões e as parábolas de Cristo.

E é isto, sem sombra de dúvidas, que os inícios de anos pedem sempre: que as pessoas vestidas de branco invoquem a pureza e o caminhar ao longo do período que lhes foi dado para viver com a alma em paz e tranquilas ao lado do conhecido e do desconhecido, sem que ninguém ou nada, ser humano ou animal seja sacrificado ou crucificado pelos exageros da crueldade e da desumanidade.

É Natal e a mensagem é de que todos se confraternizem com os ideais de entendimento, confraternização, solidariedade e se enterneçam com o que simboliza a crucificação para a salvação e utilizem do interregno entre estes dias que os separam do ano que virá para refletir que a mensagem deixada a 2016 anos atrás está forte, vibrante e cada vez mais atual, lembrando que natal é nascer e ano novo renascer.

Que as pessoas nasçam e renasçam com a intenção da solidariedade, humanidade, esperança, fraternidade, liberdade, amor e nunca crucifiquem nem a o sonho nem a utopia do seu semelhante por discordar de suas ideias, lembrando sempre que quando tomaram esta impensada atitude levaram a cruz o salvador.

Para isto, basta lembrar que o salvador e a salvação estão no meio de nós, depende de nós; crucificá-la pode significar não desejar nascer e renascer sempre, como fênix, para todo sempre.

 

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